domingo, 17 de junho de 2012

"há muitas maneiras de ler um romance"

Sandro Botticelli, Detalhe de uma paisagem,  daqui 
Detalhe da Anunciação, 1490.

(...) há muitas maneiras de ler um romance. Por vezes, lemo-lo com lógica, outras vezes apenas passamos os olhos por ele, outras vezes ainda lemo-lo  com a nossa imaginação, ou com apenas uma pequena parte da nossa mente;  por vezes lemo-lo à nossa maneira, adaptando-o, outras submetemo-nos a ele e ainda outras vezes lemo-lo com todas as fibras do nosso ser. 

Para Pamuk  ler um romance é «descrever  o que se passava na minha cabeça e na minha alma da mesma maneira que um pintor retrata com precisão e clareza uma paisagem viva, animada, variada, cheia de montanhas, planícies, rochedos, florestas e rios. »

Orhan Pamuk, O Romancista Ingénuo e o Sentimental, Barcarena: Editorial Presença, (traduçãoÁlvaro Manuel Machado), 2012, p. 12.

2 comentários:

  1. A primeira transcrição fez-me lembrar o livro "Como ler um romance", de Daniel Pennac.
    Existem romances com os quais nos identificamos mais. Parecem uma leitura nas nossas próprias vivências...
    Boas leituras. beijinhos.

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  2. Cláudia,
    Ofereceram-me este livro que é o resultado de seis conferências de Pamuk na Universidade de Harvard partindo do ensaio de Schiller Sobre Poesia Ingénua e a Sentimental.

    É interessante, é como visitar os bastidores de um romance. As possibilidades que antevejo são a ficção que criamos, daí o cair do pano, ou a racionalização sobre o tema e o que lemos. Ainda não sei a resposta.
    Beijinhos e obbrigada pela sua presença! :))

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