sábado, 19 de dezembro de 2009
Este foi a sério...
Boa noite!
PENSAMENTO DO DIA
Respondendo à " provocação " napoleónica que o JP me dirigiu ontem, a frase de hoje, em francês porque ainda é via Révillon ( têm sido racionados... ), é da autoria do Genial Corso. Não sei onde ele a escreveu e se estaria a pensar em si próprio quando a redigiu, mas é-lhe indubitavelmente aplicável...
" Les hommes de génie sont des météores destinés à brûler pour éclairer leur siècle. "
- Napoleão Bonaparte
O ano do pensamento mágico - 2
Lisboa: Gótica, 2006
€15,75
«Muitas das suas obras abordam a sua vida na Califórnia, especialmente na década de 60 em que o mundo em que cresceu "parece estar muito longínquo". Os seus retratos de teorias da conspiração, paranóicos e psicopatas (incluindo Charles Manson) são considerados património da literatura americana. Actualmente vive em Nova Iorque.» (http://www.wook.pt/authors/detail/id/35169)
O ano do pensamento mágico baseia-se em memórias suas: as mortes do marido e da filha. Em 2003, nas vésperas de Natal, a autora e o marido confrontam-se com a doença da filha que se encontra internada num hospital. Alguns dias depois, o marido morre de um AVC fulminante. Dois anos mais tarde morre a filha.
Joan Didion fala-nos do modo como encara a morte e as recordações, e como, com o passar do tempo, esse olhar se altera.
Esquerdireita
Caricatura de André Carrilho.
À esquerda da minoria da direita a maioria
do centro espia a minoria
da maioria da esquerda
pronta a somar-se a ela
para a minimizar
numa centrista maioria
mas a esquerda esquerda não deixa.
Está à espreita
de uma direita, a extrema,
que objectivamente é aliada
da extrema-esquerda.
Entretanto
extra-parlamentar (quase)
o Poder Popular
vai-se reactivar, se...
Das cúpulas (pffff!) nem vale a pena
falar, que hão-se
pular!
Quanto à maioria da esquerda
ficará - se ficar - para outro poema.
Alexandre O'Neill
(Publ. in A Luta, 1 Jul. 1976; recolhido in Coração acordeão. Lisboa: Independente, 2004, p. 134)
O'Neill faria hoje 85 anos. Obrigada, APS, por mo ter recordado.
O Ano do Pensamento Mágico
Uma peça de Joan Didion, baseada nas suas memórias
Teatro D. Maria II
até domingo
Paralelamente há uma exposição sobre Eunice: fatos, fotos, programas, etc.
Natal 2009 - 19
Adoro esta peça de Bach!
Em uma tarde de Outono
Painel de azulejos da autoria do Ferreira das Tabuletas.
Lisboa, Antigo Refeitório do Convento da Trindade, actual Cervejaria da Trindade
Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...
Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?
A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!
E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...
Olavo Bilac
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Os meus franceses - 82
Lys Gauty (1908-1994), que gravou esta canção em 1933, faz parte de uma bela colectânea, que recebi hoje como presente de Natal.
Lisboa: três impressões!
2ª Impressão:
In Memoriam - Jennifer Jones
Entre os seus filmes, os meus favoritos são o drama de tempo de guerra "Since You Went Away" (1944), o parodiado Lust in the Dust, "Duelo ao Sol" (1946), com Gregory Peck, "Portrait of Jennie" (1947), com Joseph Cotten, "Stazione Termini/Indiscretion of an American Wife" (1954), de Vittorio de Sica e com Montgomery Clift, "Love is a Many-Splendored Thing" (1955), com William Holden e o remake de "Adeus às Armas" (1957), com Rock Hudson.
A sua marca em Hollywood ficou indelevelmente ligada ao seu segundo casamento, com David O. Selznick, o poderoso produtor que contava no seu palmarés, entre outros, "E Tudo o Vento Levou" (o primeiro casamento fora com Robert Walker, actor que protagonizaria "O Desconhecido do Norte-Expresso", de Alfred Hitchcock). O poderoso Selznick teve uma participação muito activa na escolha dos filmes de Jennifer Jones, o que levou a comunidade de Hollywood a minimizar o talento da actriz (uma tendência comum -- o mesmo acontecera com Norma Shearer, mulher de Irving Thalberg).
Casou uma terceira vez, com o magnata Norton Simon. Dos seus três filhos, apenas lhe sobrevive um, do primeiro casamento.
Talvez agora seja uma boa altura para recordar o talento de Ms. Jones.
Força e carisma
Bom dia!
Um restaurante que recomendo...
http://farm1.static.flickr.com/72/198640077_b087605451.jpg?v=0
Viagem de Sabores
Rua São João da Praça, 103 (junto à Sé)
Já há muito tempo que queria experimentar este restaurante. Foi ontem: ambiente simpático e qualidade, sem gastar muito dinheiro. Um couvert diferente. Éramos três e fizemos o que fazemos muitas vezes, quando é possível. Pedimos três pratos e experimentámos de todos: asa de raia com pimenta verde e alcaparras, caril de peixe-gato e borrego enrolado em massa (não sei bem se os nomes são estes). Tudo excelente. Recomendo.
Um livro para ... : João Soares
O livro que agora a Taschen publica documenta exaustivamente as ideias de Kubrick, e são na verdade vários livros num- a encadernação que vemos é na prática uma caixa, e é o fruto do trabalho de três anos da historiadora do cinema Alison Castle. E quanto a actores, ficamos a saber que o actor pensado por Kubrick para o protagonista era David Hemmings e Audrey Hepburn como Josefina.
- Stanley Kubrick' s Napoleon, The greatest movie never made, edição limitada trilingue de 1000 exemplares, €500, Taschen.
Um livro para ... : Filipe Vieira Nicolau
Um livro para ... : MLV
Um livro para ... : JP
Natal 2009 - 18
"Grown-Up Christmas List", música de David Foster e letra de Linda Thompson-Jenner (1990).
Versão de Barbra Streisand de 2001, no álbum "Christmas Memories".
Marionetas em Alcobaça
Inaugura amanhã , pelas 17h, no Mosteiro de Alcobaça, uma exposição comemorativa dos 12 anos da S.A. Marionetas , comissariada pelo Jorge Pereira de Sampaio.
A exposição estará patente até 19 de Fevereiro de 2010.
Seis Paisagens Significativas!
A. S.: Escolhas Pessoais XI
Retrato de Ramalho por Columbano
José Duarte Ramalho Ortigão (1836-1915) nasceu no Porto, cidade onde veio a iniciar a sua carreira de homem de letras, como jornalista. Esteta, ginasta, andarilho incansável, e elegante prosador, cedo se distinguiu pela vivacidade dos seus escritos e comentários. Homem de princípios, chegou a bater-se em duelo com Antero de Quental, para desafrontar o nome de Feliciano de Castilho, por causa da polémica “Bom senso e Bom gosto”. Em parceria com Eça de Queiroz escreveu O Mistério da Estrada de Sintra e a parte inicial de As Farpas, que depois continuou a publicar sozinho. Da sua lavra, exclusivamente, são A Holanda e Praias de Portugal, entre outras obras, em que o apontamento certeiro e pitoresco, o olhar perspicaz e bem humorado denunciam a sua vocação natural de jornalista. Tradicionalista, monárquico até ao fim (D. Carlos, o Martirizado que publicou pouco depois do regicídio), senhor de um nacionalismo saudável e aberto, deixou notas inconfundíveis sobre o folclore, a arte popular e os costumes portugueses da época. São dele os excertos que se seguem, insertos em As Farpas, a propósito do Natal, e do intenso movimento mercantil que o antecede:
“…Lisboa prepara neste momento a festa do Natal.
Grandes rebanhos de perus, enrabeirados de lama, espalham no macadame as suas manchas movediças e escuras, de reflexos de aço, adornadas de florescências brancas e vermelhas dos moncos. Pessoas idóneas pastoreiam esses galináceos, guiando-os a golpes de cana por entre as rodas dos trens e por entre as pernas dos viandantes. Na compra destes perus convém escolher os mais teimosos: à força da cana, são os mais tenros.”
“… Os restaurantes empilham em exposição as perdizes, as galinholas, os patos bravos, os pastelões de presunto e vitela, os tímbales de frango misturados de “champignons”, e os ventres loirejantes e amanteigados dos perus embutidos de trufas, no meio de gargalos de prata de Champagne e das garrafas pretas do Bourgogne lacradas de verde.”
“… Na Praça da Figueira, num movimento extraordinário de apetites em circulação, grunhem os leitões, cacarejam os galos e berram alvoroçados os marrecos e as galinhas, erguidos pelas asas e arrepiados nas penas do peito pelo sopro dos compradores. A caça pende em bambolins ao longo das barracas, e enquanto coelhos mansos suspensos pelas pernas, expiram fulminados com a pancada seca dada com a mão de trave sobre as orelhas, cordeiros e cabritos esfolados enxugam ao ar, abertos de cima a baixo, com um caniço em cruz metido no ventre.”
“… Todas as especialidades culinárias se anunciam: os paios de Castelo de Vide, os presuntos de Melgaço, os vinhos da Fuzeta e de Borba, as arrufadas de Coimbra, os biscoitos de Oeiras, as queijadas de Sintra, a marmelada de Odivelas, os mexilhões de Aveiro, as frutas secas de Elvas e de Setúbal, o pão de ló de Margaride, o massapão de Espanha, o caviar da Rússia, a mortadela de Itália, as “pralinés” e os” marrons glacés” de Paris, o salmão da Escócia, a “choucroute” da Alemanha…”
“… Dir-se-ia que uma indigestão nacional se prepara e que o estômago de Lisboa vai rebentar de fartura amanhã.”
Capa d’As Farpas
P.S.: Boas-Festas a Todos. Aos Residentes e aos Visitantes do “Prosimetron”!
Post de Alberto Soares.
Numa de Revivalismo: Bob Dylan - Must Be Santa
São José !
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
TRÊS DESEJOS
de entre o que mais importa
digam-me
o que deitavam fora?
Carlos Bessa (1967), Em Partes Iguais, in Poemário, 2009, Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.
Uma ronda pelas melhores sobremesas
Sismo - 2
Quando visitei o Mausoléu dos últimos Reis de Marrocos, em Rabat, "venderam-me" a ideia de que as ruínas da Mesquita tinham sido consequência do terramoto de 1755. Senti uma proximidade grande entre este mar de colunas quebradas e o que teria sido a antiga baixa lisboeta em destroços.
Eu e o processo Casa Pia...
" (...) um dos crimes imputados ao embaixador Jorge Ritto terá ocorrido num determinado prédio da Alameda D.Afonso Henriques, em Lisboa. Mas os depoimentos em julgamento levaram os juízes a admitir que os supostos abusos tivessem sucedido noutro edifício. Vai daí, o advogado do diplomata requereu ao tribunal que instruísse a PSP para localizar e notificar os porteiros e dois inquilinos por andar de todos os prédios de número ímpar daquela artéria lisboeta (...) "
Sendo deferida esta pretensão da defesa, e uma vez que moro num prédio ímpar da dita Alameda, o melhor é ir-me preparando. Eu e a minha quase octogenária porteira. Se estiverem câmaras presentes, talvez aproveite para falar da desactivada Fonte Luminosa. Passam os meses, e ninguém explica. Pensando melhor, até é de aproveitar para meter uma cunha ao Ricardo Sá Fernandes para ele dar uma palavrinha ao irmão vereador...
Auto-retrato(s) - 40
Citações - 53 : Duas figuras da década
- Ricardo Araújo Pereira, Balanço de uma década , na Visão de hoje ( que é um número para guardar ).
Natal 2009 -17
Uma escolha de Miss Tolstoi
O ANJO
Tive um Sonho! Que adivinha?
Era eu virgem Rainha:
Guardada por Anjo amável:
Dor sem razão, inconsolável!
Eu chorava dia e noite,
Ele limpava-me as lágrimas,
Eu chorava noite e dia,
Dele o coração escondia.
Abriu asas e fugiu:
A manhã corou rosada:
Sequei o pranto & escudei
Meu medo em lanças de lei.
Em breve o Anjo voltou;
Veio em vão, eu estava armada:
Pois fugira a mocidade,
Cabelo branco me cobrira.
William Blake
Trad. Manuel Portela
Retirei esta «Escolha de Miss Tolstoi» de um comentário que ela fez à nossa nova vinheta.
1970 : Andy Williams
Notícias do dia - 2
Notícias do dia - 1
Pintar a solidão - 14
Este quadro de N.C. Wyeth ( 1882-1945 ), um dos maiores ilustradores da História dos Estados Unidos, faz parte de uma série de 14 telas que serviram de base a uma edição ilustrada do livro homónimo de Defoe, publicada em 1920 pela Cosmopolitan Book Corporation.
Nesta série dedicada à pintura da solidão, não podia faltar a solidão do náufrago, hoje fenómeno raro, mas que durante séculos atormentou mais ou menos duradoiramente quem se aventurava pelos oceanos. E o mais conhecido náufrago da ficção é certamente Robinson Crusoe. Li e reli na adolescência, e ainda hoje guardo essa edição, a obra-prima de Daniel Defoe, inspirada pelo caso verídico do marinheiro Alexander Selkirk, naufragado nas Ilhas Juan Fernandez se a memória não me atraiçoa. E os naufrágios solitários à la Defoe sucederam-se nos séculos seguintes com as chamadas robinsonadas, por si só um género literário, que chegaram até ao século XX com naufrágios espaciais...
Na pintura, o tema suscitou interesse: há um desenho do Gabriel de Saint-Aubin no Louvre intitulado Robinson tenant le parasol, datado logo do séc.XVIII, e uma das minhas hipóteses para ilustrar esta solidão foi o quadro de Carl Offerdinger de 1880 intitulado Robinson e Sexta-Feira,que é talvez demasiado políticamente incorrecto, dada a atitude subserviente de Sexta-Feira, para o nosso gosto contemporâneo.
Quanto ao quadro que está supra, foi vendido juntamente com os outros 13 no início deste mês na Christie's de Nova Iorque dado que o seu proprietário desde os anos 20, a Wilmington Institute Library , precisava de dinheiro para se manter...
Onde gostava de morar de vez em quando!
xx
Na Rue de Richelieu encontramos Molière, mesmo próximo do meu parquezinho !
Numa de Revivalismo: Pink Floyd Merry Xmas Song ( Merry Christmas Song)
HINO ÓRFICO À NOITE
Noite, fonte universal.
Ó forte divindade ardendo com as estrelas. Sol negro,
invadida pela paz e o tranquilo e múltiplo sono,
ó Felicidade e Encantamento, Rainha das vigílias, Mãe do sonho,
e Consoladora, onde as misérias repousam as campânulas de [sangue,
ó Embaladora, Cavaleira, Luz Negra, Amiga Geral,
ó Incompleta, alternadamente terrestre e celeste,
ó Arredondada no meio das forças tenebrosas,
leve afastando a luz da casa dos mortos e de novo te afastando tu [própria.
A terrível Fatalidade é a mãe de todas as coisas,
ó Noite Maravilhosa, Constelação Calma, Ternura Secreta do [Tempo,
escuta, ó Indulgente Antiga, a imploração terrena,
e aparece com teu rosto obscuro e lento no meio dos vivos [terrores do mundo.
Poema grego, versão de Herberto Hélder
In: Rosa do mundo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, p. 429-430
Depois de jantar num restaurante brasileiro...
Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão
Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
Isso que acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O Natal na igreja de Saint-Eustache!
Presépio