sábado, 13 de dezembro de 2008
Curiosidade do dia
Ora aqui está um objecto imprescindível para quem gosta de cozinhar. Mas esta não é uma panela qualquer; em aço inox com tampa e pegas em ouro (quase um quilo) e mais de 200 diamantes incrustados. É da marca alemã Fissler e está à venda no Harrods, em Londres (só por encomenda), pela módica quantia de 122 mil euros. Luxo é luxo... mesmo ao fogão.
Os queques da Panificação do Chiado
De chocolate, aveia, cenoura, mármore, uva e nozes, canela e maçã - com pedaços desta fruta na parte de cima do bolo e um travo não muito doce são assim os queques da Panificação do Chiado. Para todos os gostos e as receitas nunca são repetidas todos os dias, para que quem lá vá possa deliciar-se com bolos diferentes, afirma o gerente da loja. Se a Panificação do Chiado já é tida como uma das melhores padarias de Lisboa, de certeza que as suas doces propostas fazem jus à fama da casa.
Panificação do Chiado
Calçada do Sacramento, 26-32
Lisboa
Queque: 0,90 euros
Panificação do Chiado
Calçada do Sacramento, 26-32
Lisboa
Queque: 0,90 euros
Jorge Luís Borges
Foi ontem inaugurado, no Jardim do Arco do Cego, em Lisboa, um memorial a - Jorge Luís Borges (1899-1986) –“ Uma nuvem de mármore, simbolizando a imaginação, e a mão de Borges, retirada de um molde feito em vida pelo escultor argentino Federico Brook” – e parte do poema “Los Borges”, numa iniciativa da Casa da América Latina e da Câmara Municipal de Lisboa. Uma justa homenagem ao grande escritor argentino de origem portuguesa.
Los Borges
Los Borges
Nada o muy poco sé de mis mayores
portugueses, los Borges:
vaga gente que prosigue en mi carne, oscuramente,
sus hábitos, rigores y temores.
Tenues como si nunca hubieran sido
y ajenos a los trámites del arte,
indescifrablemente forman parte
del tiempo, de la tierra y del olvido.
Mejor así. Cumplida la faena,
son Portugal, son la famosa gente
que forzó las murallas del Oriente
y se dio al mar y al otro mar de arena.
Son el rey que en el místico desierto
se perdió y el que jura que no ha muerto.
Os meus poemas -15
SONETILHO DO SONO
É o sono que dorme
como dormem as pedras
não os olhos que morrem
quando as pálpebras descem
Na balança da noite
há um prato que pesa
quando sobre ele pousa
o sono que adormece
Não somos nós quem dorme
não somos nós quem morre
quando as pálpebras pesam
é o sono que morre
é a morte que dorme
quando dormimos nela
Gastão Cruz
(1941 - )
É o sono que dorme
como dormem as pedras
não os olhos que morrem
quando as pálpebras descem
Na balança da noite
há um prato que pesa
quando sobre ele pousa
o sono que adormece
Não somos nós quem dorme
não somos nós quem morre
quando as pálpebras pesam
é o sono que morre
é a morte que dorme
quando dormimos nela
Gastão Cruz
(1941 - )
Poesia e prosa de Natal - 13
Eis nascerá o meu noivo amado,
Eis virá à luz o príncipe da linhagem de David,
Para consolo e redenção dos homens.
Eis brilhará a estrela de Jacó,
Cujos raios já se vêem fulgir.
Deixa, pois, o pranto, ó Sião;
Promissora brilha a tua sorte!
Prepara-te, Sião, com ternos cuidados
Para acolheres o Belíssimo, o Amantíssimo junto a ti!
Forçoso é que o teu rosto resplandeça mais alegre hoje.
Prepara-te para com ardor o noivo amar.
Recitativo e ária da primeira Cantata da Oratória de Natal de Johann Sebastian Bach; tradução de Henrique Garcia
Canções de Natal - 13
Entre as inúmeras composições natalícias, existem, na minha modesta opinião, duas obras que melhor exprimem o espírito da noite de Consoada: Stille Nacht, heilige Nacht (Silent Night, Holy Night) de Franz X. Gruber, e o Concerto fatto per la notte di Natale de Arcangelo Corelli.
Da segunda composição, segue o segundo andamento allegro deste concerto, na excelente interpretação dos Europa Galante sob a direcção de Fabio Biondi.
A história, o rugby, e a t-shirt
Fiquei surpreendido com a nova t-shirt da equipa de rugby de Paris, Stade Français : em estilo Warhol, a cabeça de Branca de Castela, rainha de França e mãe de S.Luís IX.
Para os mais ousados em termos de guarda-roupa que a queiram encomendar, aqui fica o endereço : http://www.stade.fr
Para os mais ousados em termos de guarda-roupa que a queiram encomendar, aqui fica o endereço : http://www.stade.fr
Calendário de Advento: 13 de Dezembro
Santa Luzia (Lúcia) viveu no século terceiro, provavelmente entre os anos 284 e 304 AD. Natural de Siracusa, a jovem cristã sofreu as perseguições sob o imperador Diocleciano. Narra a lenda que Lúcia visitava cristãos escondidos nas catacumbas. Para tal, levava uma coroa com velas acesas na cabeça, tendo assim as mãos "disponíveis" para poder transportar consigo a maior quantidade possível de alimentos.
A essa imagem tradicional se deve o ritual celebrado na Suécia neste dia 13 de Dezembro: numa das noitas mais longas do ano, as crianças vestem-se de Santa Luzia, surpreendendo familiares e amigos com pequenos presentes.
Santa Luzia (do latim lux = luz) é protectora dos olhos. Um dos retratos mais conhecidos da autoria de Francesco del Cossa (1435 - 1477) evidencia esta particularidade (ver mão esquerda da santa ...)
Hoje na Fnac do Chiado
Os meus franceses - 41
Parafraseando o provérbio «os últimos são os primeiros», vou terminar (talvez, interromper) esta viagem pela música francesa com Jacques Brel.
Tenho pena de não ter conseguido colocar Mouloudji, Colette Magny, Hélène Martin e Patricia Kaas, mas mão encontrei no YouTube nenhuma canção significativa ou em boas condições. No caso de Mouloudji há «Le déserteur», de Boris Vian, mas tinha de a publicar cantada por este. Talvez um dia consiga colocá-las.
E de Jacques Brel, depois de tantas canções que já foram passando neste blogue, escolhi «Amsterdam»
Au revoir!
Tenho pena de não ter conseguido colocar Mouloudji, Colette Magny, Hélène Martin e Patricia Kaas, mas mão encontrei no YouTube nenhuma canção significativa ou em boas condições. No caso de Mouloudji há «Le déserteur», de Boris Vian, mas tinha de a publicar cantada por este. Talvez um dia consiga colocá-las.
E de Jacques Brel, depois de tantas canções que já foram passando neste blogue, escolhi «Amsterdam»
Au revoir!
Satie e os «trepadores»
Satie. Óleo de Suzanne Valadon.
TREPAR?
Os «trepadores» estão longe de me ser antipáticos. Têm um sentido do movimento que, de forma alguma, me desagrada. Apenas o objectivo que desejam atingir me dá que pensar e me inquieta (aliás, pouco). Sim...
Não faço mais do que interrogar-me com precaução, e dizer: - Mas até onde querem eles trepar?... Trepar a quê?... A que horas?... Em que sítio?... Depois, desconfio e sinto-me preocupado por sua causa.
Pelo que me diz respeito, nunca fui trepador nem espero vir a sê-lo. No entanto, compreendo perfeitamente que outros desejem entregar-se a este exercício singular, apesar de tudo amorfo e de certeza incomodativo (para eles).
... Sim... Porque ando a ver trepadores desde há 40 anos, os do meu tempo já tão «espertalhaços» como os do tempo presente.
E todos eles - pois bem! - todos eles, não sei se me entendem, «treparam»... a nada, e até a menos do que nada.
Isto apesar de alguns terem «trepado» em várias academias e noutros lugares... de má nota... Sim.
É que «trepar» significaria, quando o espírito é honesto, o espírito é recto, tender para uma melhoria, conseguir um aumento (mas não de peso, como é evidente).
Vejo, porém, que para outros - ai de mim! - o caso é diferente e «trepar» só significa arranjar barriga, calvície, etc.
Erik Satie
In: Memória de um amnésico / trad. Alberto Nunes Sampaio. Lisboa: Hiena, 1992 , p. 62
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Ainda a propósito de Manoel de Oliveira...
"(...) a Sight & Sound, uma das mais prestigiadas publicações sobre cinema à escala mundial, elaborou há uns anos a lista das 500 melhores películas de sempre. Só há uma portuguesa. Qual? Aniki-Bóbó".
Citação extraída do blogue Corta-Fitas
Citação extraída do blogue Corta-Fitas
Bolo-Rei Escangalhado de Braga
E porque o primeiro a divulgar foi o bolo-rei vem a propósito falar de um "primo", que não se inclui nas cinco propostas. Curiosamente chamado Bolo-Rei Escangalhado é preciso viajar até Braga para o saborear. A diferença está na qualidade da massa, no recheio de chila e na profusão de frutos secos, numa receita única, cuja patente está registada pela Confeitaria Paula desde 1980. Mas o segredo sobre a forma de o confeccionar não foi tão bem guardado como se desejaria, pois o descuido deu origem a um processo de queixa-crime movido, em 2005, por aquela pastelaria contra a sua concorrente bracarense - a Pastelaria Nobreza - por alegada cópia e contrafacção.
Poesia e prosa de Natal - 12
O primeiro postal de Natal surgiu em Inglaterra pela mão do pintor John Callcott Horsley (1817-1903), em Dezembro de 1843, a pedido de Sir Henry Cole (1808-1882) director do South Kensington Museum (rebaptizado depois como The Victoria and Albert Museum).
No Natal, Sir Henry tinha o hábito de escrever cartas aos familiares e amigos desejando-lhes Boas Festas, aliás, como tantos outros o faziam. Contudo, a sua falta de tempo levou-o a pedir a Horsley que criasse um postal com uma única mensagem que pudesse ser duplicado para enviar a todas as pessoas da sua lista. A primeira edição destes postais foi colorida à mão, onde se podia ver uma família a festejar brindando ao seu amigo ausente (ao qual o postal era dirigido) com um copo de vinho tinto. Abaixo tinha a legenda Merry Christmas and a Happy New Year to You. Em cada um dos lados do postal tinha imagens de actos de caridade como “vestir os desnudados” ou “alimentar os pobres”. Contudo, a imagem central da família brindando causou grande controvérsia, já que ver crianças a beber um pouco de vinho era considerado um incentivo à corrupção moral infantil, facto que motivou a retirada dos postais das lojas. Reza a história que no ano seguinte, Sir Henry voltou ao antigo método de desejar Boas Festas, por carta.
Parece que ainda existem alguns exemplares desses primeiros postais originais, tendo um deles sido leiloado em 2004 por 22.500 libras (na época, os que sobraram da encomenda de Sir Henry, cerca de 1000, foram vendidos a 1 xelim cada). Como o postal leiloado está assinado pelo próprio Sir Henry Cole para “Granny and Auntie Char” é considerado extremamente valioso e raro.
No Natal, Sir Henry tinha o hábito de escrever cartas aos familiares e amigos desejando-lhes Boas Festas, aliás, como tantos outros o faziam. Contudo, a sua falta de tempo levou-o a pedir a Horsley que criasse um postal com uma única mensagem que pudesse ser duplicado para enviar a todas as pessoas da sua lista. A primeira edição destes postais foi colorida à mão, onde se podia ver uma família a festejar brindando ao seu amigo ausente (ao qual o postal era dirigido) com um copo de vinho tinto. Abaixo tinha a legenda Merry Christmas and a Happy New Year to You. Em cada um dos lados do postal tinha imagens de actos de caridade como “vestir os desnudados” ou “alimentar os pobres”. Contudo, a imagem central da família brindando causou grande controvérsia, já que ver crianças a beber um pouco de vinho era considerado um incentivo à corrupção moral infantil, facto que motivou a retirada dos postais das lojas. Reza a história que no ano seguinte, Sir Henry voltou ao antigo método de desejar Boas Festas, por carta.
Parece que ainda existem alguns exemplares desses primeiros postais originais, tendo um deles sido leiloado em 2004 por 22.500 libras (na época, os que sobraram da encomenda de Sir Henry, cerca de 1000, foram vendidos a 1 xelim cada). Como o postal leiloado está assinado pelo próprio Sir Henry Cole para “Granny and Auntie Char” é considerado extremamente valioso e raro.
O bolo-rei da Nacional
Não é exactamente uma novidade, a de que o melhor bolo-rei é o da Confeitaria Nacional. Se é mesmo o melhor não sei mas estará certamente entre os melhores. Basta passar à porta da Nacional por esta altura e ver as filas que ali se formam para o comprar. Confeccionado com ingredientes 100% naturais, o bolo-rei da Nacional é famoso pela variedade de frutos que apresenta e o seu tempo de durabilidade. Frutos como o figo, abóbora, laranja ou pêra decoram o bolo, cuja massa leva um tempo de espera maior para levedar naturalmente, fazendo com que o bolo-rei se mantenha fresco por vários dias. Por cima de uma fina geleia de açúcar leva ainda os tradicionais pinhões, nozes, amêndoas ou caju. Segundo o proprietário da casa, a receita deste bolo-rei foi trazida de França pelo filho do fundador, em meados do século XIX.
Confeitaria Nacional
Praça da Figueira, 18B
Lisboa
Fatia: 1,50 euros; bolo: 16,85 euros
Os meus poemas -14
SECRETA VIAGEM
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde Mar se escoa...
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? - Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu que me fora indicada.
O resto passa, passa...alheio aos meus sentidos.
- Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!
David Mourão - Ferreira
(1927 - 1996)
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde Mar se escoa...
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? - Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu que me fora indicada.
O resto passa, passa...alheio aos meus sentidos.
- Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!
David Mourão - Ferreira
(1927 - 1996)
Novidades - 7 : Sobre o livro
Descobri-o ontem por mero acaso. E fiquei fascinado. É uma obra monumental, que deve ter queimado muitas pestanas às autoras. E é, para usar um velho cliché mas perfeitamente adequado, uma obra que faltava. É a história do livro, desde os tempos mais recuados até à era digital, que encontramos nas entradas deste fabuloso dicionário.
Dicionário do Livro, Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão, Almedina, 2008.
Dicionário do Livro, Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão, Almedina, 2008.
Cais das Colunas
Cheiros de Florença
Abriu em Lisboa uma Officina Profumo Farmaceutica di Santa Maria Novella, a velha casa de Florença nascida no séc.XIII no convento dos frades dominicanos de Santa Maria Novella, e aberta ao público para vender bálsamos e pomadas desde 1612. Com o confisco dos bens da Igreja, passa a ser propriedade de uma família em cujas mãos se mantém.
Os cheiros são magníficos. Além dos sabonetes, talcos, hidratantes, licores ( rosa, champanhe, chocolate), evidentemente as àguas de colónia. Aliás, uma das estrelas da empresa é precisamente a Acqua di Colonia Santa Maria Novella, criada propositadamente para Catarina de Médicis.
Rua da Misericórdia, 94, Lisboa.
Os cheiros são magníficos. Além dos sabonetes, talcos, hidratantes, licores ( rosa, champanhe, chocolate), evidentemente as àguas de colónia. Aliás, uma das estrelas da empresa é precisamente a Acqua di Colonia Santa Maria Novella, criada propositadamente para Catarina de Médicis.
Rua da Misericórdia, 94, Lisboa.
Borges em Lisboa
Lisboa passa a partir de hoje a contar com mais um monumento, sendo este um memorial ao escritor argentino Jorge Luís Borges. Esculpido por Federico Brook, e doado à cidade de Lisboa pela Casa da América Latina, ficará no Jardim do Arco do Cego.
O descerramento ocorre ao meio-dia, na presença de António Costa, Maria Kodama e José Saramago.
O descerramento ocorre ao meio-dia, na presença de António Costa, Maria Kodama e José Saramago.
PENSAMENTO DO DIA
" O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor. "
- Marcel Proust
- Marcel Proust
Calendário de Advento: 12 de Dezembro
Jan Beerstraaten, natural de Amesterdão, dedicou muitas das suas obras a vistas topográficas de cidades e castelos holandeses, enquadrados em cenas de Inverno. O castelo de Muiden data do século XIV e situa-se a 10 km de Amesterdão. À excepção da paisagem envolvente, mantém ainda hoje o mesmo visual exterior do edifício retratado neste quadro.
A família de Erik Satie
Satie. Desenho de Jean Cocteau.
RECANTOS DA MINHA VIDA
A origem dos Satie
talvez se perca no mais remoto dos tempos. Sim... Quanto a isso, não posso confirmar nada nem desmentir...
Não é porém família que tenha pertencido à Nobreza, suponho eu (nem mesmo à do papa); e também julgo que os seus membros eram bons, modestos e sempre agradecidos servidores, outrora honra e prazer (para o bom senhor do servo, bem entendido). Sim.
Ignoro o que fizeram os Satie durante a Guerra dos Cem Anos; e também não tenho informação nenhuma sobre que atitude e parte tomaram na dos Trinta Anos (de entre as nossas guerras, uma das mais belas).
Descanse em paz a memória dos meus velhos ascendentes. Sim...
[...]
Erik Satie
In: Memória de um amnésico / trad. Alberto Nunes Sampaio. Lisboa: Hiena, 1992, p. 31
Concerto domingo na Gulbenkian
Ciclo Bolseiros da FCG
Miguel Simões, violino
Sander Sittig, piano
Programa:
Tomaso Vitali - Ciacona em sol menor
Saint-Saëns - Havanaise, op. 83
Karol Szymanowski - Nocturne e Tarantella, op. 28
Ernest Chausson - Poème, op. 25
Charles De Beriot - Scène de Ballet, op. 100
Átrio da Biblioteca
14 Dez., 12h00
Entrada livre
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Globos de Ouro 2009
Foram anunciadas ontem as nomeações para os Globos de Ouro 2009; os eleitos serão anunciados dia 11 de Janeiro.
Curiosamente, na vertente de cinema fala-se mais de quem ficou de fora do que dos nomeados. Ficaram de fora Cate Blanchett por "The Curious Case of Benjamin Button", "Milk" e o seu realizador Gus van Sant, "Australia" em qualquer categoria de relevo. Por outro lado, estão nomeados Heath Ledger por "The Dark Knight". Meryl Streep bateu o record de 22 nomeações de Jack Lemmon - "Mamma Mia!" e "Doubt" conseguiram-lhe a 22ª e a 23ª nomeações para os Globos de Ouro. Como curiosidade, Clint Eastwood está nomeado para melhor banda sonora e melhor canção...
As nomeações em televisão destacaram muitos dos suspeitos do costume, incluindo "Dexter", "Brothers and Sisters", "House", "24", "Californication", "Weeds", a par de coisas novas: "In Treatment" (HBO), "Mad Men", "True Blood" (HBO). Entre os ignorados, "Grey's Anatomy", "Heroes" e "Lost".
Eis a lista de nomeados (em inglês):
Cinema
BEST FEATURE - DRAMA - “The Curious Case of Benjamin Button”, “Frost/Nixon”, “The Reader”, “Revolutionary Road”, “Slumdog Millionaire”
BEST FEATURE - COMEDY - “Burn After Reading”, “Happy-Go-Lucky”, “In Bruges”, “Mamma Mia!”, “Vicky Cristina Barcelona”
ACTOR - DRAMA - Leonardo DiCaprio - “Revolutionary Road”; Frank Langella - “Frost/Nixon”, Sean Penn - “Milk”, Brad Pitt - “The Curious Case of Benjamin Button”, Mickey Rourke - “The Wrestler”
ACTRESS - DRAMA - Anne Hathaway - “Rachel Getting Married”, Angelina Jolie - “Changeling”, Meryl Streep - “Doubt”, Kristin Scott Thomas - “I’ve Loved You So Long”, Kate Winslet - “Revolutionary Road”
ACTOR - COMEDY OR MUSICAL - Javier Bardem - “Vicky Cristina Barcelona”, Colin Farrell - “In Bruges”, James Franco - “Pineapple Express”, Brendan Gleeson - “In Bruges”, Dustin Hoffman - “Last Chance Harvey”
ACTRESS - COMEDY OR MUSICAL - Rebecca Hall - “Vicky Cristina Barcelona”, Sally Hawkins - “Happy-Go-Lucky”, Frances McDormand - “Burn After Reading”, Meryl Streep - “Mamma Mia!”, Emma Thompson - “Last Chance Harvey”
SUPPORTING ACTOR - Tom Cruise - “Tropic Thunder”, Robert Downey Jr. - “Tropic Thunder”, Ralph Fiennes - “The Duchess”, Philip Seymour Hoffman - “Doubt”, Heath Ledger - “The Dark Knight”
SUPPORTING ACTRESS - Amy Adams - “Doubt”, Penelope Cruz - “Vicky Cristina Barcelona”, Viola Davis - “Doubt”, Marisa Tomei - “The Wrestler”, Kate Winslet - “The Reader”
BEST DIRECTOR - Danny Boyle - “Slumdog Millionaire”, Stephen Daldry - “The Reader”, David Fincher - “The Curious Case of Benjamin Button”, Ron Howard - “Frost/Nixon”, Sam Mendes - “Revolutionary Road”
SCREENPLAY - MOTION PICTURE - Simon Beaufoy - “Slumdog Millionaire”, David Hare - “The Reader”, Peter Morgan - “Frost/Nixon”, Eric Roth - “The Curious Case of Benjamin Button”, John Patrick Shanley - “Doubt”
FOREIGN LANGUAGE FILM - “The Baader Meinhof Complex” (Germany), “Everlasting Moments” (Sweden), “Gomorrah” (Italy), “I’ve Loved You So Long” (France), “Waltz with Bashir” (Israel)
ANIMATED FEATURE FILM - “Bolt”, “Kung Fu Panda”, “Wall-E”
ORIGINAL SCORE - Alexandre Desplat– “The Curious Case of Benjamin Button”, Clint Eastwood — “Changeling”, James Newton Howard — “Defiance”, A.R. Rahman — “Slumdog Millionaire”, Hans Zimmer — “Frost/Nixon”
ORIGINAL SONG - “Down to Earth” — “Wall-E” (Music by Peter Gabriel, Thomas Newman; Lyrics by Peter Gabriel), “Gran Torino” — “Gran Torino (Music by Clint Eastwood, Jamie Cullum, Kyle Eastwood, Michael Stevens;Lyrics by Kyle Eastwood, Michael Stevens), “I Thought I Lost You — “Bolt” (Music & Lyrics by Miley Cyrus, Jeffrey Steele), “Once in a Lifetime” — “Cadillac Records” (Music & Lyrics by Beyoncé Knowles, Amanda Ghost, Scott McFarnon, Ian Dench, James Dring, Jody Street), “The Wrestler” — “The Wrestler” (Music & Lyrics by Bruce Springsteen)
BEST FEATURE - COMEDY - “Burn After Reading”, “Happy-Go-Lucky”, “In Bruges”, “Mamma Mia!”, “Vicky Cristina Barcelona”
ACTOR - DRAMA - Leonardo DiCaprio - “Revolutionary Road”; Frank Langella - “Frost/Nixon”, Sean Penn - “Milk”, Brad Pitt - “The Curious Case of Benjamin Button”, Mickey Rourke - “The Wrestler”
ACTRESS - DRAMA - Anne Hathaway - “Rachel Getting Married”, Angelina Jolie - “Changeling”, Meryl Streep - “Doubt”, Kristin Scott Thomas - “I’ve Loved You So Long”, Kate Winslet - “Revolutionary Road”
ACTOR - COMEDY OR MUSICAL - Javier Bardem - “Vicky Cristina Barcelona”, Colin Farrell - “In Bruges”, James Franco - “Pineapple Express”, Brendan Gleeson - “In Bruges”, Dustin Hoffman - “Last Chance Harvey”
ACTRESS - COMEDY OR MUSICAL - Rebecca Hall - “Vicky Cristina Barcelona”, Sally Hawkins - “Happy-Go-Lucky”, Frances McDormand - “Burn After Reading”, Meryl Streep - “Mamma Mia!”, Emma Thompson - “Last Chance Harvey”
SUPPORTING ACTOR - Tom Cruise - “Tropic Thunder”, Robert Downey Jr. - “Tropic Thunder”, Ralph Fiennes - “The Duchess”, Philip Seymour Hoffman - “Doubt”, Heath Ledger - “The Dark Knight”
SUPPORTING ACTRESS - Amy Adams - “Doubt”, Penelope Cruz - “Vicky Cristina Barcelona”, Viola Davis - “Doubt”, Marisa Tomei - “The Wrestler”, Kate Winslet - “The Reader”
BEST DIRECTOR - Danny Boyle - “Slumdog Millionaire”, Stephen Daldry - “The Reader”, David Fincher - “The Curious Case of Benjamin Button”, Ron Howard - “Frost/Nixon”, Sam Mendes - “Revolutionary Road”
SCREENPLAY - MOTION PICTURE - Simon Beaufoy - “Slumdog Millionaire”, David Hare - “The Reader”, Peter Morgan - “Frost/Nixon”, Eric Roth - “The Curious Case of Benjamin Button”, John Patrick Shanley - “Doubt”
FOREIGN LANGUAGE FILM - “The Baader Meinhof Complex” (Germany), “Everlasting Moments” (Sweden), “Gomorrah” (Italy), “I’ve Loved You So Long” (France), “Waltz with Bashir” (Israel)
ANIMATED FEATURE FILM - “Bolt”, “Kung Fu Panda”, “Wall-E”
ORIGINAL SCORE - Alexandre Desplat– “The Curious Case of Benjamin Button”, Clint Eastwood — “Changeling”, James Newton Howard — “Defiance”, A.R. Rahman — “Slumdog Millionaire”, Hans Zimmer — “Frost/Nixon”
ORIGINAL SONG - “Down to Earth” — “Wall-E” (Music by Peter Gabriel, Thomas Newman; Lyrics by Peter Gabriel), “Gran Torino” — “Gran Torino (Music by Clint Eastwood, Jamie Cullum, Kyle Eastwood, Michael Stevens;Lyrics by Kyle Eastwood, Michael Stevens), “I Thought I Lost You — “Bolt” (Music & Lyrics by Miley Cyrus, Jeffrey Steele), “Once in a Lifetime” — “Cadillac Records” (Music & Lyrics by Beyoncé Knowles, Amanda Ghost, Scott McFarnon, Ian Dench, James Dring, Jody Street), “The Wrestler” — “The Wrestler” (Music & Lyrics by Bruce Springsteen)
Televisão
TELEVISION SERIES - COMEDY OR MUSICAL - “30 Rock”, “Californication”, “Entourage”, “The Office”, “Weeds”
PERFORMANCE BY AN ACTRESS IN A TELEVISION SERIES - COMEDY OR MUSICAL - Christina Applegate - “Samantha Who?”, America Ferrera - “Ugly Betty”, Tina Fey - “30 Rock”, Debra Messing - “The Starter Wife”, Mary-Louise Parker - “Weeds”
PERFORMANCE BY AN ACTOR IN A TELEVISION SERIES - COMEDY OR MUSICAL - Alec Baldwin - “30 Rock”, Steve Carell - “The Office”, Kevin Connelly - “Entourage”, David Duchovny - “Californication”, Tony Shalhoub - “Monk”
TELEVISION SERIES – DRAMA - “Dexter” (Showtime), “House” (Fox), “In Treatment” (HBO), “Mad Men” (AMC), “True Blood” (HBO)
PERFORMANCE BY AN ACTRESS IN A TELEVISION SERIES – DRAMA - Sally Field — “Brothers and Sisters”, Mariska Hargitay — “Law and Order: Special Victims Unit”, January Jones — “Mad Men”, Anna Paquin — “True Blood”, Kyra Sedgwick — “The Closer
PERFORMANCE BY AN ACTOR IN A TELEVISION SERIES – DRAMA - Gabriel Byrne — “In Treatment”, Michael Hall — “Dexter”, Jon Hamm — “Mad Men”, Hugh Laurie — “House”, Jonathan Rhys Meyers — “The Tudors”
MINI-SERIES OR MOTION PICTURE MADE FOR TELEVISION - “A Raisin in the Sun”, “Bernard and Doris”, “Cranford”, “John Adams”, “Recount”
PERFORMANCE BY AN ACTRESS IN A MINI-SERIES OR MOTION PICTURE MADE FOR TELEVISION - Judi Dench — “Cranford”, Catherine Keener — “An American Crime”, Laura Linney — “John Adams”, Shirley Maclaine — “Coco Chanel”, Susan Sarandon — “Bernard and Doris”
PERFORMANCE BY AN ACTOR IN A MINI-SERIES OR MOTION PICTURE MADE FOR TELEVISION - Ralph Fiennes — “Bernard and Doris”, Paul Giamatti — “John Adams”, Kevin Spacey — “Recount”, Kiefer Sutherland — “24: Redemption”, Tom Wilkinson –”Recount”
PERFORMANCE BY AN ACTRESS IN A SUPPORTING ROLE IN A SERIES, MINI-SERIES OR MOTION PICTURE MADE FOR TELEVISION - Eileen Atkins — “Cranford”, Laura Dern — “Recount”, Melissa George — “In Treatment”, Rachel Griffiths — “Brothers and Sisters”, Dianne Wiest — “In Treatment”
PERFORMANCE BY AN ACTOR IN A SUPPORTING ROLE IN A SERIES, MINI-SERIES OR MOTION PICTURE MADE FOR TELEVISION - Neil Patrick Harris — “How I Met Your Mother”, Denis Leary — “Recount”, Jeremy Piven — “Entourage”, Blair Underwood — “In Treatment”, Tom Wilkinson — “John Adams”
Cinco dias para cinco doces propostas
Em época de festas a gulodice não fica mal, antes pelo contrário. Vamos deixar as restrições para depois porque agora é tempo de experimentar os cinco melhores bolos da capital, segundo um trabalho da última Evasões. À razão de um por dia vão ficar a saber onde encontrá-los. E, já agora, bom apetite!
Elliott Carter: 100 anos
1908 parece ter sido um ano bem-fadado. Já se celebraram, este ano, três centenários de personalidades ainda em actividade: o do antropólogo Claude Lévi-Strauss e, hoje, os do cineasta Manuel de Oliveira e do compositor Elliott Carter.
Hoje à noite, no Carnegie Hall, Ellioot Carter assistirá à estreia novaiorquina de Interventions (apresentado no passado dia 4, em Boston), pela Sinfónica de Boston, dirigida por James Levine e com Daniel Barenboim ao piano.
Na Casa da Música tocam-se, amanhã e sábado, algumas peças deste compositor.
Elliott Carter - «Enchanted Preludes»
Tocado por Luna Nova
Hoje à noite, no Carnegie Hall, Ellioot Carter assistirá à estreia novaiorquina de Interventions (apresentado no passado dia 4, em Boston), pela Sinfónica de Boston, dirigida por James Levine e com Daniel Barenboim ao piano.
Na Casa da Música tocam-se, amanhã e sábado, algumas peças deste compositor.
Elliott Carter - «Enchanted Preludes»
Tocado por Luna Nova
Lorenzo Quinn, o escultor das mãos
Lorenzo Quinn é filho do actor Anthony Quinn e é também um artista de sucesso. Começou como pintor mas foi na escultura que Quinn filho encontrou a dimensão desejada para o trabalho que actualmente desenvolve. Uma dimensão sobretudo emocional que melhor transmita os seus sentimentos mais íntimos ao espectador. Nascido em Roma (1966) e actualmente a viver em Espanha, Lorenzo Quinn regressa com frequência a Itália para ali beber a inspiração que alimenta as suas criações. Miguel Ângelo, Bernini, Carpaux e Rodin são os grandes mestres que o marcam enquanto artista. O corpo humano em geral e as mãos em particular são elementos-chave na criação das suas esculturas – mãos que se unem, que se entreajudam, mãos que protegem… Será isso realismo simbólico? Talvez. Pelo menos é a nomenclatura mais comum que se dá quando se apreciam as obras de Quinn. Tem trabalhos espalhados um pouco por todo o mundo sobretudo em colecções particulares, mas a imagem de Stº António que se encontra na Basílica do santo em Pádua é uma das encomendas (pelo Vaticano) mais famosas. A outra diz respeito à concepção de um selo para a colecção das Nações Unidas.
Lançamentos
De autoria de João Gomes, Mulheres 2.0 - O amor nos tempos da blogosfera conta a história de quatro mulheres ligadas ao mundo pela tecnologia, quatro contos passados em Lisboa e quatro maneiras distintas de amar e ver a vida. As histórias não se cruzam e só se ligam por um denominador comum: são quatro mulheres do século XXI, em busca do amor, usufruindo de tudo aquilo que a internet e o novo mundo 2.0 lhes oferece, para o bem e para o mal. Da Avenida de Roma, à Avenida da Liberdade, passando pela Estrela e pelo simpático Bairro de S. João de Brito, em Mulheres 2.0 os amores são repentinos, quase instantâneos, vividos ao ritmo da chuva que cruza o Inverno lisboeta. Carolina, Cristina, Ana e Filipa são estereótipos e reencarnações da mulher moderna, separadas na narrativa e unidas no tempo.
Numa edição da Chiado Editora, o lançamento do livro é no próximo dia 16, no Bar In-Rio em Belém, pelas 21,30h. A entrada é livre.
Curiosidade do dia
O verde e amarelo que ainda hoje dominam a bandeira brasileira terão sido uma escolha de Maria Leopoldina de Áustria, primeira Imperatriz do Brasil, enquanto esta desempenhava o papel de governante interina daquele país já independente. Na época, a bandeira do Brasil apresentava outra configuração em que Dona Leopoldina misturou o verde da Casa de Bragança com o amarelo ouro da Casa de Habsburgo.
Leopoldina de Áustria morreu no ano de 1826, no dia 11 de Dezembro.
Leopoldina de Áustria morreu no ano de 1826, no dia 11 de Dezembro.
Cinenovidades - 3
Não se trata propriamente de uma novidade este Amália- O filme, uma vez que já estreou há uma semana, mas uma vez que aqui tinha falado a propósito da controvérsia que o envolveu achei por bem falar do filme propriamente dito. Já o vi e não posso dizer que tenha desgostado.
Não é um grande filme, e espero que não seja a última palavra cinematográfica sobre Amália, mas sobretudo não o acho ofensivo para a memória da biografada.
Tem todos os ingredientes para ser um sucesso à nossa escala e parece que o está a ser- pelo menos já foi visto por 50.000 espectadores, já para não falar do mais que provável destino televisivo. Saliento a interpretação de Sandra Barata Belo, que é a protagonista e convincente num papel que não é fácil ou não se tratasse de Amália. Conta ainda com caras muito conhecidas do mundo das novelas: Ricardo Pereira, António Pedro Cerdeira , José Fidalgo e Eurico Lopes, entre outros.
Há dias, encontrei um amigo querido, o H.B., amigo da família de Amália e que foi uma das testemunhas na providência cautelar, que me disse que as cenas de cama na casa da Rua de S.Bento foram efectivamente gravadas no quarto e na cama de Amália, o que foi um dos motivos de indignação da família. Efectivamente, parece-me ser a casa e o quarto de Amália, mas desconheço se foi realmente filmado na Rua de S.Bento ou recriado noutro sítio. Alguém sabe?
Na foto supra, vemos Sandra Barata Belo como Amália e António Pedro Cerdeira como Ricardo Espírito Santo.
PENSAMENTO DO DIA
" A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais."
- Winston Churchill
- Winston Churchill
Novidades - 6 : A Donzela de Orleães
São muitas as lendas sobre Joana d' Arc, a Donzela de Orleães, desde ser filha de rei até ter escapado à fogueira, casado e deixado descendência...
Este livro de Colette Beaune, reputada medievalista francesa, pretende acabar com todas essas lendas e repôr a verdade sobre esta figura quase mítica da Idade Média.
Jeanne d' Arc, vérités et légendes, Colette Beaune, 239p., Perrin.
Este livro de Colette Beaune, reputada medievalista francesa, pretende acabar com todas essas lendas e repôr a verdade sobre esta figura quase mítica da Idade Média.
Jeanne d' Arc, vérités et légendes, Colette Beaune, 239p., Perrin.
Ainda Andrea Palladio
No âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento de Andrea Palladio, a primeira "estrela" da arquitectura, aqui já assinaladas por MR e JAD, trago hoje notícia sobre uma particular homenagem a Palladio realizada numa das suas mais belas criações, La Malcontenta ou Villa Foscari, perto de Veneza. Nesta bela casa, que me causou sempre a perplexidade de saber se estamos perante uma villa ou um templo, cruza-se agora o génio de Palladio com a criatividade daquela que é actualmente a maior arquitecta do mundo: Zaha Hadid.
Antonio Foscari, descendente dos Foscari Doges de Veneza que encomendaram a Palladio a casa, actual proprietário ( comprou-a em 1973 a Lord Phillimore ) e arquitecto de formação pediu a Zaha Hadid que criasse esculturas para a casa seguindo o espírito de Andrea Palladio.
Aqui ficam as esculturas em aço criadas por Zaha Hadid e Patrick Schumacher adoptando as proporções do sistema palladiano. Chamam-se Aura L e Aura S .
Mais informações em http://www.lamalcontenta.com
Lá fora - 6 : Moda
Passemos então a Paris, começando pelo mundo da moda: no Musée des Arts Décoratifs está patente até 19 de Abril de 2009, uma exposição comemorativa dos 40 anos de criações de Sonia Rykiel, que abriu em 1968 a sua primeira loja em Paris.
Existe também um catálogo: Sonia Rykiel, 40 ans de création, 640p, 49 euros.
Existe também um catálogo: Sonia Rykiel, 40 ans de création, 640p, 49 euros.
Um presente humanitário
Parabéns Manoel de Oliveira !
Poesia e Prosa de Natal -11
HISTÓRIA ANTIGA
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.
E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.
Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Antologia Poética
Coimbra, Ed. do Autor, 1981
Os meus franceses - 39
Erik Satie - «3ème Gnosienne»
Tocado pelo pianista finlandês Janne Mertanen.
http://www.jannemertanen.com/
A seguinte, «Gymonopédie n.º 1», é para o J.
Erik Satie foi pianista no Chat Noir, no qual se apresentava
como gymnopediste.
Cartaz de Théophile Steinlen.
http://fr.wikipedia.org/wiki/Le_Chat_noir
Tocado pelo pianista finlandês Janne Mertanen.
http://www.jannemertanen.com/
A seguinte, «Gymonopédie n.º 1», é para o J.
Erik Satie foi pianista no Chat Noir, no qual se apresentava
como gymnopediste.
Cartaz de Théophile Steinlen.
http://fr.wikipedia.org/wiki/Le_Chat_noir
De Escritos em forma de grafonola
a propósito do meu francês de hoje
«Antes de escrever uma obra, dou várias vezes uma volta, na companhia de mim mesmo.» (Erik Satie)
Lisboa: &etc., 1993
.....
... falou-se muito da inteligência dos animais - são, além do mais, polidos...
.....
... É raro que um animal seja grosseiro face ao Homem - É o Homem que tem falta de cortesia face aos animais...
.....
... Exemplo: ... um gato dorme num sofá,... chega o Homem,... & escorraça o gato.
.....
... Nunca vi o contrário:... vir o gato,... & escorraçar o Homem,... do sofá...
.....
.....
(Erik Satie - «A Música & os Animais»)
É muito natural que Satie venha a pôr Sócrates a cantar. Não pertence ele a esse género de indivíduos misteriosos e excepcionais a quem a sociedade vaza a cicuta gota a gota e recusa a sabedoria por ela tomada como sendo farsas perigosas ou loucura? Este homem estranho a que todos chamamos o nosso bom mestre era de uma linha tão pura que se tornava invisível aos olhos duma multidão de juízes habituados a só ver uma linha pelas suas ampliações, e por assim dizer o tirso pelos seus pâmpanos de vinha, o caduceu pela boca da serpente.
Satie jamais teria aceite realçar-se através duma aparência. Ele compelia a probidade e o antinarcisismo até ao ponto de zombar do seu próprio reflexo, deitando-lhe mesmo a língua de fora.
(Jean Cocteau - «Satie Morreu. Viva Satie»)
«Antes de escrever uma obra, dou várias vezes uma volta, na companhia de mim mesmo.» (Erik Satie)
Lisboa: &etc., 1993
.....
... falou-se muito da inteligência dos animais - são, além do mais, polidos...
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... É raro que um animal seja grosseiro face ao Homem - É o Homem que tem falta de cortesia face aos animais...
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... Exemplo: ... um gato dorme num sofá,... chega o Homem,... & escorraça o gato.
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... Nunca vi o contrário:... vir o gato,... & escorraçar o Homem,... do sofá...
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(Erik Satie - «A Música & os Animais»)
É muito natural que Satie venha a pôr Sócrates a cantar. Não pertence ele a esse género de indivíduos misteriosos e excepcionais a quem a sociedade vaza a cicuta gota a gota e recusa a sabedoria por ela tomada como sendo farsas perigosas ou loucura? Este homem estranho a que todos chamamos o nosso bom mestre era de uma linha tão pura que se tornava invisível aos olhos duma multidão de juízes habituados a só ver uma linha pelas suas ampliações, e por assim dizer o tirso pelos seus pâmpanos de vinha, o caduceu pela boca da serpente.
Satie jamais teria aceite realçar-se através duma aparência. Ele compelia a probidade e o antinarcisismo até ao ponto de zombar do seu próprio reflexo, deitando-lhe mesmo a língua de fora.
(Jean Cocteau - «Satie Morreu. Viva Satie»)
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Os meus poemas -14
HEROÍSMOS
Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
os ruídos de um túmulo disforme.
Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
tufada a vela e n' água quase assente,
E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!
Cesário Verde
(1855 -1866)
Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
os ruídos de um túmulo disforme.
Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
tufada a vela e n' água quase assente,
E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!
Cesário Verde
(1855 -1866)
Declaração Universal dos Direitos Humanos: 60 anos
Foi adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de Dezembro de 1948, em Paris, no Palácio de Chaillot.
Os meus filmes 16
Ieri, oggi, domani (1963)[Ontem, Hoje, Amanhã]
Realizador: Vittorio de Sica
Encontros e desencontros de um casal ... ou de três casais
Ao som de Abat jour imaginem o fim da cena... não, não imaginem... vejam o filme!
Sophia Loren
Marcello Mastroianni
Realizador: Vittorio de Sica
Encontros e desencontros de um casal ... ou de três casais
Ao som de Abat jour imaginem o fim da cena... não, não imaginem... vejam o filme!
Sophia Loren
Marcello Mastroianni
Antologia do humor português
Jorge Luís Borges dizia que «o humorismo é […] um género oral, um êxito súbito em conversa, não algo que se possa escrever». Pareceu, a Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos, ser esta a frase ideal para iniciar a introdução de uma antologia de humor escrito (editada pela Texto Editora), que inclui textos de autores tão diversos como Mário Cesariny, Natália Correia, Luiz Pacheco, Dinis Machado, Manuel António Pina, António Victorino de Almeida, Alface, Luísa Costa Gomes, Adília Lopes, Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira, entre vários outros. A sessão de apresentação assumirá a forma de um debate sobre o humor na literatura, com a participação dos antologiadores, de Nuno Markl e Pedro Mexia. João Paulo Cotrim moderará a sessão, enquanto Maria Rueff e Miguel Guilherme lerão alguns dos textos do livro.
Amanhã, 11 Dez., 21h30
Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha
Lisboa
Poesia e prosa de Natal - 10
O jogral do céu
riscou uma estrela no manto judeu
E o milagre veio
sem perdão nenhum sem forma sem meio
Sobre a palha loura
caiu o menino de Nossa Senhora
Menino perfeito
com fomes e prantos, com raivas e peito
Mário Cesariny
riscou uma estrela no manto judeu
E o milagre veio
sem perdão nenhum sem forma sem meio
Sobre a palha loura
caiu o menino de Nossa Senhora
Menino perfeito
com fomes e prantos, com raivas e peito
Mário Cesariny
Citações - 6 : Sobre a Beleza
" Si la beauté avait un sens, elle déplairait moins. Si elle avait une fin, elle serait supportable. Mais la beauté n' est qu' un début, une apparition, une émotion universelle, relative, incontestable et subjective, sensible et insaisissable, qu' aucun savoir ne justifie. De quel droit celui qui dit «c' est beau» parle-t-il au nom de l' humanité? Comment se fait-il qu' on sent ce qui est beau, sans savoir ce qu' est le Beau? La beauté, c' est l' évidence moins la vérité. C' est une « faveur» dit Kant, une « finalité sans fin » qui ne satisfait ni le plaisir, ni le concept. (...) "
- Raphaël Enthoven, LA BEAUTÉ, in philosophie magazine, Nº25, Dez2008- Jan 2009.
Raphaël Enthoven é um jovem filósofo e jornalista francês, que além de escrever em várias publicações, tem um programa sobre Filosofia no Canal Arte, todos os domingos às 13h.
Mas a maior notoriedade de Enthoven, considerado um dos mais belos filósofos franceses numa sondagem, advém do facto de ter sido o primeiro marido e pai do filho de Carla Bruni...
- Raphaël Enthoven, LA BEAUTÉ, in philosophie magazine, Nº25, Dez2008- Jan 2009.
Raphaël Enthoven é um jovem filósofo e jornalista francês, que além de escrever em várias publicações, tem um programa sobre Filosofia no Canal Arte, todos os domingos às 13h.
Mas a maior notoriedade de Enthoven, considerado um dos mais belos filósofos franceses numa sondagem, advém do facto de ter sido o primeiro marido e pai do filho de Carla Bruni...
Pintar a solidão - 12
- Vilhelm Hammershoi, Interior com rapariga ao piano,
1901, óleo sobre tela, Sotheby's , Londres.
O grande pintor dinamarquês Vilhelm Harmmershoi é autor de vários quadros que pertencem ao universo da solidão. Escolhi este como ilustração de uma forma de solidão que ainda não abordei - a solidão do artista, a solidão criativa. É um dos actos solitários por excelência a criação artística.Neste caso, associei o quadro à criação musical por intermédio do piano, instrumento presente aliás em outros quadros de Hammershoi. E também como noutras telas dele, é impossível não fazer a ligação a Vermeer, aliás explicitamente reclamada por Hammershoi. No entanto, está presente um elemento no quadro que levanta a dúvida sobre se estamos perante uma solidão absoluta- refiro-me ao segundo prato colocado sobre a mesa...
1901, óleo sobre tela, Sotheby's , Londres.
O grande pintor dinamarquês Vilhelm Harmmershoi é autor de vários quadros que pertencem ao universo da solidão. Escolhi este como ilustração de uma forma de solidão que ainda não abordei - a solidão do artista, a solidão criativa. É um dos actos solitários por excelência a criação artística.Neste caso, associei o quadro à criação musical por intermédio do piano, instrumento presente aliás em outros quadros de Hammershoi. E também como noutras telas dele, é impossível não fazer a ligação a Vermeer, aliás explicitamente reclamada por Hammershoi. No entanto, está presente um elemento no quadro que levanta a dúvida sobre se estamos perante uma solidão absoluta- refiro-me ao segundo prato colocado sobre a mesa...
Biografias, autobiografias e afins - 6
Foi lançada ainda antes do Verão esta biografia de Anthony Armstrong-Jones, feito Conde de Snowdon após ter casado com a Princesa Margarida, irmã de Isabel II . Apesar de ser um dos maiores fotógrafos ingleses, a fama do Conde de Snowdon advém do seu primeiro casamento com Margarida de Inglaterra. E, segundo li, esta biografia escrita por Anne de Courcy revela bastante desse casamento falhado, que terminou em divórcio em 1978, o primeiro divórcio na Casa Real desde 1540 quando Henrique VIII se divorciou de Ana de Cléves. No entanto, e apesar das infidelidades recíprocas e dos escândalos, Snowdon e Margarida foram um casal icónico nos anos 60, a par de Liz Taylor e Richard Burton ou dos Kennedy, pelo estilo de vida e pela ligação ao mundo das artes.
Lord Snowdon, como é conhecido, dedicou os últimos anos a lutar pelos direitos dos deficientes até porque ele próprio, hoje com 76 anos, tem sofrido de sequelas de uma poliomielite infantil o que o obriga a usar cadeira de rodas ou apoiar-se em bengalas.
Snowdon, the biography, Anne de Courcy, 403p, Orion Books, 2008.
Lord Snowdon, como é conhecido, dedicou os últimos anos a lutar pelos direitos dos deficientes até porque ele próprio, hoje com 76 anos, tem sofrido de sequelas de uma poliomielite infantil o que o obriga a usar cadeira de rodas ou apoiar-se em bengalas.
Snowdon, the biography, Anne de Courcy, 403p, Orion Books, 2008.
A Very Special Favor
Esta noite descobri uma comédia deliciosa: "A Very Special Favor", com Rock Hudson, Leslie Caron (e que bem! Está perdoada pelo "Gigi") e Charles Boyer. Data de 1965 e é realizada por Michael Gordon.
Charles Boyer é um advogado francês que resolve vir para os EUA ajudar a filha que não vê há anos, uma psicóloga de sucesso (Leslie Caron), a ter uma vida. Pede a ajuda de um mulherengo (Rock Hudson), que lhe faz o favor, e as peripécias sucedem-se... em tom slapstick!
Calendário de Advento: 10 de Dezembro
Natal, 1964. O Manchester Daily Express publicava o seguinte artigo sobre a nova vingadora Diana Rigg:
"TV’s toughest female goes sledging with her two youngest fans. ... Diana Rigg, 26, who is Cathy Gale’s successor in the new Avengers series, went home to Leeds for Christmas to spend Christmas with her family. Yesterday she took out her nieces Amanda Rigg, three, and Katherine, 14 months, for a snow ride."
Imagem do Manchester Daily Express/Science & Society Picture Library
Novidades - 5 : Sobre o Médio Oriente
Esta história da "invenção do Médio Oriente" começa com a invasão do Egipto por Napoleão em 1798, uma invasão que levava consigo uma legião de sábios e cujas consequências foram enormes como todos sabemos. O livro trata das outras figuras históricas que definiram e ajudaram a definir o Médio Oriente como hoje o conhecemos: Lord Cromer, Cônsul-Geral britânico no Egipto e na prática o verdadeiro governante e por isso mesmo odiado pelos Egípcios; T.E. Lawrence, que dispensa apresentações; Gertrude Bell, que foi a Oriental Secretary de Sir Percy Cox ( Chief Political Officer da Mesopotâmia ) , e que foi a arquitecta do moderno Iraque; Edmund Ironside, que foi decisivo na conquista do poder no Irão por Reza Khan em 1921, e ainda outros menos conhecidos.
Não é por acaso que ainda hoje os ingleses são odiados por todo o Médio Oriente, pois na verdade foram eles que, para o bem e para o mal, moldaram o destino de várias nações e criaram grande parte dos Estados hoje existentes na região.
Kingmakers. The invention of the modern Middle East, Karl E.Meyer e Shareen Blair Brysac, 480 p, Norton, 2008.
Não é por acaso que ainda hoje os ingleses são odiados por todo o Médio Oriente, pois na verdade foram eles que, para o bem e para o mal, moldaram o destino de várias nações e criaram grande parte dos Estados hoje existentes na região.
Kingmakers. The invention of the modern Middle East, Karl E.Meyer e Shareen Blair Brysac, 480 p, Norton, 2008.
Hoje na FNAC do Colombo
Lá fora - 5 : Londres
Tinha planeado dedicar os próximos Lá fora ao que se vai passando em Paris, mas justifica-se esta excepção pela coincidência da data: é que é hoje inaugurada a Magnificence of the Tsars, no Victoria&Albert Museum em Londres.
São quatro dezenas de trajes de cerimónia e uniformes usados pelos czares russos e por grandes oficiais palatinos da corte russa, desde meados do séc.XVIII até ao final do séc.XIX: dos fatos decorados a prata e ouro do jovem imperador Pedro II, que apenas reinou de 1727 a 1730, aos trajes de coroação dos seis imperadores seguintes, terminando no manto de cinco metros forrado a arminho usado pela czarina Alexandra na coroação do último czar Nicolau II em 1896. A maior parte destes trajes nunca foi exibida antes.
O propósito da exposição é, além de mostrar o talento dos artesãos russos, demonstrar a influência da moda francesa na corte russa no século XVIII, na senda da ocidentalização iniciada por Pedro o Grande, bem como a tendência oposta surgida com o ressurgimento do nacionalismo russo a partir de Nicolau I e que também se reflectiu na moda imperial com a adopção de trajes tradicionais russos.
Magnificence of the Tsars, 10 de Dezembro a 29 de Março de 2009, Victoria & Albert Museum, Londres.
Para saber mais : http://www.vam.ac.uk
São quatro dezenas de trajes de cerimónia e uniformes usados pelos czares russos e por grandes oficiais palatinos da corte russa, desde meados do séc.XVIII até ao final do séc.XIX: dos fatos decorados a prata e ouro do jovem imperador Pedro II, que apenas reinou de 1727 a 1730, aos trajes de coroação dos seis imperadores seguintes, terminando no manto de cinco metros forrado a arminho usado pela czarina Alexandra na coroação do último czar Nicolau II em 1896. A maior parte destes trajes nunca foi exibida antes.
O propósito da exposição é, além de mostrar o talento dos artesãos russos, demonstrar a influência da moda francesa na corte russa no século XVIII, na senda da ocidentalização iniciada por Pedro o Grande, bem como a tendência oposta surgida com o ressurgimento do nacionalismo russo a partir de Nicolau I e que também se reflectiu na moda imperial com a adopção de trajes tradicionais russos.
Magnificence of the Tsars, 10 de Dezembro a 29 de Março de 2009, Victoria & Albert Museum, Londres.
Para saber mais : http://www.vam.ac.uk
Olivier Messiaen
Nasceu em 10 de Dezembro de 1908. Durante a Guerra, Messiaen foi feito prisioneiro, tendo nessa altura composto a sua peça mais conhecida, Quatuor pour la fin du temps, para piano, violino, violoncelo e clarinete. As cores da cidade celeste e Vinte olhares sobre o Menino Jesus são outras obras de sua autoria.
«Le Merle Noir»
Adam Bowles, piano; John McMurtery, flauta.
http://www.oliviermessiaen.org/messiaen2index.htm
http://www.oliviermessiaen.net/
«Le Merle Noir»
Adam Bowles, piano; John McMurtery, flauta.
http://www.oliviermessiaen.org/messiaen2index.htm
http://www.oliviermessiaen.net/
Os meus franceses - 38
Debussy - «Clair de lune» (1891)
David Oistrakh no violino e Frida Bauer no piano (Paris, 1962).
(Enquanto ouvia o David Oistrakh.)
Não, não deixes secar
este fio de água de violino
que nas manhãs de ouro
completa as nossas sombras com flores
– enquanto os pássaros de sementes nos olhos
procuram na espiral dos voos
outro cárcere de recomeço.
José Gomes Ferreira
In: Poeta militante. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, vol. 2, p. 325
David Oistrakh no violino e Frida Bauer no piano (Paris, 1962).
(Enquanto ouvia o David Oistrakh.)
Não, não deixes secar
este fio de água de violino
que nas manhãs de ouro
completa as nossas sombras com flores
– enquanto os pássaros de sementes nos olhos
procuram na espiral dos voos
outro cárcere de recomeço.
José Gomes Ferreira
In: Poeta militante. Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, vol. 2, p. 325
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
9 de Dezembro - 1608 : John Milton
No dia 9 de Dezembro de 1608 nasceu em Londres John Milton, filho do notário John Milton e de Sara Jeffreys, filha de um comerciante abastado. Aquele que viria a ser um dos maiores poetas de língua inglesa aprendeu com o pai a cantar e a tocar, e aos cinco anos entrou na St.Paul's School, na altura uma das melhores escolas de Londres, onde aprendeu Latim, Grego, Francês, Italiano e um pouco de Hebreu. Em 1625, com 16 anos, o jovem Milton foi para Cambridge, para o Christ's College, completar a sua educação e aí escreveu os seus primeiros poemas.
Dedicou-se posteriormente à política e ao jornalismo, sendo um fervoroso adepto de Oliver Cromwell. Foram tais opções políticas que o levaram à prisão, onde escreveu a primeira das suas obras-primas - Paraíso Perdido, publicado em 1667 com Milton já praticamente cego. Quatro anos depois, em 1671, é publicado Paraíso Recuperado , continuação do poema anterior.
John Milton, o maior poeta clássico inglês, morreu no dia 8 de Novembro de 1674.
Dedicou-se posteriormente à política e ao jornalismo, sendo um fervoroso adepto de Oliver Cromwell. Foram tais opções políticas que o levaram à prisão, onde escreveu a primeira das suas obras-primas - Paraíso Perdido, publicado em 1667 com Milton já praticamente cego. Quatro anos depois, em 1671, é publicado Paraíso Recuperado , continuação do poema anterior.
John Milton, o maior poeta clássico inglês, morreu no dia 8 de Novembro de 1674.