Amanhã vão estar no Rock in Rio.
sábado, 2 de junho de 2012
VIMOS A LUA
VIMOS A LUA
VIMOS A LUA nascer, na tarde clara.
Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.
Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pena sôlta - diziam.
Uma flor desfolhada.
Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.
Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvorôto da sombra.
Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.
Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta, a lua.
in Mar Absoluto e Outros Poemas
Cecília Meireles, Obra Poética, Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p.289
VIMOS A LUA nascer, na tarde clara.
Orvalhavam diamantes, as tranças aéreas das ondas
e as janelas abriam-se para florestas cheias de cigarras.
Vimos também a nuvem nascer no fim do oeste.
Ninguém lhe dava importância.
Parece uma pena sôlta - diziam.
Uma flor desfolhada.
Vimos a lua nascer, na tarde clara.
Subia com seu diadema transparente,
vagarosa, suportando tanta glória.
Mas a nuvem pequena corria veloz pelo céu.
Reuniu exércitos de lã parda,
levantou por todos os lados o alvorôto da sombra.
Quando quisemos outra vez luar,
ouvimos a chuva precipitar-se nas vidraças,
e a floresta debater-se com o vento.
Por detrás das nuvens, porém,
sabíamos que durava, gloriosa e intacta, a lua.
in Mar Absoluto e Outros Poemas
Cecília Meireles, Obra Poética, Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967, p.289
Mais elegâncias ...
M.R. : e que tal a toilette da Rainha da Swazilândia ( uma das, melhor dizendo ) no recente jantar das cabeças coroadas por ocasião do Jubileu de Isabel II ? Sapatinhos de cinderela...
Um quadro por dia
Mudou hoje de mãos, num leilão em Paris, uma das duas capas de Tintin na América que estão em colecções particulares ( as outras 3 estão na Fundação Moulinsart ). Em guache e tinta da china, pintada por Hergé em 1932, esta pequena tela ( 32x32cm) foi hoje comprada por 1,3 milhões de euros, uma valorização substancial desde a última vez que apareceu no mercado ( em 2008, 764.000 euros ).
Órgãos de Mafra receberam prémio de conservação
Mafra, 02 jun (Lusa)- O tenor Plácido Domingo disse hoje em Mafra que vai voltar ao palácio para cantar ao som dos seis órgãos históricos, após assistir a um concerto no âmbito da atribuição do prémio conservação ao restauro deste património musical.
"Depois desta experiência de hoje, tenho a certeza de que vou fazer o meu melhor para cá voltar para cantar", afirmou o cantor lírico, que falava na qualidade de presidente da Europa Nostra, a entidade que atribuiu o prémio.
O tenor disse tratar-se de uma "experiência única" assistir ao concerto do conjunto dos seis órgãos históricos de Mafra, também eles únicos no mundo, e que classificou de "impressionantes e os mais magnificentes de qualquer lugar, catedral, mosteiro ou igreja".
Adivinhas - 2.a)
Meu irmão não vai à missa,
E a missa por mim espera,
Eu não posso temp'rar isto
Como meu irmão tempera.
Recolhida por A. Tomás Pires
E a missa por mim espera,
Eu não posso temp'rar isto
Como meu irmão tempera.
Recolhida por A. Tomás Pires
Rostos e mãos
Dürer - Jesus entre os doutores, 1506
Madrid, Thyssen
Exposição até 2 de setembro no Museu Thyssen, de Madrid
sexta-feira, 1 de junho de 2012
«O mocho e o pintassilgo» e outras Fábulas
Resolvi procurar o livro de Joaquim Manso (1878-1956), ilustrado por Almada, que nunca vi. Ei-lo:
Ilustrações de Almada Negreiros.
Lisboa: of. Emp. do Anuário Comercial, 1936
Um quadro por dia
Maurice Prendergast ( 1859-1924 ), Children in the park, óleo sobre tela.
O grande impressionista norte-americano neste Dia da Criança.
Bom dia !
Um bom dia português, com uma das melhores bandas dos anos 80/90, os Sétima Legião. Letra de Miguel Esteves Cardoso.
Fábulas Contadas. Almada e Bordalo
Até 8 de julho pode ser vista no Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, a exposição Fábulas contadas. Almada e Bordalo, constituída por 54 desenhos originais de Almada Negreiros provenientes da coleção do Museu do Abade de Baçal, em Bragança, e também por um conjunto de faianças policromadas do Museu Bordalo Pinheiro e das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha.
«Os 54 desenhos originais de Almada Negreiros, foram feitos a tinta-da-china sobre papel, concebidos para ilustrar a obra literária Fábulas do escritor e jornalista Joaquim Manso. Os desenhos remetem para um período criativo em que o artista se interessou predominantemente pelas artes gráficas e visuais, antecedendo as grandes produções. Oriundos da coleção do Museu do Abade de Baçal, estes trabalhos dão a conhecer uma das múltiplas facetas criativas de Almada Negreiros. Aos desenhos de Almada, junta-se ainda a arte ceramista de Rafael Bordalo Pinheiro, com um conjunto de peças em faiança policromada do Museu Bordalo Pinheiro e das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, cuja expressão naturalista e figurativa reforça o ambiente do "tempo em que os animais falavam".»
(http://www.ipmuseus.pt/pt-PT/museus_palacios/actividades_museus/ContentDetail.aspx?id=4065)Acabei de ver na tv uma reportagem sobre esta expo que deve ser giríssima.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Ainda o Chiado
«O Chiado não é Lisboa, Lisboa não é o País, mas a verdade é que para conhecer o País é necessário conhecer Lisboa e para conhecer Lisboa é necessário conhecer o Chiado.»
José Sousa Gomes
Lisboa, 1965
Este livro de Mário Costa é muito agradável de se ler. Lembrei-me dele depois do post de Jad sobre o Chiado. E o que diz Mário Costa do taberneiro Chiado e do poeta António Ribeiro?
«Donde proveio o topónimo Chiado, de efeito sonoro e quase mágico, que, na forma adjetival, designa aquele que se revela astuto, ladino, malicioso? Dois escritores notáveis se deram ao estudo dessa intrincada tese: Alberto Pimentel e Matos Sequeira. E, enquanto o primeiro concluiu que a nomenclatura derivou da existência e modos de proceder, de duas figuras excêntricas, apelidadas ou alcunhadas de Chiado (Gaspar Dias, o vinhateiro, e António Ribeiro, o poeta chocarreiro), o outro ilustre investigador afirmou convictamente que a transmissão de tal nome derivou da popularidade de que gozou o taberneiro, na vida que fez em pleno Chiado, no século XVI, vida pública que o levou a tomar larga familiaridade com o chistoso vate, ex-frade franciscano, que em religião usou o nome de fr. António do Espírito Santo.*» (p. 27)
Afinal António Ribeiro foi padre ou não?
* O Poeta Chiado. - O Carmo e a Trindade. (nota de Mário Costa)
Adivinhas - 1.a)
Estava eu em altas torres,
De soldados rodeada,
Mas isso não foi bastante
Para eu ser roubada.
Quem me a mim roubou
Não teve culpa, nem p'rigo,
Que eu mesma abri
Para darem comigo.
Recolhida por A. Tomás Pires
De soldados rodeada,
Mas isso não foi bastante
Para eu ser roubada.
Quem me a mim roubou
Não teve culpa, nem p'rigo,
Que eu mesma abri
Para darem comigo.
Recolhida por A. Tomás Pires
ONDE ME APETECIA ESTAR
Um nome que soa mal a ouvidos europeus ( e não só ), mas parece ser um local paradisíaco esta Ilha Mafia, uma das três ( maiores ) do arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia. Pouco explorada, recifes de coral, vida marinha fantástica. Passava bem aqui uns dias, mesmo uma semana.
Novidades
Uma edição do Instituto de Ciências Sociais ( 245p, €17 ), e a mais recente obra de um grande sociólogo da nossa praça, José Machado Pais.
O rectângulo luso mudou muito nas últimas décadas, e ao folhear este livro fiquei surpreendido ( mas não devia ter ficado ) com um objecto que aparece recorrentemente citado: o telemóvel. Como instrumento de sedução, de comunicação amorosa, de ruptura amorosa. E, obviamente, a Internet é omnipresente nestes territórios juvenis.
Prosimetron em diálogo com Arpose
A propósito das expressões populares que são criadas e divulgadas anonimamente e depois justificadas intelectualmente, lembrei-me do Chiado, Largo do Chiado, em Lisboa, onde fica o meu "escritório". Ainda por lá passei hoje (ontem), mais do que uma vez.
Na parede está escrito, qualquer coisa como: Largo do Chiado (António Ribeiro Chiado), poeta do séc. XVI; e para não haver engano lá está, no centro, uma estátua que o tenta recrear.
Por curiosidade os dois escritores apresentados no mesmo largo, encontram-se sentados... será um convite para todos se sentarem e fazerem do espaço o seu "escritório"?
Mas voltemos ao tema. Qualquer ser humano acredita que o Largo do Chiado se chama assim em homenagem a um escritor/poeta do séc. XVI.
Mas a verdade é outra. Foi o escritor que tomou o nome do "sítio" de Lisboa, que por sua vez lhe vinha de um botequim e do seu taverneiro e este por sua vez tomara a alcunha de.... (mas essa é outra história) .
O "falso" frade (António Ribeiro tinha por hábito vestir-se de frade) gostava muito de frequentar a zona.
Ontem, como hoje... os pardais gostavam e gostam das mesmas árvores!quarta-feira, 30 de maio de 2012
A bailarina
A bailarina era tão grande Picasso, bailarina sentada, Olga Picasso
como uma árvore caminhante;e seus braços longos e brancos
tão fugitivos e flutuantes
como as nuvens filhas dos campos.
O giro da sua cintura
- rápida e fina como um fuso -
era de firmeza profunda
e fragilidade tão pura
como as do próprio eixo do mundo.
Oh - o desdobramento amplo e calmo
de seus joelhos! O círculo alto
que o tênue pé determinava!
Limite da fluidez humana...
Límpido e implacável compasso...
Voava! - e logo desfazia,
num gesto de albatroz rendido.
E de nôvo aos ares a vida
arriscava, impotente e linda,
algemada ap pêso inimigo.
E tão divinamente exata
vinha à terra e aos céus se elevava
que era tão grave o instante alado
como o da derrota no espaço,
- mas ambos igualmente plácidos.
Ó bailarina, ó bailarina,
deusa da estricta geometria!
ó compasso, ó balanço, ó fio
de prumo, ó secreto algarismo,
primeiro e eterno número ímpar!
Alça o teu vôo além da queda,
rompe os elos de espaço e tempo,
galga as obrigações da terra,
atira-te em música, ó seta,
e restitui-te em pensamento!
Cecília Meireles, Obra Poética, Rio de Janeiro, José Aguilar Editora, 1967, p. 765-767.(Estudo Crítico de Darcy Damasceno) in Metal Rosicler
Um criador genial!
Em memória de um criador genial: 166º aniversário de Fabergé (alterado 22:40h).
Pensar é criar.
Peter C. Fabergé, Ovo, com a gentileza do google
Pensar. E se o pensar fosse uma doença, mesmo que dela resulte uma pérola?
Vergílio Ferreira, Pensar, Lisboa: Bertrand, 2004, (7ª ed), p.145
Números
2644 toneladas de alimentos recolhidos no passado fim de semana, por 37000 voluntários, em 1655 superfícies comerciais espalhadas por todo o país.
Mais 13% de alimentos recolhidos do que em 2011. Um motivo de orgulho.
Bom dia !
Sara Serpa ( e o seu quinteto), uma portuguesa entre Lisboa e Nova Iorque que no mês que vem irá actuar
no Hot Clube.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Boa noite!
Titanic - Requiem foi a última obra de Robin Gibb, em parceria com o seu filho Robin-John Gibb.
Estudo
Rodin, Étude D'Aprés Loïe Fuller, (antérieure a 1908), Musée Rodin. Paris.
Estudo retirado do livro:
Robert Descharnes et Jean-François Chabrun, Auguste Rodin (Lausanne, La Bibliothèque des Arts de Paris), Genéve, 1967, p. 248.
Bom dia !
Do novo disco, The Absence, de Melody Gardot, e um tema muito inspirado pela sua estadia em Portugal.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Portugal e a cultura
"...Entretanto, o Teatro sofre, o público afasta-se (na estreia tínhamos a sala a menos de um terço), e os que vão ao engano engolem gato por lebre (ou palha, caso sejam vegetarianos). Somos pobres, há pouco dinheiro – mais uma razão para fazer as coisas bem feitas e não deitar dinheiro à rua. Um teatro nacional de ópera tem por missão (pedagógica) apurar cantores e educar o público – como fizeram José Duarte de Figueiredo, João de Freitas Branco, João Paes, José Ribeiro da Fonte, Paolo Pinamonti – e não nivelar por baixo, arrastando os cantores mais aproveitáveis e o dedicado pessoal do Teatro para uma mediocridade abjeta. Exagero? Julgo que não. Os critérios e padrões de avaliação são universais. Os portugueses, tão críticos em relação aos políticos – do deputado que não abre a boca ao Presidente – amolecem quando se chega às artes. Não exijo a lua – apenas um módico de qualidade!
"
Those were the days
A canção, escrita por Gene Raskin (1909-2004), refere-se a White Horse Tavern, um bar em Greenwich Village, que foi frequentado por Dylan Thomas.
Where we used to raise a glass or two
Remember how we laughed away the hours
And think of all the great things we would do
Those were the days my friend
We thought they'd never end
We'd sing and dance forever and a day
We'd live the life we chose
Big fight and never lose
For we were young and sure to have our way
La la la la la la
Then the busy years went rushing by us
We lost our starry notions on the way
If by chance I'd see you in the tavern
We'd smile at one another and we'd say
Those were the days my friend
We thought they'd never end
We'd sing and dance forever and a day
We'd live the life we chose
Big fight and never lose
Those were the days
Oh yes, those were the days
La la la la la la
Just tonight I stood before the tavern
Nothing seemed the way it used to be
In the glass I saw a strange reflection
Was that lonely creature really me?
Through the door there came familiar laughter
I saw your face and heard you call my name
All my friends were older but no wiser
For in our hearts the dreams are still the same
Those were the days my friend
We thought they'd never end
We'd sing and dance forever and a day
We'd live the life we chose
Big fight and never lose
Those were the days
Oh yes those were the days
Urbano Tavares Rodrigues
Foto João Rodrigues
O escritor Urbano Tavares Rodrigues vai ser homenageado no próximo dia 30 de Maio, quarta-feira, às 18h00, no
Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
No dia 18 de junho será posto à venda o mais recente livro de Urbano Tavares Rodrigues, Escutando o rumor da vida seguido de Solidões em brasa.
domingo, 27 de maio de 2012
Massapão
Há dois dias tive um presente de pequenos bolinhos de massapão, vindos diretamente da Casa Mira, fundada em 1842, por Luis Mira. Fica na Carrera San Jerónimo, 30, em Madrid. Deliciosos. :)
O MEU francês
Charles Aznavour fez 88 anos no passado dia 22 de Maio. Dispensa qualquer apresentação. Escolhi duas canções preferidas minhas que reproduzem a voz inconfundível e a melancolia de Aznavour - Qui e Hier encore. A segunda, Hier encore, fala-nos da vida desperdiçada de tanto ser humano, o que seguramente não se aplica a este grande nome da música universal.
A cidade de Dresden e sua Madona
A Madona Sistina celebra o seu 500º aniversário. Giorgio Vasari, pai da História de Arte, classificou o quadro como “obra singular”. Segundo Goethe, bastava apenas a Madona Sistina para a imortalidade de Raffael. A Madona, uma das imagens mais conhecidas do renascentismo italiano, foi encomendada por Papa Júlio II a Raffael da Urbino no Verão de 1512, destinada à igreja de San Sisto em Piacenza. Com a morte do sumo pontífice em 1513, o quadro caiu em esquecimento durante praticamente 250 anos, até que o Príncipe Eleitor Augusto III da Saxónia, grande admirador de Raffael e coleccionador de arte, se empenhou em adquirir a Madona que, decorridos dois anos de negociação, chegou finalmente a Dresden em 1754. Passou a ser exibido a um público mais vasto, e já durante o século XIX ascendeu a uma enorme popularidade, talvez superior à da Mona Lisa.
A Madona centenária viveu o seu
pior pesadelo em 1945, quando o Exército Soviético se apoderou do quadro e o
guardou, juntamente com outras 700 obras, num depósito em Moscovo durante dez
anos. Em 1956, regressou à capital da Saxónia.
A Gemäldegalerie Alte Meister de
Dresden celebra, desde sexta-feira passada, este aniversário especial através de uma
exposição temporária. Histórias e aventuras, a decadência e a notoriedade de
hoje em dia descrevem a existência única desta Madona que deve a sua
popularidade naturalmente aos dois anjos (querubins) lindos e bem “tratadinhos”
na parte inferior da pintura e que muito descontraidamente assistem à adoração
da Virgem e do Menino por São Sisto e Santa Bárbara. Quatro secções compõem esta
exposição: “Raffael em Roma” mostra várias telas originais de Raffael,
emprestadas pela National Gallery de Londres,a Pinacoteca Vaticana e por outros museus, bem como
outras obras de artistas renascentistas, entre eles, Filippino Lippi. A segunda
secção dedica-se à compra espectacular por Augusto III, enquanto que a terceira
parte analisa a Madona Sistina sob o ponto de vista literário, musical e de
design moderno. O percurso termina com a “carreira” extraordinária dos dois
anjos, não omitindo a componente kitsch a que as duas criaturas tão adoráveis
se sujeitam por vezes.
Feira do Livro - crúzios
O programa da Feira do Livro de Coimbra, do presente ano, é muito engraçado. Todos lamentamos a perda das árvores mas para "dar livros" ninguém se importa que as árvores morram.
A Feira do Livro está no Parque Verde, Coimbra, até dia 3 de Junho, 2012.
Na feira encontrei-me com a Cláudia, da Livraria Lumière, que recebe com um sorriso e com crúzios uns bolinhos conventuais que se vendem no Café Santa Cruz. São deliciosos!
Dentro da caixa que tem uma ilustração de um vitral do café Santa Cruz vem uma folha, papel de engenheiro, que traz a seguinte informação:
"os cónegos regrantes que habitavam em Santa Cruz eram denominados por «crúzios». Esta designação era extensiva a todos os que viviam à sombra do mosteiro e que, embora residindo fora, estavam agregados à instituição.
D. Afonso Henriques era também crúzio, dado que foi um dos fundadores,tendo «professado» como elemento da Ordem Terceira de Santa Cruz.
O painel de azulejos aqui retratado está situado do lado esquerdo da capela-mor da Igreja de Santa Cruz e mostra-nos D. Afonso Henriques a ser admitido à Ordem, com o prior a impor-lhe o hábito."
Homenagem a Liszt
(Os Prelúdios)
José Carlos González faria hoje 75 anos.
Ventos que no alto ides
deixando um largo fogo brando
pelo azul febril sobre a terra
ventos que levades
as minhas saudades
do risonho mês de Abril
ventos passai que a hora imóvel
harmonia entre céu e terra
há-de fazer-se carne acesa um dia
ventos altos violentos transparentes
a vida não acaba nas ruínas
e a flor pequena no inverno canta
o cântico dos cânticos
dos homens e das mãos e da igualdade.
José Carlos González
In: Idos e calendas. Lisboa: Caminho, 1986, p. 43
Gato de lareira
Mais ou menos em quase todas as antigas lareiras havia uns gatos (ou uns cães) de ferro que serviam para apoio da lenha ou para suportar o espeto enquanto se assava a carne.
Museu Nacional de Etnologia
Post dedicado a APS pelo seu aniversário.