Georgina de Albuquerque - Duas amigas, ca 1930
A amiga deixada
Antiga
cantiga
da amiga
deixada.
Musgo da piscina,
de uma água tão fina,
sobre a qual se inclina
a lua exilada.
Antiga
cantiga
da amiga
chamada.
Chegara tão perto!
Mas tinha, decerto,
seu rosto encoberto...
Cantava - mais nada.
Antiga
cantiga
da amiga
chegada.
Pérola caída na praia
da vida: primeiro, perdida
e depois — quebrada.
Antiga
cantiga
da amiga
calada.
Partiu como vinha,
leve, alta, sozinha,
- giro de andorinha
na mão da alvorada.
Antiga
cantiga
da amiga
deixada.
Cecília Meireles
Gostei muito conjunto.
ResponderEliminarNo outro dia encontrei esta pintora, que desconhecia, e gostei deste quadro. E doutros que virão a seu tempo. :)
ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarA pintura é linda e o poema tem um ritmo apelativo.
Que maravilha de poema! E que belo quadro, desta pintora que não conhecia.
ResponderEliminarUm poema lindo com uma bela pintura. Vou procurar conhecer outras telas pois gostei.
ResponderEliminarGrata. :))