sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Pensamento ( s )
(...) No calor o nosso corpo afasta-se de nós, afasta-se do centro. Está para ali à minha frente ou ao meu lado. No frio, pelo contrário, o corpo torna-se aquilo que eu quero proteger e aquilo que me protege. Por isso é que nos apertamos muito no inverno, no exterior. Temos de fazer duas ações opostas ao mesmo tempo. Proteger e ser protegido. No inverno, o corpo ocupa menos espaço.
De facto, é impossível exigir reflexão a um povo que viva debaixo do sol e do calor permanentes. Acima de trinta graus de temperatura, filosofar é perder a vida e o exterior. Abaixo de oito graus, não pensar é não ter cabeça.
É assim mesmo, como se fosse uma fórmula meio química meio existencial : o homem só pensa em determinados assuntos e com certa profundidade quando avança pela cidade com temperaturas abaixo de oito, sete, seis graus.
Cada cidadão, enrolado no seu casaco, caminha com o rosto de quem reflete longamente sobre o essencial. Em Lisboa, em dezembro, pensa-se mais - isso é evidente.
- Gonçalo M.Tavares, na VISÃO desta semana.
Pensa sobre o que lhe vai acontecer para o ano.
ResponderEliminarNa Europa é inverno.Na América do Sul é verão com muitas chuvas pelo Brasilzão de Meu Deus, afora.Mas, no inverno introspectamo- nos mais.Aproveitando, quero agradecer a Barata pela oportunidade cultural2012-2013.Boas Festas a todos.Beijos.
ResponderEliminarNão quero pensar no que vai ser.Seja o que Deus quiser.
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