"O poeta beija tudo, graças a Deus… E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade…
E diz assim: “É preciso saber olhar…”
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás…
E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso…
E acha que tudo é importante…
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim…
E reparou que os homens estavam tristes…
E escreveu uns versos que começam desta maneira: “O segredo é amar…”
E diz assim: “É preciso saber olhar…”
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás…
E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso…
E acha que tudo é importante…
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim…
E reparou que os homens estavam tristes…
E escreveu uns versos que começam desta maneira: “O segredo é amar…”
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquiloque talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Basta a esperança naquiloque talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
– Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
morreu em 7 de Fevereiro de 1952, com 28 anos
"É preciso saber olhar", e eu acrescento, saber amar as
ResponderEliminarpalavras tão belas que Sebastião da Gama escreveu.
Agradeço ter recordado este enorme e talentoso poeta,
tão precocemente desaparecido. Gostei muito.
Gústame.
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