As contradições do tempo: as acácias floridas e as cheias do vale do Mondego.
A beleza à vista mas também a tristeza do homem.
No vale do Mondego, uma garagem sem saída.
OS RIOS NA VOGAL
Há um corte na poesia um cantar débil
um corte no vocábulo e na rima
falta-lhe Pessanha a flauta débil
Semi-Rami do poeta Ângelo de Lima.
De Mário de Sá Carneiro o oiro onírico
de Pessoa a magia demiúrgica
falta talvez o verso surrealírico
há um corte no vocábulo e na música.
"Só incessante um som de flauta". Falta
a flauta na estrutura lexical.
A partitura. A pauta. Falta a pauta.
Falta o ritmo que exalta e sobressalta.
De Babilónia os rios na vogal.
A flauta de Pessanha. Flauta a flauta.
Manuel Alegre, Sonetos do Obscuro Quê. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1993, p. 38.
Vou jantar agora...
ResponderEliminarBoa noite João!:))
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