sábado, 16 de agosto de 2008
A lenda e o mito
Sobre o riso
É sinal da nossa fraqueza, da nossa radical incompreensão do mundo e da nossa impotência perante a morte. E da aceitação de tudo isso. Uma pessoa que sabe rir não consegue, por vezes, parar de rir. É como se uma força se apoderasse dela.
Quando alguém é incapaz de dar uma gargalhada, fico desconfiado. As pessoas que não riem são aquelas que só riem nas nossas costas. "
- Paulo Moura, PÚBLICO, 15 de Agosto de 2008
Jardins Históricos de Oeiras
Jardim do Palácio Marquês de Pombal, Oeiras - dia 23 de Agosto;
Jardim da Cascata da Quinta Real de Caxias - dias 30 de Agosto, 6 e 13 de Setembro.
O horário é das 17h30 às 19h30.
Mais informações: Posto de Turismo de Oeiras- 214 408 781 ou www.cm.-oeiras.pt
Frederico da Prússia: o Anti-Maquiavel
Frederico da Prússia, O Anti-Maquiavel, tradução de Carlos Eduardo Soveral, Guimarães Editores, Fevereiro 2000
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Companheiros, não direi que aborrecido
Verão de 1964
Não querendo desvirtuar o “objecto social” deste blogue, não resisto contudo a partilhar esta canção com os estimados leitores: um grande êxito de 1964 em que o Festival de Sanremo produziu “obras” notáveis. A vencedora aparece fugazmente logo no início do video, bem acompanhada de dois ícones da música francesa ... Reconhecê-los-ão certamente...
Santa Maria Assunta - a catedral de Spoleto
Após a destruição da antiga igreja por Frederico Barbarossa em 1155, rapidamente se iniciaram as obras para a edificação do novo Duomo românico que foi consagrado à Virgem em 1198 por papa Inocêncio III.
A fachada com oito rosetas vitrais, belíssimo exemplo da simplicidade românica, destaca-se pelo mosaico central de 1207 da autoria de Solsternus, representando Cristo com Nossa Senhora e S. João.
As profundas alterações do interior no estilo barroco, a que escapou apenas a abside, foram ordenadas pelo papa Urbano VIII em 1638. Graças a intervenções recentes, foi restaurada uma preciosidade dos primórdios da pintura italiana: um magnífico crucifixo pintado por Alberto Sotio (1187) que marca o início de uma vida artística própria na Úmbria.
Fotos de Spoleto da autoria de Massimo Mantellini e Nina Volare
Ne me quites pas
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Saudades...
Vamos a ver se chega... estou a usar o telemóvel. Envio um abraço para todos e votos de boas-férias. O pequenino é o Baltazar, nasceu na Páscoa.
Audeguy - 5
Si de tous les héros antiques Ulysse est celui qui nous touche encore plus profondément, c'est qu'il est le héros de la ruse, c'est-à-dire du détour, de l' oblique, de l'intelligence technique, de l' esquive. Il doit sa survie á ces douceurs : Achille, lui, est mort depuis longtemps, là- bas, à Troie.
- Stéphane Audeguy, Petit éloge de la douceur , Gallimard, 2007.
No próximo sábado
Ainda sobre o Cáucaso
O que estou a ler
Aqui fica um " cheirinho " da introdução :
" (...) Il était déjá clairement apparu qu' avec la chute du mur de Berlin on marchait à reculons, au moment où la géographie politique de l' Europe et de l' Asie était radicalement modifiée. Les éditeurs d' atlas avaient dû mettre au pilon toutes leurs réserves, rendues obsolètes parce qu' y figuraient l' URSS, la Yougoslavie, l' Allemagne de l' Est et autres monstruosités; ils avaient dû s' inspirer des atlas publiés avant 1914, avec leur Serbie, leur Monténégro et ainsi de suite. "
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Mais uma voz esquecida
- Fernanda de Castro , Ao Fim da Memória, II vol. (1939-1987) , Verbo, 1987, 70.
Intervalando as leituras de férias, reli o segundo volume das belas memórias de Fernanda de Castro, mulher de cultura e cidadã hoje praticamente esquecida. Das comoventes páginas sobre a morte do seu marido, António Ferro, até ao surpreendente convívio com Natália Correia e José Carlos Ary dos Santos, fica-nos um fascinante retrato do que foi a vida desta poetisa, dramaturga, tradutora e romancista.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Mont Saint-Michel
Durante o século X, monges da ordem de S. Bento passaram a residir na abadia que, situada no topo do monte, de acordo com a tradição beneditina, percorreu várias fases de construção: o interior românico da igreja foi enriquecido por um coro gótico e uma torre que, com o seu estilo gótico flamboyant, coroa o enorme rochedo.
As edificações da aldeia à volta da abadia pouco alteraram o seu visual exterior desde o século XIV (exceptuando, evidentemente, os “adornos” assustadores, próprios da gastronomia e da industria turística do século XXI…).
O jogo das marés que, ora separam, ora ligam o Mont Saint–Michel do / ao continente, tornou este destino de peregrinação num local mítico para a cristandade da Idade Média: aqui acabava a terra, a abadia representava o espelho terrestre de uma Jerusalém celeste.
A forte edificação serviu de ponto estratégico militar ao longo dos 13 séculos, em particular contra os ingleses durante a Guerra dos Cem Anos.
Hoje em dia, os inimigos não são de índole bélica. Os milhares de turistas que diariamente “invadem” o rochedo e a poluição que uma infra-estrutura turística acarreta são responsáveis pela transformação do Mont Saint-Michel num Disneyland em miniatura.
Outro perigo que assusta os cerca de 20 habitantes da aldeia, não incluindo os seis monges e as seis religiosas que aqui vivem: o braço do mar que garante a “independência” do Mont Saint-Michel corre risco de ficar assoreado. Obras de engenharia de grande envergadura estão em curso para salvaguardar a existência deste fenómeno único que, ainda que muito cobiçado pela Bretanha, é pertença oficial da Normandia.
Les marionnettes
O (a) comentador (a) anónimo (a) que recordou Christophe manifesta ter um excelente gosto.
Les marionnettes, bem ao estilo yé-yé francês dos mid-sixties, disputa o primeiro lugar com Aline.
Sobre Caravaggio e uma recomendação
Thomas Mann
Declaração conjunta dos Presidentes da Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia sobre a guerra Rússia-Geórgia
Joint statement on Georgia-Russia War by Presidents of Poland, Estonia, Latvia & Lithuania
August 9, 2008
Georgia Update, a Service of the Government of Georgia
President of the Republic of Estonia Toomas Hendrik IlvesWe, the leaders of the former captive nations from Eastern Europe and current members of the European Union and NATO– Estonia, Latvia, Lithuania and Poland – are extremely concerned about the actions of the Russian Federation against Georgia.
We strongly condemn the actions by the Russian military forces against the sovereign and independent country of Georgia.
Following the unilateral military actions of the Russian military forces, we will use all means available to us as Presidents to ensure that aggression against a small country in Europe will not be passed over in silence or with meaningless statements equating the victims with the victimizers. To this end we intend to urge our governments to take the following positions in discussions and to raise these concerns in the European Union and the North Atlantic Council:
- Can the current Russian authorities be called adequate strategic partners of the EU;
- Can the family of European democratic countries pursue a mutually beneficial dialogue with a country that uses heavy military armour against an independent country;
- It is pointlessness to continue a “visa facilitation” program with a country that does not meet even the minimal requirements set by the EU and which uses visa facilitation to issue Russian Federation passports to foreigners and then abuses this EU given privilege to claim intervention rights such as "we are protecting Russian citizens" in South Ossetia.- The actions of the Russian Federation in Georgia should influence the talks with the Russian Federation, including negotiations on the new Partnership and Cooperation Agreement.
We underline the obvious bankruptcy of Russian “peacekeeping operations” in its immediate neighbourhood. The Russian Federation has overstepped a red-line in keeping the peace and stability in the conflict zone and in protecting Russian citizens outside its own borders.
The EU and NATO must take the initiative and stand-up against the spread of imperialist and revisionist policy in the East of Europe. New international peacekeeping forces should be created as the current setting proved to be ineffective.
We regret that not granting of the NATO’s Membership Action Plan (MAP) to Georgia was seen as a green light for agression in the region.
We believe that the EU and NATO as the key organizations for European and Transatlantic stability and security should play a leading and crucial role in securing freedom, security and prosperity of countries not only in the EU but also in the neighboring European area.
It a litmus-test for the credibility of the EU and NATO to solve the conflict in its immediate neighborhood and to prove for all EU and NATO members, aspirant countries and democratic partners that it is worth being members and partners of these organizations.This Declaration is open for the accession by the leaders of other democratic countries.
President of the Republic of Latvia Valdis Zatlers
President of the Republic of Lithuania Valdas Adamkus
President of the Republic of Poland Lech Kaczyński
(reproduzido de http://georgiandaily.com/index.php?option=com_content&task=view&id=5572&Itemid=65)
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
A Austrália e as Olímpiadas
Primeiro conclave papal na Capela Sistina
Na capela, a inspiração da arte sobre temas divinos estava representada por Botticelli (com os três frescos supra-reproduzidos), Perugino e Ghirlandaio, entre outros. Claramente não foi suficiente para inspirar os trinta e dois cardeais presentes. Faltariam 16 anos (já com Júlio II na cadeira de S. Pedro) para os pincéis de Michelangelo Buonarroti começarem a dotar a capela dos intensos azuis vivos, da expressividade dos rostos, das inspiracionais ilustrações das mensagens sacras... talvez se a beleza deste 'Juízo Final' já lá estivesse o resultado do primeiro conclave tivesse sido distinto.
Il Giudizio Universale, 1536 - 1541 , Michelangelo Buonarroti, Capela Sistina, Vaticano
Guerra
Nem a guerra do Cristo nem nenhuma
Outra guerra eu aceito ou me parece
Dialecticamente inevitável
II
Falta-me a necessária
Respiração terrena
Desapareço nem rápido
Nem Lentamente
A tua voz sou eu
Estrangulado
Alberto de Lacerda, Oferenda, II, Lisboa, INCM, 1994, pp. 69 e 181
Ali e Nino
Anos Sessenta e Setenta - Uma família francesa
Mãe: Francoise Hardy - Tout les garçons et les filles
Filho: Thomas Dutronc - J'aime plus Paris
domingo, 10 de agosto de 2008
Apprendrons-nous un jour?
Companheiros, farei um poema excelente
misturará amor, prazer e fogo adolescente.
Verão de 1966
Aos nossos amigos do hemisfério sul resta apenas desejar Merry Christmas!
NINA SCHENK CONDESSA DE STAUFFENBERG: o atentado e as suas consequências
Cabe à mãe de Claus, Karoline von Stauffenberg, transmitir a horrenda notícia da morte do filho à sua nora Nina. Em Lautlingen (Sul da Alemanha), onde os von Stauffenberg passam o Verão num palácio, pertença antiga da família, Nina é confrontada com os acontecimentos de forma inesperada. À dor pela perda do marido juntam-se a angústia e o medo das consequências para os filhos.
Na perspectiva de hoje, talvez duas alternativas se afigurem a Nina: ou se decide pela fuga imediata, antes de a Gestapo a encontrar, ou aceita a situação e permanece em Lautlingen. Opta por ficar e enfrentar o seu destino.
Aos filhos mais velhos, Berthold e Heimeran, dá a triste notícia da morte do pai. Antevendo os interrogatórios pela Gestapo, Nina acrescenta o seguinte: “O vosso pai errou, por isso foi fuzilado”. O luto pelo falecimento do pai mistura-se com a tremenda dificuldade de entender o porquê de Claus von Stauffenberg, herói aos olhos dos filhos, ter cometido um erro tão grave.
Tal afirmação deveria proteger os filhos: ao admitir à Gestapo que o pai fora executado por culpa própria, talvez os quatro escapassem às piores represálias. Nina “ensina” outra frase aos filhos que, muito rapidamente após o atentado, corre a Alemanha: “A Providência salvou o nosso querido Führer”.
À volta de todo o desespero, há, contudo, uma boa nova: Berthold e Heimeran terão em breve um irmão (ou irmã). Vida e morte parecem fiéis companheiros nestes dias.
A situação em que Nina se encontra deve ser inimaginável: pensa e repensa sobre qual a melhor estratégia a seguir no inevitável confronto com a Gestapo. A incerteza sobre o futuro dos filhos apavora-a. Nina conhece o procedimento “habitual” do regime em relação aos filhos de adversários políticos: ou são deportados para um campo de concentração ou entregues para adopção. Nina está consciente de que o aparato nazi fará todas as diligências para exterminar a “estirpe” dos von Stauffenberg. A ideologia nazi impõe a chamada Sippenhaft, ou seja, a extinção de toda uma família de que provém o opositor ao regime. De facto, a 3 de Agosto de 1944, Heinrich Himmler, o Reichsführer da SS, viria a anunciar que “a família Stauffenberg será extinta até ao último membro.”
As horas intermináveis são abruptamente interrompidas quando, na madrugada de 23 de Julho, a Gestapo bate à porta. Nina despede-se dos seus filhos, sem saber se alguma vez voltará a vê-los.
A condessa permanece, durante oito dias, numa prisão em Rottweil, a trinta quilómetros de Lautlingen. Segue depois para Berlim, onde é detida numa prisão próxima de Alexanderplatz. As condições são “indescritíveis”, recorda Nina que, detida por motivos políticos, permanece em prisão solitária durante algumas semanas. As poucas condescendências com que pode contar devem-se à sua gravidez. Nina sai da prisão apenas para se submeter a vários interrogatórios na central da Gestapo na Prinz-Albrecht-Strasse.
A Gestapo tenta obter informações sobre outros conspiradores ou planos subversivos. Nina desempenha, de forma convincente, o papel de mulher doméstica, nunca envolvida em questões políticas. Afirma nunca ter tido conhecimento das intenções do seu marido.
Ao fim de três semanas, conclui a Gestapo que Nina em nada está relacionada com o atentado.
Mas o martírio continuaria. Sem saber o paradeiro dos seus filhos, da sua mãe e da sua sogra, Nina von Stauffenberg é deportada para o campo de concentração de Ravensbrück em finais de Agosto de 1944.
To be continued
Nota: ao referir a deportação da condessa, não tenciono de todo criar algum “suspense”, como se de um romance policial se tratasse. As circunstâncias em que a condessa se encontrava são naturalmente demasiado sérias para tal propósito. Em meu entender, seria excessivamente extenso o relato do martírio de Nina num único post.
Mi Buenos Aires querido!
Placido Domingo e Daniel Barenboim recordam Gardel
Feliz Natal!
Passei o fim-de-semana com amigos em Melbourne e como parte das festividades eles fizeram um brunch de Natal, com decorações a rigor, Judy Garland a cantar "Have Yourself a Merry Little Christmas", tartes de ricota e mil outros ingredientes que nem me atreveria a descrever, biscoitos, scones, árvore, "Miracle on 34th Street", breakfast tortillas, Mimosas, "It's a Wonderful Life", champanhe, Bing Crosby a cantar "White Christmas", meias penduradas na chaminé... e 5º lá fora. Os comes e bebes foram sensacionais, com a maestria do chef Ryan a ocupar-lhe grande parte do dia e da noite de ontem e da madrugada de hoje, e com resultados gabados por todos.
Deste lado do mundo vive-se o ambiente dos Natais do hemisfério norte -- e os estrangeiros residentes aculturam-se trazendo o Natal para os momentos mais adequados. Este ano já vou na minha segunda festa de Natal! A primeira foi bávara, em Sydney, no mês passado. Desta feita, foi um mote Sulista norte-americano, com um alegre grupo de norte-americanos, ingleses, australianos ... e um português.
Mário Cesariny : Há uma hora, há uma hora certa
Video feito por Mariana Cruz para a Biblioteca Municipal Oeiras no âmbito do Estágio do Curso Multimédia (Escola Secundaria Quinta do Marquês)