sábado, 29 de novembro de 2014

Boa noite!

Por causa do Dúo Dinámico ter recebido um Grammy há dias, lembrei-me deste grupo rock espanhol, Los Mustang, aqui a interpretarem a versão espanhola de San Francsco, de The Mammas and The Papas.

O brioche

Victor Gabriel Gilbert 

Lines of Vision: Irish Writers at the National Gallery of Ireland

William John Leech - A Convent Garden, Brittany (pormenor), ca 1913

A Galeria Nacional da Irlanda abriu pela primeira vez ao público em 1864. Desde então, tem vindo a ocupar um lugar importante na vida literária irlandesa. Oscar Wilde cresceu em Merrion Square com vista para a Galeria. W.B. Yeats, Louis MacNeice e Samuel Beckett estavam entre aqueles que se inspiraram na sua coleção. Em 1944, aos 87 anos, George Bernard Shaw disse que ele devia à Galeria «grande parte da única verdadeira educação que eu já recebi como um menino em Eire». Ele legou um terço dos direitos da sa obra para financiar aquisições para a coleção. James Stephens, Brinsley MacNamara e Thomas MacGreevy foram funcionários da Galeria e continuaram a escrever, paralelamente ao exercício das suas tarefas administrativas diárias. 
Para comemorar os 150 anos da National Gallery, 56 escritores irlandeses contemporâneos contribuíram com novos poemas, ensaios e histórias para Lines of Vison: Irish Writers at the National Gallery (ed. Janet McLean, ed. Thames and Hudson) . Cada escritor selecionou uma obra da coleção e partiu dela para explorar ideias sobre arte, amor, perda, família, sonhos, memória, lugares ou privacidade. Estes contributos convidam-nos a olhar para a arte de um novo modo e sob diferentes ângulos. 
Esta exposição pode ser vista até 12 abr. 2015. 

Magna Doodle

O quadro magnético em que se escreve ou desenha e se pode limpar, correndo o botão da esquerda para a direita, foi inventado há 40 anos. Lembro-e que quando apareceu por cá fazia grande sucesso entre os miúdos E não só...

Tesouros reais de Espanha

No livro de Patinir y la invención del paisage vem esta magnífica pintura do Tríptico Werl o Santa Bárbara y San Juan con el donante,
[apenas se conservam os dois volantes]. 
A pintura com espelhos encanta-me bem como o tema.

Robert Campin, S. Juan Bautista, maestro franciscano Enrique de Werl, 1438.
Imagem retirada do site do Museo Nacional del Prado 
Colección Real (Casita del Príncipe, El Escorial-Madrid)



Obrigada MR. :))

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Para uma tarte de maçã

Il. de J. C. Leyendecker - «Peeling apples»
The Saturday Evening Post, 28 nov. 1925


Um quadro por dia


Os contemporâneos chineses são cada vez mais conhecidos e apreciados na Europa . Mais uma prova é este Eldest princess, uma tela de Jiang Guofang ( 1961 - ) de 1995, vendida há um mês em Paris por 236 000 euros.

Bom dia !





João Domingos Bomtempo por Nella Maissa, italiana de nascimento e cidadã portuguesa por escolha que nos deixou ontem com a bonita idade de 100 anos.

Leituras no Metro - 192

Lisboa: Édipo, ca 1958
Capa de Roberto Araújo

Este livro é uma má tradução de Baptista de Carvalho de Maigret em meublé. É o .º 29 de uma importante coleção de policiais: O Escaravelho de Ouro.
A Sra. Maigret está na Alsácia e Maigret hospeda-se em casa da Sra. Clément que aluga quartos, na rue Lhomond, e onde vivia um homem que se suspeita ter alvejado Janvier...
A meio da noite, Maigret convence-se de que anda alguém a pé pela pensão, levanta-se e desce as escadas...
«Bruscamente [a luz] apagou-se. Maigret parou. E quanto mais escutava mais lhe parecia que alguém, na escuridão, sustinha como ele, a respiração.
«Desceu a toda a pressa e procurou, às apalpadelas, o fecho da porta da cozinha.
«Uma chávena caiu e estilhaçou-se no chão.
«Diante dele estava, de pé e em camisa, cabelos metidos numa rede, a própria Sra. Clément. Durante um momento nada pode ler na sua cara que não fosse a expressão confusa de quem é apanhado de surpresa. E ela desatou a rir de tal maneira que todas as suas opulências lhe tremiam. [...]
«O gás ardia no fogareiro. Na cozinha cheirava a café acabado de fazer. Sobre o oleado da mesa havia uma respeitável sandwich de presunto. [...]
«- Com que então também teve fome? - perguntou ela maliciosamente.
«- E a senhora levantou-se para comer?
«- É coisa que me sucede quase todas as noites. Sei que não devia comer tanto, mas é um desejo mais forte do que eu. Sou como aquele rei de França que não adormecia sem um frango assado à cabeceira.» (p. 43)
Quem seria este rei de França? Estou curiosa.

Dois aspetos da rue Mouffetard (ca 1930), onde a Sra Clément fazia as compras.
Esta zona, de 'má fama' há uns anos e habitada por imigrantes, está hoje na moda. :) Sempre gostei desta zona por ser extremamente popular.

«[Maigret] Entrou, depois, na rua Mouffetard, coalhada de carroças que exalavam forte cheiro a hortaliças e frutas. Encontrou, finalmente, a salsicharia que procurava, por trás ed cujo balcão de mármore branco estava uma mulher de bochechas encarnadas.» (p. 47)

Para já, penso que é meu último Simenon. Até ao próximo, como poderia ter dito um ex-PR, de apelido Tomás. :)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

As time goes by...

O piano em que Sam (Doodley Wilson) toca As time goes by foi a leilão em Nova Iorque e rendeu €2300000,00.

Um citação de Mazzoni



[...] da meta jamais volver os olhos [...].
Jacopo Mazzoni

Humor pela manhã



" É ali, Maria, no 47º andar, que vamos ter o apartamento Mariani "

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O riso...

Frans Hals the Elder, Three Children with a Goat Cart, c. 1620,
Wikipedia 


 O choro, como o bocejo, é contagiante. O riso, como a batata doce, é uma partilha de cumplicidades. Chorar é público. Rir é particular. E por isso que conseguir que se ria pública e colectivamente é um feito glorioso e irrelevante.


Miguel Esteves Cardoso a propósito de Ricardo Araújo Pereira no Público de hoje.



Leituras no Metro - 191

Comecei a ler o n.º de novembro da Lire com um grande dossier dedicado a Modiano, o qual inclui uma entrevista muito interessante.
«Les souvenirs d'enfance sont des puzzles auxquels il manque beaucoup de pièces, qui ont été peu à peu rongées para l'oubli. Remonter dans le passé est très romanesque. C'est presque comme une énigme policière: les souvenirs sont complètement morcelés, les détails ne se relient pas forcément aux autres... C'est ça qui m'a toujours intrigué. C'est sur celà qui j'écris, livre après livre. J'ai l'impression que tout ce qu'on a vécu jusqu'à trois ou quatre ans est complètement noyé dans l'oubli et qu'après surnagent des choses qui finissent presque para appartenir au domaine de l'imaginaire: l'enfant est un romancier qui ne le sait pas, il s'attache à des détails désordonnés, et son souvenir, des années plus tard, est forcément très énigmatique. Donc, oui, le souvenir est une bombe à retardement parce qu'on se pose des questions lorsqu'on vieillit, à propos de ces pièces perdues du puzzle, et qu'on essaie toujours de les retrouver. Il y a, dans les souvenirs d'enfance, quelque chose d'énigmatique et de parfois dangereux. Même si l'enfance a été paisible.» (p. 54-55)
François Busnel pergunta a Modiano quando publica as suas Memórias, ao que o escritor responde que não sabe se publicará os seus cerca de vinte cadernos: «Parce qu'on verrait tout ce qui m'a permis d'écrire mes autres livres, mes romans. Ce serait comme une machine dont on apercevrait les arrière-fonds, les fondations... Ce serait bizarre. Ce serait de voir tout le grouillement des romans... Quelle étrange impression!»
Desagradar-lhe-ia?: «Je préfère les romans tels qu'ils ont été publiés. Tous sont des espèces d'autobiographies. Mes livres sont fait de bric et de broc autobiographiques. mais publier ces carnets... Je ne sais pas.» (p. 58)
A publicação dos cadernos agradaria sem dúvida aos leitores de Modiano.

Neste n.º há umas páginas dedicadas ao livro que Jacques Tardi fez sobre os cadernos de guerra da participação de seu pai, René Tardi, nas batalhas sangrentas da Pomerania: «O pai conta, passo a passo, verticalmente, a realidade física do Reich a desmoronar-se; o filho completa, metodicamente, a narração terrífica desta guerra ignóbil, que alinha sem piedade os mortos, de Dresden a Dora.» (Julien Bisson)
O livro é posto à venda hoje em França.

Paris: Castermann, 2014 
€25,00

Marcadores de livros - 199

O marcador em metal está preso a um papel com indicações sobre a obra de Harry Clarke em que se inspirou.
Não me lembro de ter visto estas ilustrações de Harry Clarke quando visitei há anos a National Gallery, em Dublin. Fui então procurar esta ilustração e encontrei ainda outra que ele fez para o mesmo conto de Andersen, «O Rouxinol».

Um quadro por dia


Pierre Proudhon, A Justiça e a Ira Divina perseguindo o Crime, 1808, óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris.

Humor pela manhã


Se calhar  é demasiado cedo para as " viúvas e órfãos " do " Engenheiro ", mas não resisti . Farto de engolir em seco durante anos. Sempre quero ver o que dirá agora Ascenso Simões, que há escassas semanas exigia a Cavaco que condecorasse Sócrates ...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Boa noite!

Chopin tocando piano no palácio berlinense do príncipe Radzwill. 
Pintura de Henryk Siemiradzki, 1887

Para o nosso lanche

Close up of chestnuts with two jars of chestnut jam
Close up of raspberries with two jars of raspberry jam 
Close up of two jars of plum jam

Fotos de P. Martini

Qual é o melhor? O que nos sugere o MLV?

Parabéns MLV

MLV,
Um dia muito feliz!
Parabéns. 
Para juntar às sua orquídeas. :))

Martin Johnson Heade, detalhe, Cattleya Orchid and Three Hummingbirds, 1871,
National Gallery of Art, Washington, D.C

Parabéns a você

 
Para o MLV os meus parabéns, com os votos de que tudo lhe sorria neste ano que começa. E uma prendinha, modesta. Mas dadas as dimensões e a falta de espaço livre, só se for construída no meio do Jardim. Com quiosque à porta e tudo.

Parabéns, MLV!

Espero que goste de caviar e vodka. Senão, tem troca. :)

Um dia feliz!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Boa noite!

Il. Walter Crane
Il. de Dorothy Wheeler




Um livro a ler para compreendermos este nosso povo

Lisboa: Tinta da China, 2008

Um livro que devia ser de leitura obrigatória no nosso Ensino. Para ver se compreendemos onde começa e por que permanece esta mentalidade inquisitorial que não despega deste nosso povo.
Está aqui tudo, neste livro escrito em 1871.

A nossa vinheta


Peritos da UNESCO que avaliaram a candidatura do Cante Alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade deram parecer positivo, no final de outubro. O Comité Internacional que vai decidir reúne a partir de hoje e até sexta-feira, em Paris. 
«O parecer diz que a candidatura reúne todas as condições», afirmou o coordenador do processo, Paulo Lima, pelo que «temos fundadas esperanças de que o cante alentejano seja inscrito na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade». Ainda segundo Paulo Lima, também director da Casa do Cante, em Serpa, o parecer do grupo de especialistas costuma ser «bastante vinculativo para a decisão final» da Comissão Internacional da UNESCO. 
Aguardemos, serenamente... 


Marcadores de livros - 198

Frente e verso de um marcador, que veio do museu de Cabras, uma localidade na Sardenha.

Mini-livros - 27

Dois dicionários Lilliput que me foram oferecidos.

domingo, 23 de novembro de 2014

Casos do 14

O Elias
Elias tinha uma tara
qual era ninguém sabia.
Tinha atracção por gravatas
grenás e às pintinhas brancas
e engraxava os sapatos
sempre encostado às esquinas.
Trabalhava ai trabalhava
sentado e todo dobrado
com a mão a servir de pala
por causa da luz do sol
que entrava pelo gabinete
onde a preencher documentos
era como ele dizia
um autêntico portento.
Mal acabava o trabalho
sumia-se pelas vielas
caminhando empertigado
sacudindo o pó dos ombros
do seu casaco azulado
e para esticar os punhos
da sua camisa branca
levava as mãos aos sovacos
e logo de imediato
num gesto bem computado
puxava os punhos com os dedos
com tão grande precisão
que fosse qual fosse a mão
quando tinha que os puxar
os punhos obedeciam sem falhar.
E assim era o Elias
no seu vulgar dia a dia.
Até que um dia
a empregada da pensão
onde vivia o Elias
vai dar com ele de pé
em frente à televisão
de cuecas e em peúgas
numa grande convulsão
na altura que o Santo Padre
em plena praça de S. Pedro
de costas e em saiote
abrindo os braços benzia
uma enorme multidão.

Eduardo Valente da Fonseca, Casos do 14. Porto: Cadernos do Caos, p. 57-59.

Conheci o escritor/jornalista através da Livraria Lumière e achei que o retratado no poema ligava bem com o retrato pintado por Jean Fouquet.
Boa tarde!

O chá das cinco - 77

Julie Manet - Hora do chá

Julie Manet era filha de Berthe Morisot e de Eugène Manet.

Números



15 milhões

O número de dormidas de turistas estrangeiros em estabelecimentos hoteleiros portugueses no último Verão ( de Junho a Setembro )..

Frases ( da semana que passou )



Eu concebo o amor entre dois homens, o que me causa perplexidade é o desejo.


Achei interessante esta frase do arq. Saraiva, director do Sol, porque muitas vezes assistimos é precisamente à expressão pública do seu contrário, a compreensão do desejo mas a negação do sentimento amoroso.

Biografias e afins


Uma biografia envolta nalguma controvérsia, ou não fosse o biografado o " comandante Paulo ", protagonista da rede bombista do Verão Quente de 75 e confesso homicida do Padre Max e da estudante Maria de Lurdes. Uma edição da Quetzal .

Um quadro por dia


Este Danseuse, hiver 1914-15, do italiano Gino Severini ( 1883-1966 ), tinha sido comprado directamente ao artista em 1916 por um horticultor de Poitiers apaixonado de arte, que várias vezes trocou flores por quadros. Foi vendido na Christie's de Paris, no passado 24 de Outubro, a um coleccionador americano por 2,5 milhões de euros.

Bom dia !.





Era para ter sido ontem, mas hoje também serve.

Leituras no Metro - 190

Liège: Éd. C.L.P.C.F. 1991

Michel Lemoine inventaria e analisa, nesta obra, toda a produção simoniana de juventude (cerca de 90 romances), escrita sob 19 pseudónimos. Segundo Lemoine, é nestas obras populares que se poderá conhecer melhor o escritor da maturidade: «É verdade que estas obras se destacam por uma estética do cliché e do lugar comum e não correspondem, de modo nenhum, às exigências narrativas profundas que regem a obra assinada mais tarde com o nome de Simenon. Todavia, o escritor nunca negou esta produção abundante que lhe permitiu a mais frutuosa das aprendizagens. Foi aí, com efeito [...] que Simenon aprendeu a construir um romance: foi nesse terreno fecundo que germinou uma da produções romanescas mais importantes do século [XX].» (p. 7)
Essa obra de juventude integra-se em três géneros: o romance ligeiro, de humor fácil; o romance sentimental; e o romance de aventuras.
Exemplos de pseudónimos utilizados por Simenon: Georges Sim (o mais conhecido), Gom Gut, Christian Brulls, Luc Dorsan, Jean du Perry...




Luc Dorsan - Les tabourets du Cliquet's Bar: Conte galant

Dois livros assinados Jean du Perry