sábado, 18 de abril de 2009
Desafios...
As 7 Maravilhas de Origem Portuguesa
Desde quinta-feira que já se pode votar para eleger as 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo de um conjunto de 27 propostas. O primeiro a votar foi o Homem Invisível, perdão o Ministro da Cultura, Dr. Pinto Ribeiro. Os resultados serão divulgados a 10 de Junho.
Informações em http:/www.7maravilhas.pt
No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
L'amour est un bouquet de violettes
Uma delas foi adaptada a filme Violetas imperiales (1952, por Richard Pottier).
Não me parece que seja um ramo de violetas o que a menina dá ao Poeta... mas fica o poético da situação.
Luis Mariano
SONHO
Desenho de Júlio, da série Poeta.
A tua cara na minha
e eu a ouvir-te falar,
como um longo ecoar,
como um fundo devir…
Como um vago sorrir
após muito ansiar…
Já basta de sonhar,
são quase horas de acordar!
Saul Dias
In: Obra poética. 2.ª ed. aumentada. Porto: Brasília, 1980, p. 235
Há muito tempo que não lia Saul Dias. Ontem, depois de ter lido uma notícia no jornal, resolvi pegar no livro. Escolhi este poema e um desenho dele.
A política para a droga
" (...) Como pai e como cidadão, fico aterrado: não conseguiria ( mesmo que quisesse ) estar o dia inteiro atrás de cada filho para evitar a visita do angariador de novos clientes. E estes angariadores são a praga que não se consegue banir nem evitar. O angariador, oportunista da fraqueza de um filho nosso, estará à espreita e pode ganhar a batalha: toda a responsabilidade em dizer não está no nosso filho. Demasiada responsabilidade para uma criança em crise e todas passam por momentos de crise. Por outro lado, a guerra à droga por mecanismos tradicionais abriu falência. Para quem ainda tenha dúvidas veja o filme Traffic, para ilustração do que se passa. As cadeias estão cheias mas a ilusão é total.
Os recursos policiais ( e mesmo militares ) e os custos financeiros no combate ao tráfico de droga são astronómicos mas nada quando comparados com os recursos dos carteis da droga. Ainda assim, valeria a pena se a guerra estivesse a ser ganha; infelizmente, não é o caso. E aí está o problema. Sempre que há sucessos no combate ao tráfico de droga, o preço da droga sobe no retalho, ou seja nas ruas, o que naturalmente aumenta a taxa de lucro dos passadores e traficantes de droga, incentivando ainda mais o comércio da droga. As vitórias na repressão à droga contêm em si a sua própria destruição: fazem aumentar a taxa de lucro do tráfico.
Uma política alternativa tem de ser pensada, discutida por todos: psicólogos, médicos, economistas, especialistas da droga e, naturalmente, políticos. São estes que têm que decidir. Há riscos que têm de ser avaliados, sem populismos, sem assustar as pessoas, sem demagogias. Lembro-me que o populismo foi tremendo, quando deixou de ser crime o consumo ( apenas o consumo ) da droga. Ou seja, a toxicodependência deixou de ser crime para ser uma doença. Hoje, ( veja-se o Finantial Times do dia 13 de Abril ) Portugal é citado como um exemplo a seguir.
Avalie-se, também, o exemplo suiço, em que a droga deixou de ser comprada na rua, para ser adquirida na farmácia com receita médica. Poupam-se milhões que podem ser canalizados para a recuperação dos toxicodependentes que estejam dispostos a tal. Deixa-se o passador sem negócio porque quem de facto precisa dela pode adquiri-la na farmácia, sem misturas mortais e sem seringas infectadas. Mais, deixa de haver o angariador toxicodependente porque não necessita de clientes porque pode obter a droga na farmácia. E se contaminasse mais um colega ele não ganharia nada com isso, ninguém lhe quereria comprar nada no futuro. A profissão desapareceria. Mas, acima de tudo, levávamos à ruína os cartéis da droga que financiam o terrorismo na América do Sul, o terrorismo dos radicais do Afeganistão e o terrorismo nas nossas famílias. Matamos o mal onde ele está.
Um especialista em droga, doutorado numa boa universidade americana, dizia-me que, com o processo das mãos-limpas em Itália, descobriu-se que a máfia financiava campanhas contra a despenalização do comércio da droga. Pessoas bem intencionadas e que pensavam estar a combater a máfia da droga estavam ingenuamente e apenas a assegurar-lhe um futuro próspero.
E temos de repensar a abordagem do combate à droga enquanto as instituições não estejam contaminadas, pois o tráfico de droga corrompe a polícia, a justiça e o sistema político. Amanhã pode ser tarde demais. "
- Luís Campos e Cunha, Droga de leis, no PÚBLICO de ontem.
A fragilidade das flores e Brel!
A Juntar a estas flores coloco uma canção de Brel que nos fala de flores e bombons!
Les Bonbons (versão de 1964)
Cartas a Um Jovem Poeta, Rainer M. Rilke 2.
“A segunda coisa de que lhe queria falar é a seguinte: de todos os meus livros, poucos me são indispensáveis: duas obras, porém, estão sempre ao meu alcance onde quer que me encontre. São estas a Bíblia e os livros do grande poeta dinamarquês Jens-Peter Jacobsen. A propósito: conhece as suas obras? Ser-lhe-á fácil obtê-las. Uma parte, muito bem traduzida, foi editada pela “Bibiloteca Reclam”. Veja se consegue o pequeno volume Seis Novelas e o romance Niels Lyhne. Comece pela primeira novela, intitulada Mogens. Arrebatá-lo-á um mundo – a felicidade, a riqueza, a insondável grandeza de um mundo. Viva algum tempo nestes livros, aprenda com eles o que, a meu ver, vale a pena aprender, mas, sobretudo, ame-os. Este amor ser-lhe-á mil e mil vezes retribuído e, dê a sua vida as voltas que der, atravessará, tenho a certeza, o tecido da sua alma, como fibra essencial confundida com as voltas que der, atravessará, tenho a certeza, o tecido da sua alma, como fibra essencial confundida com as das suas experiências, das suas decepções e das suas alegrias.
Se tivesse de dizer com quem aprendi alguma coisa da Natureza criadora, das suas fontes e das suas leis eternas, apenas dois nomes poderia citar: o de Jacobsen, o grande, grande poeta, e o de Augusto Rodin, esse escultor sem rival ente todos os artistas de hoje.
Que tudo lhe corra sempre bem, meu caro sr. Kappus, é o que lhe deseja do coração o seu
RAINER MARIA RILKE
Viareggio (Pisa, Itália), 5 de Abril de 1903”.
Rainer Maria Rilke, Cartas a um Jovem Poeta: Lisboa, Contexto, 2000, p.22-23.
Amor vivo
Amar! mas dum amor que tenha vida…
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida…
Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser – e não só beijos
Dados no ar – delírios e desejos –
Mas amor… dos amores que têm vida…
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia…
Nem murchará do sol à chama erguida…
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores… se têm vida?
O mesmo poema, com variantes:
Amar! mas duns amores que têm vida…
Não serão vagos, trémulos harpejos,
Não serão só delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida…
Hão-de ver! e, como a luz fundida
Penetrar o meu ser – não serão beijos
Dados no ar – delírios e desejos –
Mas amor… dos amores que têm vida…
Com eles hei-de andar no mundo: o dia
Não pode vir fundi-los nos meus braços
Como névoas ideais de fantasia.
Nem os dissipa o sol co’a luz erguida…
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores… se têm vida?
Antero de Quental
In: Sonetos. Lisboa: Marujo, 1986, p. 55, 172
Quanto a mim, prefiro a primeira versão aqui apresentada.
Antero faria hoje 167 anos.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Coimbra 69
Quando chegou a época de exames, era assim que os fura-greves iam fazer exames.
Antiguidades na Cordoaria Nacional
Trova do Vento que Passa! Adriano Correia de Oliveira
"(...)
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não".
Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!
Faz hoje, 17 de Abril, 40 anos que os estudantes de Coimbra se revoltaram quando Américo Tomás, acompanhado pelo ministro da educação José Hermano Saraiva vão a Coimbra inaugurar o novo edifício universitário das Matemáticas.
Ateus contra Cavaco
A Associação Ateísta Portuguesa manifestou-se "absolutamente indignada" pelo facto de Cavaco Silva ter aceite fazer parte da comissão de honra da canonização de D.Nuno Álvares Pereira, cerimónia que se realiza no próximo dia 26, em Roma. Diz a AAP que se assim se estabelece " uma confusão entre as funções de Estado e os actos pios de foro individual". Será que a Associação não sabe que é da praxe estarem presentes autoridades do país de origem de quem é canonizado?
Cinenovidades - 39 : Um Amor de Perdição
A força da poesia
Ian McEwan no CCB
A crise e as obras públicas
- Vítor Bento, na VISÃO de ontem.
Flores que se comem - 2
Paco De Lucia, John Mclaughlin et Al Di Meola!
Mediterranean Sundance Friday Night in San Francisco
Amazing
Tabuleta...
Cartas a Um Jovem Poeta. Rainer Maria Rilke.
Primeiro, da ironia. Não se deixe dominar por ela, sobretudo nos seus momentos de aridez. Nos momentos criadores esforce-se por utilizá-la como mais um meio de prender a vida. Utilizada pura, a ironia também é pura e não envergonha. Se sente por ela demasiada inclinação, se teme entre si e ela uma intimidade crescente, volte-se para coisas grandes e graves diante das quais ela se torne pequena e como que perdida. Desça às profundidades, a ironia não vai até lá. Se, porém, o acompanhar até à beira da grandeza, veja se corresponde a uma necessidade do seu temperamento. Sob acção das coisas graves, ou se desprenderá de si (neste caso era apenas acidental) ou, sendo verdadeiramente inata, se transformará também em instrumento precioso, tomando o seu lugar no conjunto dos meios de que deve formar a sua arte”. (continua)
RAINER MARIA RILKE
Viareggio (Pisa, Itália), 5 de Abril de 1903.
Rainer Maria Rilke, Cartas a um Jovem Poeta: Lisboa, Contexto, 2000, p.21-22
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Uma lição: Nunca se deve julgar um livro pela capa!
Numa gala seguida por 11,3 milhões de pessoas - e que entretanto se tornou num fenómeno de visitas no YouTube -, Susan Boyle cantou I Dreamed a Deam, do musical Os Miseráveis.
De acordo com a BBC, Susan tinha já revelado num dos programas que começou a cantar quando tinha 12 anos, "quando cantava em coros e concertos da escola". Desde então apenas teve como palco alguns bares e discotecas"
DN de 16 de Abril de 2009.
Lendo os outros
Pagamento na proporção
Curiosidade do dia
Correio interno - 3 : Lembrete
E o local escolhido é o restaurante Doca do Espanhol, na Doca de Alcântara, pelas 14h. Darei mais pormenores por correio electrónico. Entretanto, recomendo uma novena a S.Pedro...
Os "classificados"
|
Dos Almanaques - 1
Hoje escolhi uma
QUADRA
Se queres meu coração
Hás-de ir ao fundo do mar.
Eu não sou concha da praia,
Que se apanhe a passear.
Urbano de Castro
Personalidades que admiro 2, António Damásio.
António Damásio nasceu em Lisboa, em 1944, licenciou-se em Medicina na Universidade de Lisboa, onde se doutorou. O tempo que passou em Boston no Centro de Investigação de Afasia foi frutífero para desenvolver a sua ciência acerca da consciência. Actualmente é professor na Universidade Central de Medicina de Iowa.
As ferramentas que hoje estão ao dispor dos neurologistas permitiram-lhe tirar conclusões até aqui impensadas. A obra que o tornou célebre foi o Erro de Descartes mas a que eu elejo é O Sentimento de Si: O corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência, livro que li há uns anos e do qual gostei imenso. Neste livro desenvolve a ideia original de que as emoções fazem parte de um grande sistema de regulação biológica e que este sistema está intimamente ligado à emergência da consciência:
"A consciência é a função biológica crítica que nos permite conhecer a tristeza ou a alegria, sentir dor ou prazer, sentir vergonha ou orgulho, chorar a morte ou o amor que se perdeu.
A consciência é, com efeito, a chave para uma vida examinada, para o melhor e para o pior; é a certidão que nos permite tudo conhecer sobre a fome, a sede, o sexo, as lágrimas, o riso, os murros e os pontapés, os fluxo de imagens a que chamamos pensamento, os sentimentos, as palavras, as crenças, a música, a poesia, a felicidade e o êxito."
Neste estudo concluiu que a neurociência não começou por estudar fenómenos simples, começou por compreender coisas muito, muito complexas e depois, a pouco e pouco, chegou às coisas mais escondidas, que são também complexas, mas que são ao mesmo tempo mais simples.
António Damásio - O Sentimento de Si: O corpo, a emoção e a neurobiologia da consciência, Lisboa: Europa – América, 2000, p. 23 e 28-29
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Uma leitura de "Salazar o maçon"
E, no fundo, apesar dos atropelos à doutrina e prática maçónicas, Salazar até, ao construir um regime à sua exacta medida e das suas ambições de poder pessoal, inscreveu na Constituição de 1933 as liberdades formais (que depois suspendeu com outras normas) e o Estado Novo era uma democracia, embora orgânica…
Casamento canino
Centenário do Congresso Municipalista
Faz amanhã 100 anos que abriu, em Lisboa, o Congresso Municipalista, presidido por Anselmo Braamcamp Freire. A Câmara Municipal de Lisboa vai evocar o acontecimento cpm diversas actividades, com destaque para uma exposição.
Espanha em 2º lugar na aprovação do divórcio
Curiosidade do dia
No estudo em que foram efectuados testes a 20 pessoas no momento de receberem uma carícia no antebraço analisou-se a reacção do C-tactile, um tipo de fibra nervosa que se activa unicamente quando a carícia é produzida à velocidade acima mencionada: entre 4 a 5 centímetros por segundo. Nem mais nem menos.
Por outras palavras: foi testado o nervo do prazer!
Ainda Emma Thompson...
<
Encontro com o cinema britânico: Emma Thompson
Emma cresce num ambiente familiar criativo e alegre: os seus pais, Eric Thompson e Phyllida Law, são ambos actores (Emma viria a contracenar com a mãe em vários filmes posteriormente). Estuda Literatura Inglesa em Cambrigde, onde integra o famoso Footlights Group, berço de alguns dos artistas que compuseram os Monty Python.
Os primeiros passos artísticos dão-se nos anos 80: Thompson estreia-se em programas de rádio na BBC e nalguns comedy shows televisivos. Torna-se conhecida do público londrino em 1985 na adaptação de Me and My Girl no West End, juntamente com Stephen Fry, um dos companheiros dos tempos do Footlights Group. O sucesso em palco leva a BBC a convidá-la para o papel principal da série Fortunes of War em que Thompson e Kenneth Branagh interpretam um casal inglês expatriado na Roménia durante a Segunda Guerra Mundial. A jovem Emma é galardoada com o BAFTA, e a partir deste momento, inicia uma carreira cinematográfica internacional notável. Seus papéis abrangem um universo vasto e diversificado de interpretações: quer em produções Merchant-Ivory, inconfundivelmente british, quer em grandes produções de Hollywood, a actriz convence pelo seu talento e seu charme.
Menos conhecidas, mas nem por isso menos impressionantes, serão as interpretações em Much ado about nothing (1993) e, sobretudo, em Carrington (1995): sob a direcção de Christopher Hampton, vemos Emma Thompson como pintora Dora Carrington, pouco conformista com os padrões da era victoriana, num relacionamento, pouco conformista igualmente, com o escritor Lytton Strachey (Jonathan Pryce). Emma Thompson e Carrington – verdadeiros superlativos!
Imagens: Emma Thompson; The remains of the day (1993), com Anthony Hopkins; Much ado about nothing (1993), com Kenneth Branagh; Sense and Sensibility (1995), com Kate Winslet
O que estou a ler - 3
Flores que se comem - 1
A imprensa em Portugal...
«- Homem! Descomponha-me!» dizia-me há tempos um autor que me tinha oferecido um livro, de que não me ocupei.
João Chagas
Estreia no São Carlos: Agrippina!
terça-feira, 14 de abril de 2009
Henry Lee, Nick Cave and PJ Harvey!
Nicholas Edward Cave, Nick Cave, é australiano, músico de rock alternativo, argumentista, pintor e ocasionalmente actor. Nas suas músicas aborda temas como a morte, o amor, a América e a violência.
Ele é mais conhecido pelo seu trabalho na banda rock: "Nick Cave And The Bad Seeds" constituída em 1984.
SOMETHING'S GOTTEN hold of my heart
"The Maker Makes", Rufus Wainwright!
Gosto muito da sua voz.