Após a azáfama do Natal, o silêncio, da casa vazia, faz sentir que a magia acabou. Perante a maleita, há que tomar analgésicos. O remédio prescrito foi uma visita renovada ao Museu Nacional de Machado de Castro, à sala da pintura.
Ao chegar ao museu vi que havia uma exposição temporária de "louça ratinha" pratos de faiança de baixo custo, produzida em larga escala em meados do século XIX, para alimentar os "ratinhos", beirões que migravam sazonalmente para o Alentejo.
Na entrada do museu espera-nos um Menino Jesus, século XVIII, da escola de Machado de Castro
A exposição "Pratos Ratinhos" é constituída pelo legado de José Alberto Reis Pereira da colecção de seu pai Júlio Maria dos Reis Pereira, (pintor Júlio/ poeta Saúl Dias)
Prato de faiança de Coimbra, 1830-1860 Prato de faiança de Coimbra 1750-1800
Acasos felizes, na procura da cura encontrei a pessoa de um dos livros que recebi este Natal:
Júlio- Saúl Dias, o universo da invenção.
Levava comigo o livro para folhear durante uma pausa para café no Loggia.
Nos canteiros
riem as flores
e tu passas, entre elas,
também a rir.
Em volta, tudo ri,
e eu sinto-me possuído desse riso.
Cerro os olhos.
Receio que me cegue a luz do Paraíso.
(Riso, p. 197)
Maria João Fernandes, Júlio- Saúl Dias, o universo da invenção. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984, p. 112
Para terminar a visita aqui fica um detalhe da Senhora da Rosa,
pintura portuguesa do século XV
Boa tarde!:)
Como é que logo ao abrir este post, disse para os meus botões : É da Ana ! ?
ResponderEliminarE a cada nova linha a certeza se confirmava ainda mais ( como isso fosse possível !...).
És uma sortuda !
Até logo !
Não sei se te disse que, há poucas semanas atrás, visitei a Casa Museu do José Régio...
ResponderEliminarFiquei encantado !
Pena não ser autorizado a fotografar fosse o que fosse..
Gostei muito deste post!
ResponderEliminarEsse livro é uma maravilha!
Tem desenhos tão lindos!
Aqui, no museu Cargaleiro também está patente ao público uma belíssima colecção de pratos "Ratinhos". Gostava muito de ver essa, e o museu, que não conheço!
Continuação de Boas Festas!
Ora aqui está um excelente remédio para os males da alma!...:))
ResponderEliminarAinda não tive oportunidade de ir ao Museu Machado de Castro.
Quanto à dupla Júlio/Saúl Dias, gosto imenso de ambos!
Bonito e convidativo post!
Beijinhos.:))
João,
ResponderEliminar:)))Obrigada pelo seu estímulo. A casa ficou silenciosa, tive que sair e recuperar. :))
Vi a Casa do José Régio em Portalegre há uns anos e gostei muito.
Beijinho.
Isabel,
Namorei-o muito tempo mas nunca pensei que o viesse a ter. As pinturas são lindas, já conhecia, a poesia é que para mim é mais novidade.:))
Beijinho.
Cláudia,
Foi o remédio da alma, sim. Passei uma manhã muito bonita.
Li trechos do livro que ainda me vão deliciar mais. Obrigada.
Beijinho. :))
Gosto muito de pratos ratinha. A coleção do Museu Gargaleiro é fantástica.
ResponderEliminarSe tiver oportunidade irei ver a coleção do Júlio. Está até quando?
João Menéres,
A Casa-Museu José Régio (de Vila do Conde) tem coisas maravilhosas, mas é espartana. Como é que uma pessoa vivia ali?
A Casa de Portalegre visitei há anos, mas já não me lembro. Tenho uma vaga recordação da coleção de Cristos.
Bom dia a todos.
MR
ResponderEliminarJosé Régio, nesta casa de Vila do Conde, tinha três
sítios onde adorava estar :
O seu escritório, onde escreveu muito.
Um outro recanto elevado sobre a rua, no jardim, onde também escreveria...
E, um outro, também no jardim, uma espécie de caramanchão, com mesa e cadeiras, protegidas do vento Norte, onde se reunia com os amigos predilectos para longas e animadas conversas.
Acho que para a época, a casa reunia tudo quanto José Régio desejava.
Um beijo e obrigado por dialogar.
MR,
ResponderEliminarEstá até 11 de Janeiro. Se vier de comboio posso ir buscá-la à estação Velha. A casa de Portalegre, além de muitos Cristos tinha um jardinzinho agradável. Da casa, lembro-me de uma certa religiosidade. Gostaria de conhecer a de Vila do Conde.:))
João,
Deve ser bonita a casa de Vila do Conde.
Beijinhos para os dois.:))
Ana,
ResponderEliminarImpossível para mim ir a Coimbra até dia 11, mas obrigada.
João Menéres,
Imagino que José Régio devia gostar de viver naquela casa e daquele modo, e o guia também nos referiu os sítios preferidos do escritor. Mas é tudo muito "suma-a-pau"... :-)