Sandro Botticelli, Detalhe de uma paisagem, daqui
Detalhe da Anunciação, 1490.
(...) há muitas maneiras de ler um romance. Por vezes, lemo-lo com lógica, outras vezes apenas passamos os olhos por ele, outras vezes ainda lemo-lo com a nossa imaginação, ou com apenas uma pequena parte da nossa mente; por vezes lemo-lo à nossa maneira, adaptando-o, outras submetemo-nos a ele e ainda outras vezes lemo-lo com todas as fibras do nosso ser.
Para Pamuk ler um romance é «descrever o que se passava na minha cabeça e na minha alma da mesma maneira que um pintor retrata com precisão e clareza uma paisagem viva, animada, variada, cheia de montanhas, planícies, rochedos, florestas e rios. »
Orhan Pamuk, O Romancista Ingénuo e o Sentimental, Barcarena: Editorial Presença, (traduçãoÁlvaro Manuel Machado), 2012, p. 12.
2 comentários:
A primeira transcrição fez-me lembrar o livro "Como ler um romance", de Daniel Pennac.
Existem romances com os quais nos identificamos mais. Parecem uma leitura nas nossas próprias vivências...
Boas leituras. beijinhos.
Cláudia,
Ofereceram-me este livro que é o resultado de seis conferências de Pamuk na Universidade de Harvard partindo do ensaio de Schiller Sobre Poesia Ingénua e a Sentimental.
É interessante, é como visitar os bastidores de um romance. As possibilidades que antevejo são a ficção que criamos, daí o cair do pano, ou a racionalização sobre o tema e o que lemos. Ainda não sei a resposta.
Beijinhos e obbrigada pela sua presença! :))
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