sábado, 10 de agosto de 2013

Boa noite!


«A música é a melhor ocupação do mundo.»
Sofia Tolstoi

Um quadro por dia


Mais uma estrela de recentes leilões : Femme assise près d' une fenêtre, 1932, de Pablo Picasso. Este retrato de Marie-Therese Walter, musa e amante do pintor, foi vendido na Sotheby's de Londres em Fevereiro pelo equivalente a 33 milhões de euros.

Bom dia !



Vale a pena verem esta flashmob que ocorreu há um ano, numa estação ferroviária de Viena e visando sensibilizar os transeuntes para a ópera.

Falcoaria

Esta segunda emissão dos CTT dedicada à temática da Falcoaria (a primeira foi emitida em 1994), é composta de quatro selos, da autoria de Francisco Galamba.
Em 2010, a UNESCO reconheceu a riqueza e o legado histórico e artístico da falcoaria, procedendo ao registo da atividade na lista do Património Imaterial da Humanidade. Os quatro selos que compõem a série reproduzem o Falcão-peregrino, o Açor, o Gavião e a Águia-real. 
Estes selos foram apresentados em março passado na Falcoaria Real de Salvaterra de Magos, edifício construído no século XVIII, de arquitetura pombalina, construído sob orientação de Carlos Mardel. Em 2009, beneficiou de obras de recuperação, efetuadas pela Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. 

Emissão de 1994. Desenho de José Projecto.


Para APS.

Impressões

"Mas que eu morra em Portugal" é
uma frase do fado Prece que guardei do filme A Caixa Dourada de Ruben Alves. 
A MR e o Luís já revelaram que é imperdível. 
Intitulado comédia o filme é muito mais do que isso... Há uma frase de Sócrates que me acompanha há alguns anos, creio ser algo assim: Não sou nem ateniense nem grego mas um cidadão do mundo (lido na Estação de Metro da Cidade Universitária). Pareceu-me que de alguma forma esta ideia se interliga com o filme.
Quando se parte que sentido faz voltar?  O que é que se encontrará?  Que identidades se perderam? 
No fundo, no fundo, há o mito de que é a nossa terra (O mito do eterno retorno?). Regressar torna-se um imperativo...  Em suma, o espetador não fica indiferente às questões que a película levanta. 

Prece é um fado escrito por Pedro Homem de Mello, com música de Alan Oulman, para Amália Rodrigues

Imagem cortesia do Google. Alteração do post às 7:34 horas.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Boa noite!

Letra de Urbano Tavares Rodrigues e música de Adriano.
Rui Pato na viola.

Ó Alentejo dos pobres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação.

Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.

Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.

Ó margem esquerda do verão
Mais quente de Portugal
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.

A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravada
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.

Walter De Maria RIP



Um dos nomes mais importantes da Land Art, Walter De Maria ( 1935-2013 ) faleceu no passado dia 25 de Julho, na sequência de um AVC sofrido  quando visitava a sua mãe pelos 100 anos desta...
Uma das suas obras emblemáticas é The Lightning Field, 1977, uma instalação permanente no deserto do Novo México, onde centenas de mastros metálicos atraem relâmpagos.

Elegâncias - 97

Geminando com Palavras Daqui e Dali deixo estas elegâncias que têm que ver com colecionismos. O Principezinho, de Saint-Exupéry, é um dos temas que coleciono desde a adolescência. Tenho algumas edições do livro, lápis, agenda... Podem parecer feios mas estas elegâncias fazem parte da coleção. [Tenho a lata de os usar. Ao vivo são mais giros. Existem em cor de pele]. 

Dedico este post à MR e à Isabel.


Comprei-os na A de amor, uma loja no Quebra-Costas, a quem  
agradeço ter deixado fotografar os sapatos acima expostos.
Pintados à mão por Isaura com quem tive uma boa conversa. :) [acrescentado às 18:05h]

Ainda os briefings do Lomba

Segundo Tozé Brito, na primeira edição de Vilar de Mouros (1968) “as drogas circularam e o sexo fez-se”. Uma frase inspiradora para reagir à suspensão dos briefings semanais entre o Executivo e os jornalistas. Neste caso, “a crise política aconteceu e o briefing não se fez”, como o que estava agendado para hoje às 12 horas. Agora só dia 13. Estas comunicações que deveriam ser diárias, tal como foi anunciado, realizam-se com uma frequência de duas por semana, às terças e sextas-feiras.

Os briefings do Lomba


Helena Sacadura Cabral foi chamada ao briefing do Lomba para dar mais explicações à comunicação social acerca do sofrimento do vice-primeiro ministro desde setembro do ano passado. A sessão não correu bem e o Governo decidiu entretanto averiguar "inconsistências problemáticas" da mãe de Paulo Portas. Como acontece sempre nos briefings do Lomba, o caso terminou com o pedido de demissão de Helena Sacadura Cabral do cargo de mãe de Paulo Portas, que será agora entregue à Segurança Social para ser dado para adoção.
O Inimigo Público, sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013)

Foto Miguel Manso.

Urbano Tavares Rodrigues faleceu hoje; faria 90 anos no próximo dia 6 de dezembro. Foi jornalista, escritor e professor. É como escritor que é mais conhecido, tendo publicado romances, contos e novelas, teatro,  crónicas, ensaios e relatos de viagens.
Foi um escritor que me acompanhou na minha adolescência. Hoje leio-o pouco; o último romance de sua autoria que li foi Filipa nesse dia (1989).

Alguns dos livros de Urbano, nas diversas áreas que cultivou, que li e que me deram muito prazer na época em que o fiz. 
E uns cravos para o Urbano!

A arte do retrato


A cotação de Modigliani continua em alta, como se viu em Fevereiro passado com a venda deste Jeanne Hébuterne ( au chapeau ), de 1919, pelo equivalente a 31 milhões de euros na Christie's de Londres.

Biografias e afins


A recente tradução francesa, para quem preferir esta língua, da notável biografia de Cosima Wagner ( 1837-1930 ) por Oliver Hilmes. A filha de Liszt e mulher de Richard Wagner, que morreu quase centenária e protegendo até ao fim o legado do seu segundo marido, Wagner, em Bayreuth. É a primeira biografia que teve acesso a arquivos inéditos, e estes iluminam melhor a vida desta mulher fascinante mas também perturbante...
É uma edição da Perrin.

Números

133 milhões - O número de blogues indexados pela Technorati. A contagem dos blogues já deixou de ser efectuada.

245 milhões - O número de pesquisas feitas por dia no Google.

900.000 - A média diária de posts em blogues.

3000 milhões - O número de mensagens diárias que passam pelos servidores de e-mail do Google, só nas contas empresariais.


Eu podia continuar com mais números avassaladores, do Facebook, do Twitter, do YouTube etc, mas acho que já se percebe a escala avassaladora do peso da Internet e da comunicação instantânea nas vidas de hoje.
E são estes números, meu caro Jad, somados às rádios noticiosas e às televisões noticiosas, que explicam tanto o declínio dos jornais como o facto destes, como ontem te queixavas, darem cada vez mais opinião e menos notícias. É que é impossível a imprensa escrita concorrer com os novos meios e fornecer notícias frescas, porque estas são sempre dadas primeiro e em tempo real pela rádio, pela televisão e digitalmente. A mais valia da imprensa escrita terá de ser o comentário, a reflexão sobre as notícias, a opinião produzida sobre as notícias.Continuo a comprar jornais ( e revistas ), embora cada vez menos, para ter o aprofundamento dos temas e a opinião de alguns a quem reconheço mérito. Outro "nicho", embora pouco explorado em Portugal até pelos custos associados, terá de ser o jornalismo de investigação. Neste nicho será possível à imprensa escrita bater os outros canais publicando algo em exclusivo, em primeira mão.

Praias e lugares da minha infância - 5


 Algés no Séc. XVIII
Tinha 3 anos e meio quando a minha mãe, por questões de partilhas com os irmãos, teve que sair da casa da Quinta do Alperce,  que foi vendida, na Alameda D. Afonso Henriques onde nasci. Como a minha irmã sofria horrivelmente de asma e a conselho do médico, que achava que ela melhoraria junto ao rio, os meus pais decidiram ir viver para Algés, que ficava relativamente perto de Lisboa - sobretudo por causa do meu pai que se deslocaria de comboio para o escritório - e era, nessa altura, pouco populoso.

                                                        Algés, com a Praça de Touros

Habituado a ter espaço ao ar livre onde brincava com os meus cães Lobo de Alsácia, a Diana e o Tejo, senti a diferença. Mas as crianças adaptam-se com mais facilidade e lá me integrei. Fomos viver para um apartamento que, quando nos mudámos para lá, tinha vista sobre a Praça de Touros e, mais tarde, arrasada esta, sobre a marginal e o rio. Ficámos nessa casa até julho ou Agosto de 1950, quando voltámos para Lisboa, porque a minha irmã não melhorara e até mesmo piorara com a humidade do rio e viemos habitar a casa onde ainda moro, em Lisboa.   
                                       
Lugre Creoula  (1937/2012)

Do que me lembro desse tempo é de uma ida à tourada com a cozinheira, que era a Maria Gorda, por contraste com a criada de fora que também era Maria, mas magra como a Olívia Palito (nomes dados por mim). Acompanhava-nos o namorado dela, um marinheiro de um lugre bacalhoeiro, que também visitei e onde almocei uma vez. Aos domingos, invariavelmente íamos lanchar a enormes cafés/esplanada junto a marginal e defronte do Palácio Anjos e depois visitar o Aquário Vasco Gama. Fui tantas e tantas vezes que já tratava os peixes por tu e nunca mais lá pus os pés.

                                                                 Aquário Vasco da Gama
Algumas vezes, em alturas de bom tempo, íamos piquenicar junto à capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Cruz Quebrada, que fica no alto de uma colina sobranceira ao rio e tinha espaço para jogar à bola e aos jogos infantis que jogava com a minha irmã.
Piscina do Sport Algés e Dafundo
Com umas amigas da  minha mãe, que viviam também em Algés, lembro-me de ter ido assistir a  uma competição de saltos na piscina do Sport Algés e Dafundo. Vem daí o meu interesse pela modalidade e o facto de ter assistido, recentemente, na SIC, ao "Splash  das celebridades", com grande escândalo dos meus filhos, que devem ter pensado que já estou a ficar gagá.

                                                  Actual Farol da Gibalta, do lado esquerdo da imagem

Um acontecimento que não esqueço, embora já não vivesse em Algés, foi o terrível acidente que resultou dos desmoronamento, devido à chuva forte desse dia e problemas nos terrenos onde estava implantado, do Farol da Gibalta,  em 31 de Março de 1952, que caiu sobre a via férrea do comboio Lisboa- Cascais, provocando 10 mortos e 38 feridos. O farol foi destruído e construído 30 metros  mais adiante.
Naquele tempo havia praia em Algés, bem como no Dafundo, mas não me lembro de lá ter ido alguma vez.

Bom dia !



Moreno Veloso ainda começou uma carreira na Física, domínio em que se formou, mas a música falou mais alto ou não fosse ele filho de Caetano, sobrinho de Bethânia e até afilhado de Gal.

Trajo de circo


Há uns anos fui a Moulins, ao Centre national du costume de scène (CNCS), o primeiro museu francês dedicado ao património material do espetáculo, para ver uma exposição sobre Nureyev. E valeu a pena!!!
Agora nesse mesmo local encontra-se uma exposição sobre o trajo de circo.

Marcadores de livros - 104

Frente e verso de três marcadores que juntos formam um desenho e um texto.

Frente e verso de outros três marcadores, tods editados aquando da abertura da Biblioteca Maria Keil, no Lumiar, em 2001.

Maria Keil faria hoje 99 anos.

Leituras de praia III

sem título
 Amadeo de Souza-Cardoso, Sem título, 1913, Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian 



A Casa é uma teoria volumétrica por entre a vegetação, maior do que todo o Mundo, impossível de arrumar. Por torres e telhados se levanta, paredes de cal alternando com panos de muralha, e um bestiário a habita, nela cirandando ou em torno lhe correndo, heráldicos bichos esguios, indistintos na paisagem.

Mário Cláudio, Amadeo. Lisboa: Leya, 2008, p. 7.





Janis Joplin já por aqui andou...

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pensamento ( s )



(...) A certa altura, ainda acreditei que a substituição da caridade à latina pela filantropia à anglo-saxónica constituiria um progresso, mas a coisa não pegou: nem na minha alma, nem na realidade. Até porque, nos EUA, enquanto os filantropos corriam de um lado para o outro doando uma parte dos lucros acumulados, a desigualdade social permanecia igual ou aumentara. A solução não consiste em abolir o capitalismo, mas em ressuscitar um ideal esquecido: a fraternidade. Um tempo houve em que o mundo aceitou a escravatura como a coisa mais natural do mundo. Até que um dia, a considerou moralmente indigna. Por isso acredito ser possível lutar por que a justiça social seja reconhecida como princípio organizador das nossas sociedades.

- Maria Filomena Mónica, no Expresso do passado sábado.

Frase do dia

"Já lhe disse: 'Não levas nenhumas pratas (...). 'Eu dar as minhas pratinhas à esquerda portuguesa é que não!"

Helena Sacadura Cabral, sobre o neto que se revela mais próximo da esquerda, Diário Económico.

Um quadro por dia


Jacobus Vrel, Une femme à sa lecture, 54,5x41cm.

Esta obra de um pintor holandês que viveu em Delft e Harlem de 1634 a 1662, foi vendida em Abril passado em Paris por 2,2 milhões de euros na casa Fraysse & Associés.

A nossa vinheta


Não passa de uma lenda. Mas é um símbolo de resistência ao inimigo. De resistência do Povo, que raramente figura na História, a não ser como actor secundário ao serviço dos heróis e dos grandes condutores de homens. Neste caso uma mulher varonil que toma a iniciativa de perseguir os inimigos do seu País. Portugal bem precisa deste exemplo nos tempos que correm. Os inimigos são hoje externos e internos. Com uma pá ou sem ela, precisamos de muitas Brites de Almeida para correr com eles.

Citações



(...) É difícil vermo-nos a nós próprios, sei bem. Falta a perspectiva da distância, os espelhos distorcem, o rosto com que nos olham está sempre tingido pela cor que trazem por dentro. É também por isso que me faz tanta falta o meu lugar. Sem ele, talvez acreditasse no primeiro reflexo que me apresentassem. Sem ele, talvez dependesse desses humores para imaginar quem sou.
Assim, estou preparado para atravessar o mundo inteiro. E, se mais mundo houver, mais mundo será tocado pela minha pele. Mi-nha pe-le, palavras pronunciadas sílaba a sílaba. E nenhum continente é demasiado grande ou demasiado estreito para me impedir de atravessá-lo. E nenhum detetor de metais conseguirá identificar o tamanho e os ângulos do lugar que levo comigo: amor. Repito: amor.

Eu tenho um lugar. Por isso, nunca me perco no mundo imenso. (...)

- José Luís Peixoto, na VISÃO desta semana.

Grande Lídia



Uma agradável surpresa ver um escritor português, no caso Lídia Jorge, como um dos 10 grandes nomes da literatura estrangeira na edição especial de Agosto da mais importante revista literária francófona. Por acaso, um escritor cuja obra conheço mal.

Números



E alguns prosimetronistas tb já viram, e outros irão ver. Bons números para esta película franco-portuguesa.