sábado, 25 de maio de 2013

"O esplendor da rosa"

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O esplendor da rosa
dura uma vida inteira.
Na minha memória.

Casimiro de Brito, "Intensidades", in  Arte Pobre. Leiria: Editorial Diferença, s.d., p. 137

Van Gogh: Bowl with Sunflowers, Roses and Other Flowers, Paris, August - September, 1886.
Stadtische Kunsthalle, ( Musée Van Gogh Amsterdam)

Vincent van Gogh's Bowl with Sunflowers, Roses and Other Flowers Painting

Os meus franceses - 270

As duas capas de 45 rpm que tenho de Moustaki, ambos de 1970. Há anos, uma amiga ofereceu-me dois cd de G.M., um dos quais é este Ballades en ballade, que hoje tenho estado a ouvir.

Onde hoje vou estar





Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

E quem vivia em Golden Square?


Golden Square em 1750

«Mr. Ralph Nickleby não era o que, estritamente, se podia chamar um negociante, um banqueiro, um procurador, um comissionista, nem um bancário. Não era, certamente, um comerciante e tornava-se impossível atribuir-lhe qualquer profissão conhecida. No entanto, como vivia numa casa espaçosa de Golden Square, tendo além da chapa de bronze na porta da rua, uma outra mais pequena sobre a entrada de serviço da esquerda, dizendo: «Escritório», era evidente que Mr. Ralph Nickelby fazia, ou pretendia fazer negócios de qualquer género [...].
«Muitos dos primeiros e segundos andares das casas de Golden Square eram alugados vom mobília a cavalheiros solteiros, que tomavam as refeições fora. Viviam ali muitos estrangeiros e músicos e nas noites de verão, quando as janelas estavam abertas, ouvia-se o som de vozes, música e aspirava-se o aroma do bom tabaco [...].»
Charles Dickens - Nicholas Nickelby / trad. Mário da costa Pires, Aurora Rodrgues (Dora). Lisboa: Romano Torres, ca 1981, p. 8

Ilustrações para Nicholas Nickleby: n.º 1: Ralph Nickleby, no seu escritório em Golden Square. 
Litografias de W. Clerk, ca 1845

Em sequência de um post que o Jad colocou há dias com umas lindas tulipas de Golden Square. 

Um belo filme


O argumentista do filme, que tem Michel Bouquet no papel do pintor Renoir, deve ter-se inspirado neste livro que Jean Renoir escreveu sobre o pai e de que já falei aqui no blogue. O filme passa-se em 1915 e nessa altura dois dos filhos do pintor estão na guerra: o ator Pierre Renoir e o futuro cineasta Jean Renoir.

Lisboa: Bizâncio, 2005

Auto-retrato(s) - 178

Alfonso Ponce de Léon - Accidente
Óleo sobre tela, 1936
Madrid, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia

Um dia destes volto a este pintor, de quem li há pouco uma biografia.

Onde vou estar hoje



No Hotel de Santa Margarida, em Oleiros. Depois conto.

Humor pela manhã ...

Na sequência da queixa de Cavaco contra Miguel Sousa Tavares, os palhaços profissionalizados reagiram. Aqui está o comunicado. Isto promete...

Bom dia !



Thaís Gulin, 33 anos, namorada de Chico Buarque mas cantora por direito próprio. Está em digressão europeia.

Ana : Ela hoje canta em Coimbra, no Salão Brazil.

Ítaca

E Ítaca Eras TuÍtaca

esta noite sonhei-me um argonauta exilado
entre as ilhas sem mitos da navegação dos meus dias até que
uma voz me chamou para as praias claras de Ítaca
e essa voz era a tua e
Ítaca eras tu

Sousa Dias, e Ítaca eras tu. Coimbra: Pé de Página Editores, 2006, p. 21.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Viseira...

Há uns tempos tinha pedido à Cláudia para me arranjar um livro  de Lima de Freitas. Nunca mais me lembrei e o livro dissipou-se nas brumas. Hoje, quando recebi uns livros encomendados vinha esta pequena jóia. Obrigada Cláudia por me fazer esta surpresa e contribuir para alimentar o meu espírito. 

Lima de Freitas, A Viseira, pastel, 1984
Follas não numeradas do livro: Lima de Freitas, Porto do Graal, A Riqueza ocultada da tradição mítico-espiritual portuguesa. Ésquilo, Lima de Freitas, 2006. (Prefácio de José Hartvig de Freitas)


Prémio Príncipe das Astúrias para uma fotógrafa


A fotógrafa norte-americana Annie Leibovitz, de 62 anos, foi distinguida com o Prémio Príncipe das Astúrias  de Comunicação e Humanidades, pelos seus 42 anos de carreira. O seu interesse dirigiu-se sobretudo para os retratos e a figura humana, tendo retratado figuras das artes e da vida política, como Rainha isabel II, Gorbachev, Andy Warhol, Barack e Michelle Obama ou a estrela pop Miley Cirus. Fez também muitas fotografias para publicidade.Uma delas, que aqui se reproduz, a do actor Eddie Redmayne, numa foto promocional  de Les Misérables, em que interpretou a figura de Marius, para a revista Vogue..

Reprozu-ze também um retrato de Isabel II e uma fotografia  intitulada Alice

Em 1970 começou a trabalhar na revista Rolling Stones, onde ascendeu a chefe da secção de fotografia, depois de uma fase de aprendizado e de ter vivido num kibbutz em Israel. Ao mesmo tempo que fazia fotografia para a Vogue e a a Vanity Fair, para onde se mudou em 1983 e onde ainda hoje trabalha, publicou seis livros de fotografia. 

De l'Allemagne, 1800-1939. De Friedrich à Beckmann

Até 24 Jun., no Louvre.

Crónica de Paulo Varela Gomes. (Pública, 19 maio 2013). 

E o que, sobre a mesma exposição, Eduardo Lourenço disse a Teresa de Sousa, no mesmo jornal, seis páginas à frente: 
T. de S.: «[A Alemanha] Quer fazer uma Europa alemã, como agora se diz?
«[E.L.:] Não creio. Nunca o conseguiu fazer. A nossa geração pensou que, depois do que aconteceu, a França e a Alemanha iriam entender-se melhor do que se têm entendido. Neste momento, à mínima dificuldade, vêm sempre as mesmas coisas ao e cima. Ultimamente, a propósito de uma exposição, a primeira que os franceses fazem sobre a pintura alemã...
«[T. de S.:] Que está no Louvre.
«[E.L.:] E que eu vi. Os alemães não gostaram nada. Porque aquela visão franco-francesa da Alemanha é também uma cegueira da parte dos franceses, que deviam ser mais finos para compreenderem que há outra Alemanha.»

Simbologia

Taschen France, 2011
€30,00

Este livro, dirigido por F. Kober, é constituído por 350 textos e 800 imagens, que se debruçam sobre as origens psicológicas de um símbolo e o modo como determinada imagem simbólica nasceu numa cultura específica.

Para os amantes de simbologia que há neste blogue.

Poemas - 77


Rosa dentro da rosa dentro da rosa
azulejo iluminura filigrana
joelhos nuca sovacos unhas
não quero quebrar
o dom de estar viva
a doçura dos mistérios
o dom do teu corpo
o teu cheiro a tua voz
o teu olhar o teu sorriso
as minhas lembranças de ti
beijo repetidas vezes
a tua boca fechada
estás debruçado sobre mim
e sorris-me
somos bons um para o outro
posso ter filhos de ti
sabemos isso

- Adília Lopes ( 1960 ), Dobra ( Poesia Reunida 1983-2007 )

Novidades : Dan e Dante

O espertíssimo Dan Brown vai explorar agora o filão Dante, começando com este Inferno. Já o vi em algumas grandes livrarias, em inglês, sendo que a versão portuguesa chega no início de Julho pela mão da Bertrand.

Bom dia !



Agnetha Fältskog, uma das vozes dos Abba, tem um álbum novo. Eis um dos temas.

L' Inconsolable

Após MR colocar a notícia da morte de Moustaki passei os meus intervalos a ouvi-lo. 
Tempo de regressos e memórias.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mais uma paragem, agora numa famosa "passagem".


E também serviu para dar descanso aos pés! 

Os meus franceses - 269

Georges Moustaki faleceu hoje, em Nice. Nascido no Egito, exilou-se em França e escreveu para quase todos os grandes nomes da canção francesa.
«Possuía uma doçura infinita e imenso talento. Era como todos os poetas, alguém diferente, porque acaba por ser sempre essa diferença que conduz ao talento.»
Juliette Gréco



Um cravo vermelho para Georges Moustaki.

Em geminação com o Arpose.

Belo

Só caminhando pelo campo é que podemos perceber, inteiramente, os impressionistas.
Boa tarde!


A definição do belo é fácil, belo é tudo o que desespera.

Paul Valéry, A Beleza, jóias do pensamento. Sintra: Editorial Inquérito, 1991, p. 44.

«Casal das Letras é um lugar de hospitalidade cultural»

«Pela primeira vez em Portugal um sítio na Internet é premiado em validação de um mérito, o da difusão cultural, corroborando o lugar de destaque que ocupa na "rede" e a audiência extraordinária expressa nos milhares de leitores que o visitam regularmente. Em nome desse bem essencial que também a cultura é, desejamos, enquanto nos restar algum sonho e alento, e ainda enquanto nos habitar uma alma de jornalistas dedicados a causas, continuar a dar um contributo no sentido da divulgação dos nossos autores.»
Casal das Letras, feito por Maria Augusta Silva e Pedro Foyos, é, nas palavras de Guilherme d'Oliveira Martins, «um lugar de hospitalidade cultural».
http://www.casaldasletras.com/index.html
Parabéns!


«É pouco dizer que neste escasso meio século mudámos de mundo»

Lisboa: Gradiva, 2013
€13,50

Este livro, publicado em 1975, reflete o papel do Exército na nossa história recente: Estado Novo e 25 de Abril. Foi agora reeditado, acrescido de um texto «O fim de todas as guerras e a guerra sem fim»,  datado de março passado e dedicado a Melo Antunes (muito presente na maioria dos textos da 1.ª ed.), sobre o mundo nos últimos 50 anos: 
«É pouco dizer que neste escasso meio século mudámos de mundo. Seria melhor dizer, que mudámos de planeta.
«O que há apenas meio século era questão ainda candente - ao menos em regimes democráticos de tipo europeu - não suscita as mesmas preocupações. Em todo o caso, é esse o sentimento generalizado num mundo que em tão pouco espaço de tempo se globalizou. E dessa globalização faz parte a dissolução, se não a subalternização, dessa problemática relação no ambiente nacional das instituições militares como atores decisivos na vida interna de cada nação, garantes da sua soberania no plano exterior e expressão do poder político formalmente democrático.» (p. 131-132)

Lisboa: Arcádia, 1975

Pintores vistos por pintores - 23

Edourad Manet - Eva Gonzalès, 1870
Londres, The National Gallery

«Y entonces un lienzo llamó mi atención. Un gran lienzo de 2x1,38 m. Me acerqué a el lentamente.
«Se representaba a una mujer sentada delante de un lienzo. Una pintora.
«Lo que es de por sí un hecho insólito: un pintor que pinta a una pintora. Un autorretrato, talvez?
«Me cerqué un poco más... La joven estava sentada  en una silla de madera; tenía los brazos desnudos y llevava unas mangas cortas y abombadas. Su vestido de falda amplia ocupaba la parte baja del cuadro. [...]
«El autor del cuadro había captado la beleza de esta joven, los rasgos delicados de su rostro, su larga cabellera negra, la mirada soñadora de sus grandes ojos… 
«La intención me parecia clara: el pintor estaba rindiendo homenaje a una joven artista que se encontra todavia bajo el influjo de la inspiración.
«La pintura parecia un canto de amor. Y proclamaba, com cierta insolência, una pasión ardiente entre el pintot y su modelo. «Leí el título de la obra: Retrato de Eva Gonzalès.
«E el nombre del autor: Édouard Manet.»

Eduardo Manet – La amante del pintor. Barcelona: Plataforma Editorial, 2013, p. 16-17

Humor pela manhã ...



As mulheres são como as castanhas, caem de surpresa, dão trabalho a descascar e só fartam os porcos.

Gosto de vós como pão, mas quem se lembra do pão que comeu ontem, quem?

Dois ditos nortenhos, julgo que minhotos, e o segundo até dá para o universo masculino e para o feminino :)

Leituras no Metro - 132

O último JL, publica o prefácio que Eduardo Lourenço escreveu para a nova edição das Cartas de amor entre Fernando Pessoa e Ofélia Queirós. O volume, que traz 155 novas cartas, foi organizado por Richard Zenith e vai ser publicado até final de maio pela Capivara, do Rio de Janeiro, com o título Fernando Pessoa & Ofélia Queiroz: correspondência amorosa completa (1919-1935)
Só para abrir o apetite, aqui fica o início do texto do nosso aniversariante de hoje: 
«Para os admiradores incondicionais de Pessoa, a leitura da sua correspondência com a predestinada jovem com o nome fatídico de Ofélia não é um texto como qualquer outro de Pessoa. Podemos imaginar que na sua perspetiva este episódio único do poeta da "Tabacaria" como pastor amoroso era, ou foi, tão ficcional como todos os outros que subscreveu com o seu nome ou com o dos famosos heterónimos. A esta última comédia que lhe conferiu uma aura universal designou-a ele como "drama em gente". Mais sofisticado labirinto literário não se conhece. Há mais do que a sombra dele ao menos do seu lado, nas cartas que trocou com Ofélia, vítima propiciatória da alma múltipla apostada em imitar Deus e ser como ele "tudo de todas as maneiras".
«Só que Ofélia não era um seu heterónimo mas uma jovem burguesa de Lisboa dos anos 20, que talvez nunca tenha imaginado que chamou a atenção de Pessoa por ter aquele nome mítico como destino. [...]»
Um texto luminoso! A não perder.
O livro também vai ter edição em Portugal. É desta vez que eu vou comprar uma nova edição das cartas....

Marc Chagall - Amoureux de Vence

Parabéns, Eduardo Lourenço!


Rainha Isabel II, em Oxford

Fui saudado pela rainha, em Oxford
Não acreditam?... vejam o video:




quarta-feira, 22 de maio de 2013

Campo de Túlipas








Bom, não é um campo, mas para mim parecia. Este bonito jardim, com uma estátua de Jorge II, foi o pasto dos meus olhos, enquanto descansava os pés, doridos de tanto caminharem.
Este jardim só podia ser em Londres.

Boa noite!


O que seria do jazz sem o saxofone? Adolphe Sax, o seu inventor, que viveu antes do aparecimento do jazz, nasceu em Dinant a 6 de novembro de 1814 e morreu em Paris a 7 de fevereiro de 1894.
Existe naquela cidade belga um centro de interpretação sobre a vida e obra de Adolphe Sax - a Casa do Senhor Sax (Maison Monsieur Sax) -, que foi também compositor, chefe de orquestra e professor. 
No próximo ano, Dinant deve estar em festa, a celebrar o bicentenário do nascimento de Sax.


Quinta do Vallado

Foi este o vinho que acompanhou o meu jantar: umas favas com chouriço, um prato que só posso fazer para mim. Amanhã, as que restaram estarão melhores.

Para o jantar ...


Depois do " bifão " do almoço, um jantar mais frugal, inspirado por este fantástico Bodégon do espanhol Antonio Pereda , 1652, que está no Hermitage.