quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Pensamento ( s )
(...) Estamos no grupo dos 30 ou 40 países mais ricos do mundo, com mais história, participação nas grandes evoluções, revoluções, movimentos. Mas atrás de nós existem 150 países nos quais nunca pensamos. Achamos que temos direito à ciência inglesa, à saúde sueca, aos salários holandeses e não temos nada disso ... Isto traduz-se na vida política, nas expectativas dos sindicatos, do patronato, das organizações, das empresas (...)
Fomos uma nação importante, demos novos mundos ao mundo, parecíamos uma grande potência mas na realidade nunca o fomos. É verdade que participamos no concerto das nações desenvolvidas, mas os portugueses fazem uma leitura muito narcisíca desse tempo, transpondo-o para o presente: " Já fomos grandes e agora ... " Este raciocínio tem consequências terríveis para a nossa vida quotidiana. É uma espécie de disfunção permanente.
(... ) A sociedade portuguesa não estava preparada para a crise económica porque viveu inebriada com o crédito fácil, o consumo fácil. Não percebeu que estava a ficar dependente. Mas pior que a dependência é a dívida. E quem tem dívidas que não pode pagar fica escravo.
- Excertos duma notável entrevista concedida por António Barreto ao Jornal de Letras de 1/14 de Outubro.
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