sábado, 2 de maio de 2015
Polémicas Europeias no Museu do Oriente
Numa Europa cada vez mais instável tentar compreendê-la através de políticos, homens das ciências sociais e humanas e do meio financeiro, poderá ser uma mais-valia.
Ciclo de conferências sobre política europeia organizado em parceria pela Fundação Oriente, Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e jornal Público. PROGRAMA Quinta | 7 Maio A UNIÃO EUROPEIA E A CRISE NA GRÉCIA Moderador: Carlos Monjardino, Presidente da Fundação Oriente Jorge Sampaio, antigo Presidente da República Vitor Bento, membro do Conselho de Estado, Professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, antigo Presidente do Conselho de Administração do BES e da SIBS Quinta | 11 Junho PORTUGAL E O FUTURO DA EUROPA Moderador: Teresa de Sousa, Público Maria João Rodrigues, Vice-Presidente do Grupo Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu, antiga Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social * João Ferreira do Amaral, Professor catedrático do ISEG, membro do Conselho Económico e Social Quinta | 2 Julho A CRISE NA UCRÂNIA E A DEFESA EUROPEIA Moderador: Nuno Severiano Teixeira, Presidente do IPRI-UNL Jaime Gama, antigo Presidente da Assembleia da República, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Ulrich Brandenburg, Embaixador da República Federal da Alemanha em Portugal Quinta | 10 Setembro | Abertura dos Arrábida Meetings O DECLÍNIO EUROPEU É REVERSÍVEL? Moderador: Carlos Monjardino, Presidente da Fundação Oriente Chris Patten, Chanceler da Universidade de Oxford, antigo membro da Comissão Europeia António Vitorino, Presidente da Notre Europe-Institut Jacques Delors, antigo membro da Comissão Europeia |
Os Caprichos de Goya no Terreiro do Paço
Até 12 de maio pode ver a exposição das maravilhosas gravuras de Goya, sempre (infelizmente!) atuais. Não percam porque estão muito bem legendadas.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Boa noite
Em memória de Ben E. King que faleceu hoje aos 76 anos, segue um dos primeiros êxitos dos Drifters de 1958: This magic moment.
Poema quase triste
Lisboa: INCM, 1989
Os homens passam sem darem por nada
carregados assim como eles vão
com suas sombras a ganharem gibas,
com os seus olhos a ficarem baços,
cheios de presbitia e astigmáticos.
Não lhes importa que nos frutos estejam
confissões de poetas e de heróis.
Os homens passam e não veem nada,
olham apenas para as suas vidas,
para a filha doente ou para os filhos mortos.
Não se apercebem das árvores e das rochas,
sangue e nervos da terra.
Seguem tristes e com os seus olhares
voltados para dentro,
para os seus crimes ou para os seus sonhos.
Não param a escutar o coração da terra
que bate, tranquilo, sob o chão.
Tristemente aguardam os elétricos
que os hão de levar a suas casas
de paredes forradas pelos retratos
dos fantasmas antigos e até próximos.
É sem amor que trincam os frutos
coloridos no sangue de todos os mortos
e nem pensam que a terra se abrirá
a seus corpos alheios, certo dia.
Procuram suas chaves
e, de cabeça baixa, penetram em casa,
sentam-se à mesa e choram
com suas mulheres, livros, diários íntimos,
mas não falam sequer à Natureza
que lhes oferece, em vão,
todos os seus segredos e mistérios.
Deitam-se sonolentos,
fecham a luz e dão-se aos pesadelos
ou aos sonhos de quando eram meninos. . .
Embriagam-se ou matam-se
e entregam-se aos vícios ou às lágrimas. . .
Tristes os homens passam
sem verem que a terra lhes oferece
juntamente com frutos e canções.
António Rebordão Navarro
Em geminação com a Livraria Lumière, em cujo blogue soube da morte de A. R. N.
Primavera de 1945 - 4
A 29 de Abril de 1945, tropas americanas libertavam o campo de concentração de Dachau, próximo de Munique. O último comandante, Sturmbannführer Eduard Weiter, fugira dois dias antes da chegada dos aliados para a fortaleza de Itter na Áustria onde se suicidou a 2 de Maio de 1945.
Construído em Março de 1933, poucas semanas após a ascensão de Hitler ao poder, o campo de Dachau serviria de "modelo" para todos os campos de concentração posteriores. Durante os doze anos de existência, mais de 200.000 pessoas foram presas neste complexo, 41.500 pessoas morreram.
A cidade de Munique inaugurou ontem, decorridos precisamente 70 anos sobre a sua libertação pelo exército norte-americano e sobre a morte de Hitler, o novo centro de documentação sobre o período nazi. Exactamente no mesmo local na praça Königsplatz onde se encontrava a sede do partido NSDAP, a chamada "Casa Castanha", está agora aberto ao público este centro em forma de cubo branco (imagem Stefan Müller) que pretende ser mais do que um museu com exposição permanente: entende-se como lugar de conhecimento, na tentativa de explicar o papel da capital bávara como berço e bastião do partido nacional-socialista. E como lugar de recordação e apelo contra o renascer de tendências de discriminação, racismo e anti-semitismo.
"Para onde foi a melancolia?"
Li o artigo de Jorge Ferreira sobre o livro Melancholy and Architecture, tese de doutoramento de Diogo Seixas Lopes, deixo aqui um excerto.
A estrutura e a escrita deste livro, em inglês, são claras e comunicantes. Não há qualquer hesitação neste domínio. O autor percebe muito bem que quanto mais complexo é o tema, maior legibilidade é devida. Só deste modo entramos com segurança num conceito como o de melancolia, aqui tratado com referência a Aristóteles, Dürer, Burke, Baudelaire, Benjamim, entre outros. E também só desse modo podemos deambular com pertinência no universo fantasmático de Rossi, aqui representado por Arquitectura da Cidade e Autobiografia Científica, livros que descrevem, aliás, o itinerário da cultura arquitectónica da época: do voluntarismo e sentido público dos anos 1960 para um programa de um “eu” algo apocalíptico nos anos 1980. O caso de estudo apresentado — o Cemitério de San Cataldo, em Modena — era praticamente obrigatório porque é onde a arquitectura, a melancolia e Aldo Rossi confluem, quase a um modo tautológico.
A estrutura e a escrita deste livro, em inglês, são claras e comunicantes. Não há qualquer hesitação neste domínio. O autor percebe muito bem que quanto mais complexo é o tema, maior legibilidade é devida. Só deste modo entramos com segurança num conceito como o de melancolia, aqui tratado com referência a Aristóteles, Dürer, Burke, Baudelaire, Benjamim, entre outros. E também só desse modo podemos deambular com pertinência no universo fantasmático de Rossi, aqui representado por Arquitectura da Cidade e Autobiografia Científica, livros que descrevem, aliás, o itinerário da cultura arquitectónica da época: do voluntarismo e sentido público dos anos 1960 para um programa de um “eu” algo apocalíptico nos anos 1980. O caso de estudo apresentado — o Cemitério de San Cataldo, em Modena — era praticamente obrigatório porque é onde a arquitectura, a melancolia e Aldo Rossi confluem, quase a um modo tautológico.
(...)
O que resulta deste livro é ainda um elogio à melancolia, como dispositivo de percepção aguda do mundo. O que é talvez mais estranho à cultura actual do que as formas da arquitectura de Rossi. Toda a arquitectura contemporânea se move no quadro da performance visual ou do activismo entendido como crítica a esse domínio da visualidade. Mas há pouca dúvida, nenhuma metafísica, como aquela que acompanhava Rossi por reflexo dos “enigmas” de Giorgio de Chirico. A arquitectura move-se ocupando os idiomas actuais — a imagem ou o que é entendido como o seu oposto, a sustentabilidade e a programação — em última análise sem nenhuma melancolia; como registos de uma tecnocracia que já está profundamente assimilada.
«O lançamento do livro em Portugal será feito na Livraria A+A, na sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa (Campo de Santa Clara, 145), dia 15 de Maio, às 19h, com uma conversa entre Diogo Seixas Lopes, Bruno Gil e Filomena Molder.»
Jorge Figueira no Público 01-05-15
Para representar Rossi a minha escolha recai no edifício do Bonnefanten Museum, Maastricht.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
"Encontrar a cidade"
No seguimento do registo do Luís. Boa noite.
Não foi este espectáculo que vi mas foi o que encontrei no youtube
Onde me apetecia estar
Nas Flores, um dos muitos arquipélagos da Indónesia e cujo nome não engana : descoberta por portugueses. Tão inexploradas como Bali de há três décadas, e melhores praias .
Um quadro por dia
Jan Brueghel o Novo, Juno descendo aos infernos, óleo sobre cobre, <1630, 21x27cm ,
Vendido no passado dia 27 de Março a um coleccionador britânico, em leilão da parisiense Artcurial e pela soma de € 671 400 .
Leituras no Metro - 210
Lisboa: Esfera dos Livros, 2014
Na viragem do século, Lisboa vivia fascinada pela vida parisiense. Eram tempos de viragem. Do ponto de vista político: o Ultimato, a Revolta do Porto, o Regicídio e a implantação da República. Na moda, também há novidade, como o fim do espartilho. Na vida social, os homens enchem os cafés do Chiado; os seus teatros esgotam, e Lisboa passeia-se entre a Avenida (com o fim do passeio Público) e o Campo Grande.
Este livro lê-se bem, mas não me trouxe grande novidade, pois já conhecia a maioria dos autores de que a autora se socorre, como Eça, Júlio César Machado, Alfredo Pimentel, Tinop, Carlos de Moura Cabral e José Rodrigues Miguéis e a sua Escola do paraíso.
quarta-feira, 29 de abril de 2015
Dia Mundial da Dança
Edgar Degas, Pequena dançarina, Museo Nacional de Bellas Artes, Buenos Aires, Argentina
O Museu Nacional de Machado de Castro no Dia Mundial da Dança
terça-feira, 28 de abril de 2015
Citações
(...) após o 11 de Março as anunciadas eleições para a Constituinte estiveram em perigo efetivo, pois sobretudo um setor de militares de extrema-esquerda, ou assim ditos, então com muita força, a elas se opunha. E para a sua realização, sem prejuízo de outros importantes contributos, mormente do que viria a constituir o " Grupo dos Nove ", em particular Vasco Lourenço, foi decisiva a intervenção do Presidente da República, Costa Gomes . Isto mesmo e - entre reais ou aparentes flutuações para manter os equilíbrios possíveis - o papel essencial que teve ainda para ser evitada uma guerra civil, no Verão Quente de 1975, foi reconhecido nas suas Memórias por Freitas do Amaral, líder do partido então mais à direita, e também membro do Conselho de Estado. (...)
- José Carlos de Vasconcelos, na Visão .
Não tenho especial apreço por Costa Gomes, mas ainda assim reconheço que a sua inteligência política era muito superior à de Spínola, para o bem e para o mal ...
Um quadro por dia
Maurice Delondre , Dans l' omnibus , 1880 , óleo sobre tela , Museu Carnavalet , Paris ( obrigado APS ! )
Para " celebrar " mais uma greve do Metro de Lisboa, parcial mas a quarta de 2015, uma por mês portanto.
P.S. - Não consegui descobrir onde está esta tela, mas ainda não desisti :)
Pintores vistos por pintores - 26
Toulouse Lautrec - Émile Bernard
Émile Bernard, de que pus há dias vários autorretratos, faria hoje 147 anos. Uma bela idade! :)
Jaime de Magalhães Lima e Tolstoi
«Para repouso do espírito e procurando uma representação exata de coisas que conhecia só pela leitura e [... lhe] interessavam», Jaime de Magalhães empreende uma viagem, no outono de 1888, pelo norte da Europa e da África. Vai à Rússia e visita Tolstoi, visita que relata em sete páginas de Cidades e paizagens (Porto: Typ. de A. J. da Silva Teixeira, 1889):
«Estocolmo, 22 de setembro
«Vindo à Rússia, não pude roubar-me o prazer de visitar o conde Tolstoi, o famoso romancista que hoje todo o mundo conhece. Como tantos outros estrangeiros, dirigi-me pois à cidade de Tula e daí a Yasnaya Polyana, propriedade e habitação de Tolstoi.
«Em torno deste nome fez-se uma verdadeira lenda que representa o conde como um louco fazendo sapatos e lavrando as terras. E na verdade tem não sei quê de singular e de poético a sua vida.
«Um dia, um conde desse dourado império dos czares vestiu-se de mujique, e mais do que simplesmente, pobremente, foi esconder-se na sua aldeia e começou a ceifar o trigo, semear o grão e construir a cabana. Tinha tudo o que a vaidade ambiciona, uma fortuna imensa, um nome ilustre, uma mulher formosa e, sob traços grosseiros, uma rudeza viril aliada ao encanto de um olhar límpido em que brilhava a doçura do que lhe vinha da alma. Sobre tantos dons da natureza e da fortuna tinha ainda um prodigioso talento de artista. nada lhe faltava para conquistar a lisonja e a veneração do seu tempo, e esse homem, que podia ter uma corte de admiradores e turiferários, tudo deixou pelo trabalho da terra e pela companhia do aldeão, que há pouco ainda era seu escravo.» (p. 44-45)
O resto terão de ler no livro. :)
segunda-feira, 27 de abril de 2015
O duque de Morny - fofoca biográfica
Um post de Luís Barata, dava conta da transformação de um
palácio parisiense que pertenceu aos duques de Morny num hotel de luxo,
mostrando-nos, a propósito do Dia do Livro, a bonita biblioteca que se manterá
intacta.
Duque Charles Auguste de Morny |
Mas quem foi o primeiro duque de Morny? O primeiro conde
(com Luís Filipe) e depois duque de Morny (com Napoleão III) foi Charles Auguste
De Morny (1811-1865), financeiro e político, filho ilegítimo da rainha Hortense
e de Charles Flahaut de la Billarderie, conde e general do Império, mas a troco
de grossa quantia figurou como pai um tal senhor Demorny que rapidamente
desapareceu. O pai biológico era, por sua vez, filho bastardo do célebre Talleyrand
e da mulher do Conde de Flahaut, suposto pai. E esta senhora, filha de uma
amante de Luís XV. Daí que De Morny dissesse que “na minha linhagem somos
bastardos de mãe a filho desde há três gerações. Sou bisneto de um rei, neto de
um bispo, filho de uma rainha e irmão de um imperador”. Era, de facto, meio -
irmão de Napoleão III, que ajudou a transformar de presidente da república em
soberano. Foi educado pela avó paterna, condessa de Flahaut, curiosamente
casada em segundas núpcias com um diplomata português de apelido Souza. Também
curiosamente, de uma relação extraconjugal do duque, descende o príncipe Miguel
Poniatowsky, que foi ministro do Interior de Raymond Barre, na década de
setenta.
Rainha Hortense |
O primeiro duque de Morny foi um homem notável a vários
títulos. Como político, de deputado a presidente da Assembleia, ministro do Interior,
embaixador em São Petersburgo (onde conheceu uma princesa russa com quem casou),
como financeiro e até como protector do escritor e dramaturgo Daudet e de Sarah
Bernhardt, a quem lançou a carreira.
Princesa Sofia Trubtzkaya, duquesa de Morny |
Napoleão III fez-lhe funerais nacionais e jaz no Pére
Lachaise num túmulo armoriado digno da sua grandeza.
Túmulo no Pére Lachaise |
Auto-retrato(s) - 218
Um segundo auto-retrato de Jenny Saville, tão inesperado como o aqui trazido por M.R. há 5 anos . Este chama-se Plan, é um óleo sobre tela de 1993, com 274x213 cm.
Vendido há um ano na Christie's de Londres, por 2 milhões de libras ( 2,5 milhões de euros ), o dobro da base de licitação mais alta.
Lumière!
Para assinalar os 120 anos do Cinematógrafo, o Instituto Lumière organiza uma exposição dedicada às invenções dos irmãos Louis e Auguste Lumière.
A primeira sessão paga realizou-se, em Paris, no Salon Indien du Grand Café, em 28 de dezembro de 1895, tendo os Lumière apresentado os primeiros filmes em 75 mm na Exposição Universal de 1900, perto da Grand Palais...
O trabalho dos irmãos Lumière foi motivada por um fascínio pelas imagens fixas ou em movimento.
A primeira parte da exposição apresenta as muitas inovações dos Lumière que marcaram o advento do cinema.
Há espaço dedicado à divulgação, dos 1500 filmes Lumière, apresentados sob múltiplas interpretações: reflexões de história, o início da escrita para cinema, da abertura ao mundo, bem como testemunha da vida familiar do início do século XX.
para ver no Grand Palais, em paris, até 14 de junho.domingo, 26 de abril de 2015
Europa em Viena
Até 21 de Junho, continua a exposição intitulada Europa em Viena - O Congresso de Viena 1814/15, no palácio Belvedere (imagem) da capital austríaca. Retratos, esculturas, gravuras e objectos quotidianos do princípio do século XIX pretendem ilustrar o ambiente e a vivência em torno desta conferência que, durante nove meses, reuniu as mais altas figuras da época e 100.000 diplomatas numa cidade que na altura contava pouco mais de 260.000 habitantes. Com o intuito de redefinir e reorganizar a Europa pós-napoleónica, o Congresso de Viena marcou uma cesura política importantíssima na História do velho continente que iniciou, de um modo geral, um ciclo de paz e estabilidade até ao início da I Grande Guerra. Mas significou também um acontecimento social que tornou Viena a capital cultural e palco de diversões. A título de exemplo, refira-se a corrida de trenós gigantesca, realizada a 22 de Janeiro de 1815, a convite do anfitrião deste Congresso, o Imperador Francisco I. Durante o Congresso, Viena atraiu artistas que enriqueceram a cidade com as suas obras de todos os géneros.
Cine Ideal
Cine Ideal, em Madrid, na calle Doctor Cortezo. Ao lado, fica o Comedor Avé Maria (uma sopa dos pobres).
Madrid, 19 abr. 2015