Porque adoro esta canção e o Lou Reed que tive oportunidade de ver e ouvir no Jardim da Sereia numa noite de Verão.
"Perfect Day" foi escrita por Lou Reed em 1972. Nos anos 90 reafirmou o seu sucesso depois de ter sido utilizada no filme Trainspotting (1996).
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Mistura explosiva U2 e Springsteen: Stand by Me!
U2 -StanBy Me ft. Bruce Springsteen
Bono seems to have broken his arm and needs a good friend to play his guitar. [Live In Philadelphia 9.25.1987]
Canção de Ben E. King e escrita por Ben E. King, Jerry Leiber and Mike Stoller. Inspirada no Gospel com o mesmo nome, o original foi composto por Charles A. Tindley, em 1905, e tem sido cantada por várias gerações de músicos.
Bono seems to have broken his arm and needs a good friend to play his guitar. [Live In Philadelphia 9.25.1987]
Canção de Ben E. King e escrita por Ben E. King, Jerry Leiber and Mike Stoller. Inspirada no Gospel com o mesmo nome, o original foi composto por Charles A. Tindley, em 1905, e tem sido cantada por várias gerações de músicos.
A cor do sol
Lisboa: Bertrand, 2008
Tive este presente há uns dias. Foi uma completa surpresa porque não conhecia o livro e sou uma fã do inspector Montalbano, criado pelo escritor Andrea Camilleri.
Pois este livro surgiu de um convite feito pelo Düsseldorf MuseumKunst Palast a Camilleri para escrever um conto sobre Caravaggio, por ocasião de uma exposição que esteve patente naquele museu. O conto saiu um pouco longo e o escritor resolveu publicá-lo em livro. Não vou contar a história, digo apenas que se inspira na biografia do pintor. Gostei. Há anos li duas biografias de Caravaggio. Uma romanceada, da autoria de Cristopher Peachement; o mínimo que lhe posso chamar é indigente. Uma outra de um autor inglês, de que não recordo o nome (o que não ajuda nada), magnífica. Isto para além do romance de Jonathan Harr, já aqui falado.
Acho que não perdem tempo se lerem este livro e agradeço a quem o descobriu e mo ofereceu.
Investimento mínimo - retorno máximo
Numa época de plena indiferença e de um total Vale tudo quanto ao vestuário quotidiano, é bem provável que um ou outro estilista se recorde com algum saudosismo dos bons velhos tempos do século passado em que existiam regras e linhas claramente definidas. Quebrá-las significava um desafio inédito e picante ao mesmo tempo. Quem as quebrou de modo muito ousado, foi Mary Quant que festejou o seu 75º aniversário na passada quarta-feira.
A ela deve o mundo ocidental feminino um passo decisivo na sua emancipação do pós-guerra: a minissaia. Sem qualquer intenção de contribuir à libertação feminina, Quant pretendia, apenas, criar um guarda-roupa destinado ao working girl moderno. Segundo a estilista londrina, a moda era, até ao início dos anos 60, elegante e feminina, mas tudo menos prática. “A minissaia era inevitável”, assim o afirma, “para poder correr atrás de um autocarro ou apanhar outro transporte público”. Com uma simples tesoura, Quant deu à luz a primeira saia em 1962, exposta na sua loja em King’s Road que detinha desde 1955.
A ela deve o mundo ocidental feminino um passo decisivo na sua emancipação do pós-guerra: a minissaia. Sem qualquer intenção de contribuir à libertação feminina, Quant pretendia, apenas, criar um guarda-roupa destinado ao working girl moderno. Segundo a estilista londrina, a moda era, até ao início dos anos 60, elegante e feminina, mas tudo menos prática. “A minissaia era inevitável”, assim o afirma, “para poder correr atrás de um autocarro ou apanhar outro transporte público”. Com uma simples tesoura, Quant deu à luz a primeira saia em 1962, exposta na sua loja em King’s Road que detinha desde 1955.
O background não poderia ser mais fecundo: Swinging London estava a nascer a partir do bairro de Chelsea, a banda sonora cabia aos Fab Four de Liverpool, a Sétima Arte contribuía com películas como Blow Up, e os ídolos da moda, entre eles, Jean Shrimpton, Veruschka ou Twiggy alicerçaram um estilo inovador.
A partir de 1966, a minissaia conquistou o mundo. À luz dos padrões da época, a consternação era naturalmente enorme: quanto à corte britânica, Isabel II impôs a meta de 7 centímetros acima do joelho como limite máximo desta peça mínima; países como a Malásia ou Tailândia proibiram a minissaia, estigmatizada como símbolo de um vestuário imperialista. Tudo em vão: a minissaia veio, viu e venceu.
Entretanto, a súbdita Mary Quant, mais tarde condecorada por Sua Majestade, vestia estrelas como Audrey Hepburn, Brigitte Bardot ou Grace Kelly.
A partir de 1966, a minissaia conquistou o mundo. À luz dos padrões da época, a consternação era naturalmente enorme: quanto à corte britânica, Isabel II impôs a meta de 7 centímetros acima do joelho como limite máximo desta peça mínima; países como a Malásia ou Tailândia proibiram a minissaia, estigmatizada como símbolo de um vestuário imperialista. Tudo em vão: a minissaia veio, viu e venceu.
Entretanto, a súbdita Mary Quant, mais tarde condecorada por Sua Majestade, vestia estrelas como Audrey Hepburn, Brigitte Bardot ou Grace Kelly.
Até hoje, manteve o seu corte de cabelo inconfundível, o Sixties-Bob de Vidal Sassoon. No entanto, adaptou-se às tendências modernas que surgiram ao longo das últimas quatro décadas. Melhor prova deste espírito aberto são as boutiques "Mary Quant" que continuam como passagem obrigatória para quem visite Londres, Paris, Nova Iorque ou Tóquio.
Poesia e Amor 3: António Gedeão.
Sandro Boticelli, Fragmento do Nascimento da Vénus
Têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura.
Para Miss Tolstoi como agradecimento do poema oriental
É necessário amar,
qualquer coisa, ou alguém;
o que interessa é gostar
não importa de quem.
Para Miss Tolstoi como agradecimento do poema oriental
AMOR SEM TRÉGUAS
É necessário amar,
qualquer coisa, ou alguém;
o que interessa é gostar
não importa de quem.
Não importa de quem,
nem importa de quê;
o que interessa é amar
mesmo o que não se vê.
nem importa de quê;
o que interessa é amar
mesmo o que não se vê.
Pode ser uma mulher,
uma pedra, uma flor,
uma coisa qualquer,
seja lá do que for.
uma pedra, uma flor,
uma coisa qualquer,
seja lá do que for.
Pode até nem ser nada
que em ser se concretize,
coisa apenas pensada,
que a sonhar se precise.
que em ser se concretize,
coisa apenas pensada,
que a sonhar se precise.
Amar por claridade,
sem dever a cumprir;
uma oportunidade
para olhar a sorrir.
sem dever a cumprir;
uma oportunidade
para olhar a sorrir.
Amar como o homem forte
só ele o sabe e pode-o;
amar até à morte,
amar até ao ódio.
só ele o sabe e pode-o;
amar até à morte,
amar até ao ódio.
Que o ódio, infelizmente,
quando o clima é e horror,
é forma inteligente
de se morrer de amor.
quando o clima é e horror,
é forma inteligente
de se morrer de amor.
António Gedeão, Poesias completas (1956-1967), Lisboa: Portugália, 1972, p.214-216
SEM AMOR
Viver sem amor
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo.
É contemplar o não-acontecer
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se transforma
No recinto
De onde tudo se mudou.
Sem amor andamos errantes
De nós mesmos desconhecidos
Descobrimos que nunca se tem ninguém
Além de nós próprios
E nem isso se tem.
Ana Hatherly
Nota: Este poema lindo foi enviado por Miss Tolstoi. Resolvi colocá-lo como contribuição desta nossa comentadora neste dia 14 de Fevereiro. Tenha um bom dia, Miss Tolstoi!
O livro dos amigos
Poesia e Amor: Almeida Garrett. 2
OLHOS NEGROS
Por teus olhos negros, negros
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança,
Mas fiar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero;
Que em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.
Almeida Garrett, Folhas Caídas e Outros Poemas, Lisboa: Livraria Clássica, 1970, p. 35
Por teus olhos negros, negros
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança,
Mas fiar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero;
Que em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.
Almeida Garrett, Folhas Caídas e Outros Poemas, Lisboa: Livraria Clássica, 1970, p. 35
Poesia e Amor: Almeida Garrett.
ELA
X
O meu amor primeiro,
Único, derradeiro,
Achei-o pois: é Ela. - Ela, um mistério.
Um sonho - véu caído
Sobre um símbolo! um mito...
Mas é Ela...Oh! é ela! Eterno império
Lhe foi, desde o princípio, concedido
Em meu ser imortal. Sou, fui, que era já dela,
Desde que há ser em mim.
Não tem começo, nunca terá fim
Este amor, que é do céu:
Vida não no acendeu, morte o não gela,
Que não pode morrer - se não nasceu!
No sempiterno Seio
Coexistiu c'o meu ser:
Neste da vida turbulento enleio
Passará a gemer
Como eu gemo. Mas toda a eternidade
Será nossa, depois c'o a Divindade.
Almeida Garrett, Folhas Caídas e Outros Poemas, Lisboa: Livraria Clássica, 1970, p. 43
X
O meu amor primeiro,
Único, derradeiro,
Achei-o pois: é Ela. - Ela, um mistério.
Um sonho - véu caído
Sobre um símbolo! um mito...
Mas é Ela...Oh! é ela! Eterno império
Lhe foi, desde o princípio, concedido
Em meu ser imortal. Sou, fui, que era já dela,
Desde que há ser em mim.
Não tem começo, nunca terá fim
Este amor, que é do céu:
Vida não no acendeu, morte o não gela,
Que não pode morrer - se não nasceu!
No sempiterno Seio
Coexistiu c'o meu ser:
Neste da vida turbulento enleio
Passará a gemer
Como eu gemo. Mas toda a eternidade
Será nossa, depois c'o a Divindade.
Almeida Garrett, Folhas Caídas e Outros Poemas, Lisboa: Livraria Clássica, 1970, p. 43
Idílio
Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos de um fôlego as colinas
Do rossio da noite inda orvalhadas;
Ou vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longe no horizonte amontoadas;
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
O vento e o mar murmuram orações
E a poesia das cousas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.
Antero de Quental
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos de um fôlego as colinas
Do rossio da noite inda orvalhadas;
Ou vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longe no horizonte amontoadas;
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
O vento e o mar murmuram orações
E a poesia das cousas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.
Antero de Quental
Cartas de amor - 2
Carta de Almeida Garrett a Rosa Montufar, Viscondessa da Luz
6 Agosto [1846]
Tu já não és só a minha amante, a mulher a quem dei para sempre o meu coração: és mais que isso, és realmente a esposa da minha alma, aquela a quem tenho consagrado a minha existência, e para quem somente quero viver.
Juro-te isto à face do céu e da terra, por minha honra te prometo. Que mais queres que te diga, que mais há que prometer ou que fazer?
O susto que ontem tiveste à saída é completamente infundado: à vista te darei razões tão seguras que se há-de desvanecer todo o receio. Não as quero confiar agora ao papel. Mas seguro-te e prometo-te que não tens que recear. – À noite espero ver a T. e o convencerei também a ele que é um verdadeiro alarmista. Sabes tu?
A noite de ontem, minha alma, foi o dia mais belo da minha vida. Oh Deus eterno! como eu vivi, o que gozei! Se pode haver céu depois disto?
Ninguém me persuadirá jamais que há no mundo quem se ame como nós nos amamos.
Eu sou plenamente feliz, não quero mais nenhum. E tu? Dize. – Oh! tu amas-me e és feliz, bem o sei. Mas tem coragem para ser feliz, que é só o que ainda te falta: le courage du bonheur. Adeus, adeus, até amanhã? Não é verdade?
Teu para sempre
P.S. Vou para o Tesouro: não posso escrever mais. Maldita seja a pátria e a finança.
In: Almeida Garrett – Cartas de amor à Viscondessa da Luz. Lisboa: Emp. Nac. de Publicidade, [1956]
6 Agosto [1846]
Tu já não és só a minha amante, a mulher a quem dei para sempre o meu coração: és mais que isso, és realmente a esposa da minha alma, aquela a quem tenho consagrado a minha existência, e para quem somente quero viver.
Juro-te isto à face do céu e da terra, por minha honra te prometo. Que mais queres que te diga, que mais há que prometer ou que fazer?
O susto que ontem tiveste à saída é completamente infundado: à vista te darei razões tão seguras que se há-de desvanecer todo o receio. Não as quero confiar agora ao papel. Mas seguro-te e prometo-te que não tens que recear. – À noite espero ver a T. e o convencerei também a ele que é um verdadeiro alarmista. Sabes tu?
A noite de ontem, minha alma, foi o dia mais belo da minha vida. Oh Deus eterno! como eu vivi, o que gozei! Se pode haver céu depois disto?
Ninguém me persuadirá jamais que há no mundo quem se ame como nós nos amamos.
Eu sou plenamente feliz, não quero mais nenhum. E tu? Dize. – Oh! tu amas-me e és feliz, bem o sei. Mas tem coragem para ser feliz, que é só o que ainda te falta: le courage du bonheur. Adeus, adeus, até amanhã? Não é verdade?
Teu para sempre
P.S. Vou para o Tesouro: não posso escrever mais. Maldita seja a pátria e a finança.
In: Almeida Garrett – Cartas de amor à Viscondessa da Luz. Lisboa: Emp. Nac. de Publicidade, [1956]
Cartas de amor - 1
«Os mais modernos modelos de declarações de amor, de respostas aceitando ou negando o amor oferecido».
Ex.ma Sr.ª
Quem ama é sempre tímido, e eu sinto bem quanto isto tem de verdade.
Prende-me esta timidez ao ponto de não saber o que hei-de dizer a V. Ex.ª E não é porque não tivesse muito para lhe contar, mas porque essa maldita tibieza me inibe de o fazer.
O que irá oensar V. Ex.ª de mim ? O receio do ridículo, da pouca importância que possa ligar às minhas palavras, tudo isto me põe de tal modo inquieto e nervoso, que eu não sei como dizer-lhe o que se passa o íntimo do meu coração.
É que… mas vençamos o medo, amo-a, minha senhora e fico a seus pés à espera da sentença que há-de salvar ou perde resta alma que é sua escrava.
De V. Ex.ª admirador respeitoso e apaixonado
F…
Segue a resposta:
Ex.mo Sr.
É impossível que a sua carta não seja verdadeira. Ela tem um tal cunho de sinceridade, que me comoveu a ponto de aceitar o seu afecto, eu que tanto receiio tenho tido de aceitar protestos de amor.
Oxalá não me tenha enganado, pois sinto que sofreria muito com isso.
Aguardando nova carta de V. Ex.ª, peço-lhe pese bem a responsabilidade que tomou perante a sua consciência.
Se é sincero, como suponho, continue a escrever-me ; se não é, suplico-lhe que deixe esta carta sem resposta.
Sem mais, creia-me admiradora de V. Ex.ª
F…
Maria Celeste - Cartas de amor para namorados. Lisboa : Emp. Literária Universal, s.d., p. 11-12, 31
Limpar com amor...
Cartaz publicitário, s.d. (1960?)
A Fábrica dos Produtos Coração foi fundada em 1928, por Albrecht Löbe.
Objectos de famosos! 2
Os óculos de Fernando Pessoa porque eram mais pessoais que a sua máquina de escrever.A Secretária de Edgar Allan Poe na casa dos seus pais.
Artistas e gatos 5
Malraux na Assembleia Nacional Francesa e os gatos
"Bastet, Malraux e o FaraóLustrée e Fourrure, um belo casal de gatos, partilharam com André Malraux, nos últimos anos de sua vida, no castelo que elegeu como residência, a vivência do poder e os sonhos de grandeza, embora soubessem que mais não eram que doces substitutos de Bastet, o deus-gato dos antigos egípcios.
André Malraux aprendeu a amar os gatos nas viagens que fez ao Extremo Oriente, (…).
Os dois gatos, sobretudo depois da morte trágica dos dois filhos, tornaram-se uma presença constante no seu quotidiano, deitando-se com frequência sobre as pilhas de manuscritos (…). No seu fantástico Museu Imaginário, Malraux sabia que os gatos e as suas representações artísticas eram símbolos da própria eternidade. E tão obsessiva era a presença dos gatos qe o escritor e ministro da Cultura de De Gaulle, como ele um apaixonado por aquela espécie de felinos, estava constantemente a desenhá-los, sobretudo durante enfadonhas reuniões de Estado. Chegou mesmo ao ponto de associar o desenho de um gato à sua assinatura".
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006, p. 73-74.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Jacques Brel no dia de S.Valentim.
Porque adoro Brel. « Quand on n'a que l'amour » letra e música: Jacques Brel 1956
Não tenho colocado os meus franceses favoritos para não repetir o que já foi editado. Esta música é para agraciar o dia de S.Valentim embora seja, entre nós, um costume recente e de cariz comercial.
Talvez se vendam mais flores e as janelas fiquem mais bonitas!
Não tenho colocado os meus franceses favoritos para não repetir o que já foi editado. Esta música é para agraciar o dia de S.Valentim embora seja, entre nós, um costume recente e de cariz comercial.
Talvez se vendam mais flores e as janelas fiquem mais bonitas!
Conde de Lautréamont
Retrato de Lautréamont por Félix Vallotton
Isidore Lucien Ducasse, literariamente conhecido como Conde de Lautréamont, nasceu em Montevideu (Uruguai) a 4 de Abril de 1846 e faleceu em Paris a 4 de Abril de 1870. Filho de um funcionário consular, foi estudar para França em 1859.
Cantos de Maldoror é por muitos considerada como a primeira obra surrealista.
«O fim do século verá o seu poeta […]; nasceu nas costas da América, na foz do La Plata, onde dois povos, outrora rivais, tentam ultrapassar-se pelo progresso material e moral. Buenos Aires, a rainha do Sul, e a galante Montevideu estendem uma para a outra mãos amigas, através das águas argentinas do grande estuário.»
Conde de Lautréamont
In: Cantos de Maldonor / trad. Pedro Tamen. Lisboa: Moraes, 1969, p. 54
E que tal Montevideu?
Bordar o Amor
É principalmente na região do Minho que o lenço dos namorados tem elevada expressão popular. Mas hoje já não se borda o amor que em pano acompanhava os portugueses que partiam para a guerra ou em busca de melhores condições de vida. Na hora da despedida era obrigatório a rapariga apaixonada oferecer um lenço ao namorado com uma quadra de sua autoria. Se bordava com erros ortográficos isso era insignificante pois o que contava mesmo era os sentimentos. Os desenhos que ilustravam as quadras funcionavam como uma espécie de linguagem secreta: a rosa quer dizer mulher; o coração, amor; os lírios simbolizavam a virgindade; cravos vermelhos são sinónimo de provocação e os pombinhos, namorados como não podia deixar de ser.Se é fácil ou não encontrarem-se ainda estes pequenos gestos de ternura não sei, mas que seria um presente “original” para oferecer no Dia de S. Valentim que amanhã se comemora, sem dúvida que sim.
Uma pausa para Vivaldi: "Vedro con mio diletto!"
Philippe Jaroussky - Vedro con mio diletto - Vivaldi
Artistas e gatos 4
OS GATOS de Fialho de Almeida
“Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, efez o crítico à semelhança do gato. Ao crítico deu ele, como ao gato, a graça ondulosa e o assopro, o ronrom e a garra, a língua espinhosa e a câlinerie. Fê-lo nervoso e ágil, reflectido e preguiçoso; artista até ao requinte, sarcástico até à tortura, e para os amigos bom rapaz, desconfiado para os indiferentes e terrível com agressores e adversários. (...) Desde que o nosso tempo englobou os homens em três categorias de brutos, o burro, o cão e o gato – isto é, o animal de trabalho, o animal de ataque e o animal de humor e fantasia – porque não escolhermos nós o travesti do último? É o que se quadra mais ao nosso tipo, e aquele que melhor nos livrará da escravidão do asno, e das dentadas famintas do cachorro”.
A paixão dos livros - 8
Édouard Manet - «Émile Zola» (pormenor)
«Um coleccionador de livros deve, segundo a ideia que eu dele faço, possuir, entre outras. As qualidades seguintes: apetite, vagar, fortuna e preseverança. Coleccionar livros pode ter os seus ridículos e as suas excentricidades; mas, em suma, é um elemento revivificante numa sociedade eivada de tantas causas de corrupção.»
Gladstone
Livros de cozinha - 11
Bananas em chamas
4 bananas
1 colher de manteiga
1 colher de açúcar
3 colheres de Grand Marnier (ou qualquer outro bom licor de laranja ou tangerina)
Pelar [sic] as bananas e fritá-las ligeiramente em manteiga derretida.
Lavá-las ao forno, polvilhadas de açúcar, durante 10 minutos.
Aquecer o Grand Marnier, regar as bananas, que devem estar num prato bem aquecido, e servir em chamas.
Princípio afrodisíaco activo: as banas e o álcool.
Nota: pode fritar as bananas com antecedência, pô-las no forno à hora e flambeá-las à mesa.
Maria Antónia Goes
In: Receitas de amor. Sintra: Colares, 2005, p. 37
Artistas e gatos 3
Paul Klee, Gato e pássaro, Óleo e tinta no gerro em tela Última carta de Paul Klee aos gatos da sua vida
Queridos Nuggi, Fritzy e Bimbo:
Chegado o fim da minha vida, dirijo-vos esta carta para vos dar conta da importância que tiveram no meu atribulado percurso como pintor.
Creio que não teria chegado onde cheguei como artista do meu tempo sem o vosso amor e a inspiração que nunca me regatearam.
Fiz questão de vos manter presentes em tudo quanto fiz, desde as cartas aos poemas, passando, naturalmente, pelos quadros em que tentei modestamente representar-vos.
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006, p. 33.
Queridos Nuggi, Fritzy e Bimbo:
Chegado o fim da minha vida, dirijo-vos esta carta para vos dar conta da importância que tiveram no meu atribulado percurso como pintor.
Creio que não teria chegado onde cheguei como artista do meu tempo sem o vosso amor e a inspiração que nunca me regatearam.
Fiz questão de vos manter presentes em tudo quanto fiz, desde as cartas aos poemas, passando, naturalmente, pelos quadros em que tentei modestamente representar-vos.
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006, p. 33.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Quem é que se lembra desta música?
Santana Samba Pa Ti Live Argentina 2006
Carlos Alberto Santana Barragán, (20 de julho de 1947), é um conhecido guitarrista e compositor mexicano. Tornou-se famoso na década de 1960 com a banda Santana Blues Band, conhecida posteriormente apenas como Santana, ganhou uma maior projecção depois da sua actuação no Festival de Woodstock em 1969.
Carlos Alberto Santana Barragán, (20 de julho de 1947), é um conhecido guitarrista e compositor mexicano. Tornou-se famoso na década de 1960 com a banda Santana Blues Band, conhecida posteriormente apenas como Santana, ganhou uma maior projecção depois da sua actuação no Festival de Woodstock em 1969.
Abraham Lincoln: 200 anos - 3
Memorial de Lincoln
«Quase todos os homens são capazes de superar a adversidade, mas, se se quiser pôr à prova o carácter de um homem, dê-se-lhe poder.»
Claudio Monteverdi: Orfeo. Uma rosa...
Orfeo and Euridice nuptial ceremony. Monteverdi, Orfeo, act 1. Orfeo: Furio Zanasi Dir: J. Savall TESTO ORFEO Rosa del ciel.
Abraham Lincoln: 200 anos - 2
Lincoln e o filho
«Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz.»
Abraham Lincoln: 200 anos - 1
«A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.»
Abraham Lincoln nasceu em Hodgenville a 12 de fevereiro de 1809 e foi assassinado num teatro em Washington, a 15 de abril de 1865. Foi 16.º Presidente dos Estados Unidos da América, tendo exercido o mandato entre 4 de Março de 1861 até á data da sua morte.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abraham_Lincoln
O livro dos amigos
Os governos podem enganar-se uns aos outros, os aparelhos políticos podem ser levados uns contra os outros, até que um faz explodir o outro. Não é, porém, assim que as pátrias vão umas contra as outras, elas encontram-se tranquilamente ao lado umas das outras e ajudam-se mutuamente como famílias. Pátrias contra pátrias, numa luta sangrenta, é o maior barbarismo da linguagem humana.
Johann Gottfried von Herder (1744 - 1803)
Trad.: José A. Palma Caetano
Livros de cozinha - 10
Afonso Praça & Francisco Simões
Lisboa: Ed. Notícias, 1998
Neste livro, ilustrado por Francisco Simões, encontrará um conjunto de receitas «fáceis de preparar». Transcreve-se a seguir um trecho do prefácio bem humorado de Afonso Praça:
«Entrada com sal e pimenta q.b.»:
«Um bom jantar pode ser uma porta aberta para o amor, e como quem diz jantar, diz ceia ou simples petisco, a hora passa para plano secundário, ou seja, o amor não tem horas, qualquer hora lhe serve. Significa isto que a mesa é meio caminho andado para a cama? Não necessariamente. Mas a mesa e a cama são ambas potenciais fontes de prazer - e quem puser em dúvida esta afirmação, muito pouco sabe de mesa, de cama e de prazeres - e escreve-se aqui o plural por se tratar de prazeres diferentes, embora por vezes muito parecidos. [...]
Nem manual de receitas afrodisíacas nem álbum de desenhos eróticos, este livro tão-pouco é um guia capaz de indicar com segurança o caminho da ponte que leva da cama à mesa ou ao sofá. Mas se o leitor quiser, poderá ser manual, álbum e guia. O que não pode é levar tudo isto muito a sério. Sempre que as circunstâncias lho permitam, tempere a vida com humor q.b. Vai ver que é óptimo.»
Charles Darwin, 200 anos do seu nascimento!
Charles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, a 12 de Fevereiro de 1809 e morreu em Downe, Kent, a 19 de Abril de 1882. Darwin alcançou fama com a teoria da evolução das espécies defendida em 1859, no livro "A Origem das Espécies" (On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or The Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life). Introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum, por meio de seleção natural. Foi laureado com a medalha Wollaston concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1859.
"La Cumparsita"
Para os Viajantes e não só...
"La Cumparsita" do filme "Tango" (1999) de Carlos Saura. Tango dançado por Juan Carlos Copes e Cecilia Narova.
"La Cumparsita" do filme "Tango" (1999) de Carlos Saura. Tango dançado por Juan Carlos Copes e Cecilia Narova.
Martin e Hannah
FRIBURGO-EM-BRISGAU
REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA
15 de Agosto de 1975
- Raios!
A velha senhora lutava com o guarda-chuva. As rajadas de vento e a chuva atingiam-lhe a cara enrugada, faziam-lhe voar as saias, destruíam as bocas-de-lobo do jardim. Com um dedo, tocou à campainha do portão.
Da casa, ao fundo do caminho, nada. Uma segunda tentativa permaneceu sem resposta. Irritada, a senhora começou a tamborilar nas ripas de madeira enquanto chamava: - Elfride! Elfride! Sou eu!
Passos que se arrastam. A corrente que se abre. Outra velhota apareceu, abrigada debaixo do alpendre.
- Hannah – disse Elfride, imóvel. – Não a esperava tão cedo.
[…]
O coração de Hannah pôs-se a bater mais depressa. Há quanto tempo não estava sozinha com ele? Pelo menos vinte anos, ou mais? Exactamente dsde… Desde 1950, sim. Vinte e cinco anos.
Sempre que atravessava o atlântico para voltar à Alemanha, Hannah viera visitar Martin Heidegger. E a Madame sempre a vigiar. Nunca longe, sempre pronta a entrar de rompante. Contabilizando o tempo que eles passaram juntos. E Martin cedia sempre.
Uma vez, apenas uma única vez, é que Martin tinha desafiado a proibição conjugal. Foi em 1950, em Friburgo, Hannah e Martin, os dois sozinhos. Foi depois do exílio de Hannah, depois do extermínio, depois do nascimento de Israel, depois da guerra. Depois de Martin ter sido condenado pela sua ideologia nazi, depois da derrota. E, vinte cinco anos depois, Martin e Hannah iam estar novamente sozinhos!
Porque desde que tinha descoberto a verdade sobre o amor adúltero de Martins e Hannah, a Madame estava e de guarda. […]
- Vá, minha cara, vá – disse Elfride, cruzando os braços. – Não, no escritório não. Ao fundo, ao pé da janela. Na sala de jantar. [...]
Assim começa O último encontro, de Catherine Clément (Porto: Asa, 2000)
Hoje leitura
CORRESPONDÊNCIA ENTRE HANNAH ARENDT E MARTIN HEIDEGGER
Apresentação de João Paulo Cotrim
com a participação de José Wallenstein
CCB, 12 Fev., 21h00
Sala Sophia de Mello Breyner
Entrada livre
Nos anos vinte do século passado, Hannah Arendt, jovem judia estudante de filosofia que se tornará referência do pensamento do século XX e implacável desconstrutora da ideologia nazi, tomou-se de amores pelo seu carismático professor, Martin Heidegger, também ele marcante filósofo, o qual viria a manter estreitas relações com o partido Nazi.
A relação manteve-se incólume ao longo do agitado século, através do fio de uma correspondência cheia de simbolismo e humanidade, a qual apenas se revela em meados dos anos 1990. Com o picante de trazer à cena a outra face do triângulo, Elfriede, a mulher do professor.
(do site do CCB)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Artistas e gatos 2
Picasso
Pablo Picasso está sentado num sofá e tem ao colo um gato siamês, que fixa a objectiva da máquina com a mesma atenção que o pintor. Ambos sabem que são momentos como este que eternizam as imagens e quem as povoa e anima. (…)Os olhos de Picasso assemelham-se aos olhos do seu gato, porque são grandes e enigmáticos, interrogando o mundo e os sentimentos a cada passo, sofregamente.
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006, p. 63
Placebo - wheres my mind...
Placebo surgiu em 1994 em Londres. É uma banda alternativa constituída pelo belga, Brian Molko (vocalista, guitarrista e teclista), pelo sueco, Stefan Olsdal (baixo, guitarrista e teclista) e por Steve Forrest (baterista). Devido às diferentes origens dos seus músicos, Bélgica, Suécia, Luxemburgo, Inglaterra e Suíça, é considerada uma banda europeia.
As canções mais conhecidas são: Nancy Boy, Pure Morning, You Don't Care About Us, Every You Every Me, The Bitter End, Twenty Years, Because I Want You, Infra-Red, Meds and a cover of the Kate Bush song Running Up That Hill.
As canções mais conhecidas são: Nancy Boy, Pure Morning, You Don't Care About Us, Every You Every Me, The Bitter End, Twenty Years, Because I Want You, Infra-Red, Meds and a cover of the Kate Bush song Running Up That Hill.
Descomplicar a figura de Salazar
Depois de ler o artigo de Luís Reis Torgal sobre “A Vida Privada de Salazar” questiono apenas:
1- E qual é o mal em termos assistido a um Salazar licencioso se foi essa a intenção de mini-série?
2- Clara Ferreira Alves diz que Salazar é o que está a dar. Ironias à parte o que é que isso quer dizer?
3- Portugal tem nostalgia do ditador, como afirma Maria de Medeiros? Não me parece. E conceber produtos sobre a figura de Salazar na forma de musicais, teatro, literatura ou programas de televisão não significa necessariamente romantizar um período, ocultando o horror da tortura e da guerra, como diz ainda a cineasta.
Então e porque é que também não se instala esta urticária colectiva sempre que surge uma obra acerca de Hitler, um dos maiores ditadores na História da Humanidade? E como o cinema está cheio delas só para dar um exemplo. Vamos descomplicar a figura de Salazar enquanto pessoa e ditador, que o foi sem qualquer sombra de dúvida, mas vir agora apelidá-lo de Marlon Brando de Santa Comba é que me parece ridículo.
Tanto barulho por coisa nenhuma. Mais vale dizer: Não gosto do homem! Ponto.
1- E qual é o mal em termos assistido a um Salazar licencioso se foi essa a intenção de mini-série?
2- Clara Ferreira Alves diz que Salazar é o que está a dar. Ironias à parte o que é que isso quer dizer?
3- Portugal tem nostalgia do ditador, como afirma Maria de Medeiros? Não me parece. E conceber produtos sobre a figura de Salazar na forma de musicais, teatro, literatura ou programas de televisão não significa necessariamente romantizar um período, ocultando o horror da tortura e da guerra, como diz ainda a cineasta.
Então e porque é que também não se instala esta urticária colectiva sempre que surge uma obra acerca de Hitler, um dos maiores ditadores na História da Humanidade? E como o cinema está cheio delas só para dar um exemplo. Vamos descomplicar a figura de Salazar enquanto pessoa e ditador, que o foi sem qualquer sombra de dúvida, mas vir agora apelidá-lo de Marlon Brando de Santa Comba é que me parece ridículo.
Tanto barulho por coisa nenhuma. Mais vale dizer: Não gosto do homem! Ponto.
VALE TUDO…!?
Sou historiador. Todavia, aprecio particularmente a ficção e não me preocupo que o teatro, o cinema ou a literatura criem "estórias" que, de forma assumida, alterem a história, para a interrogarem ou a criticarem.
Assim sucedeu, por exemplo, com o Cabaret da Santa, do companhia Teatrão, de Coimbra, numa co-produção luso-brasileira. Ali se evoca de forma humorística, entre o teatro brechtiano e a revista à portuguesa, vista à maneira brasileira, a chegada dos portugueses e de D. João VI ao Brasil e muito mais coisas, numa sucessão talvez excessiva (verdadeira rapsódia de cenas e de músicas), em interacção com o público, que se sente ora seduzido ora "enganado", mas sempre entusiasmado.
Sobre Salazar, vi, já em posterior apresentação televisiva, Deus, Pátria e Maria, encenada, há alguns anos, no Teatro Maria Matos, da autoria de Maria do Céu Ricardo e com excelente interpretação de Márcia Breia. Mais recentemente, assisti a Férias grandes com Salazar, cujo original foi escrito pelo espanhol Manuel Martínez Mediero, apresentada pelo Teatro Nacional D. Maria II no pequeno Teatro da Politécnica.. E vi mesmo, sem me chocar, Salazar, The Musical, encenada no Teatro Villaret pelo inglês John Mowat. Independentemente de ter gostado ou não dessas peças, o certo é que se tratava também de ficção, estando bem definidos os planos da História e da "estória", sem haver qualquer confusão.
O mesmo não se pode dizer desta Vida Privada de Salazar, apresentada em horário nobre pela SIC. A vida íntima consistia, nesta apresentação de pretensões históricas, sem nenhuma qualidade, em conduzir o espectador a passar da visão de um "Salazar austero" para um "Salazar licencioso", onde tudo é permitido, desde que encha os olhos de um público estranhamente à espera da última tirada do "Chefe", que governou este país, em ditadura, durante cerca de quarenta anos. Clara Ferreira Alves, num seu artigo do Expresso, em 21 de Março de 2007, dizia ironicamente: "Salazar é que está a dar". E a cineasta Maria Medeiros, numa entrevista ao Jornal de Letras, em Junho de 2008, afirmou com desânimo: "Quando vou a Portugal choca-me a catadupa de livros, séries e produtos à volta de Salazar. Parece-me um absurdo. Nos outros países não há uma nostalgia assim de um ditador. Romantiza-se um período, ocultando o horror da tortura e da guerra".
Na verdade, vale tudo, para que o produto se venda. Seja a Vida Privada de Salazar ou alguns livros que editores sérios deveriam ter vergonha de lançar no mercado, seja o concurso Grandes Portugueses, da nossa oficialíssima RTP, com a colaboração de muitos intelectuais da nossa praça, que colocou no pódio do "maior português de todos os tempos"… António de Oliveira Salazar!
Enfim, não é de admirar que, neste panorama — que nem sequer é apenas português —, se destruam a cultura, a indústria e o comércio nacionais, surja um desemprego nunca visto e se caia numa das maiores crises de sempre, com escândalos públicos e privados que todos os dias nos batem à porta. E ninguém parece lembrar-se que o fascismo surgiu de crises idênticas da democracia política e, sobretudo, de crises da democracia social e da ética, que alguns evocam só em momentos de puro oportunismo.
De resto, vale tudo…! Mesmo tudo!? Espero que, ao menos, nos reste um pouco de vergonha, de inteligência e de esperança para mudar o "sistema", aprofundando a Democracia numa visão verdadeiramente Política e Social. Mas, para isso, é necessário uma outra Cultura. Esta é mesmo a hora da Cultura ou… a hora da incultura e do desespero.
Luís Reis TorgalAssim sucedeu, por exemplo, com o Cabaret da Santa, do companhia Teatrão, de Coimbra, numa co-produção luso-brasileira. Ali se evoca de forma humorística, entre o teatro brechtiano e a revista à portuguesa, vista à maneira brasileira, a chegada dos portugueses e de D. João VI ao Brasil e muito mais coisas, numa sucessão talvez excessiva (verdadeira rapsódia de cenas e de músicas), em interacção com o público, que se sente ora seduzido ora "enganado", mas sempre entusiasmado.
Sobre Salazar, vi, já em posterior apresentação televisiva, Deus, Pátria e Maria, encenada, há alguns anos, no Teatro Maria Matos, da autoria de Maria do Céu Ricardo e com excelente interpretação de Márcia Breia. Mais recentemente, assisti a Férias grandes com Salazar, cujo original foi escrito pelo espanhol Manuel Martínez Mediero, apresentada pelo Teatro Nacional D. Maria II no pequeno Teatro da Politécnica.. E vi mesmo, sem me chocar, Salazar, The Musical, encenada no Teatro Villaret pelo inglês John Mowat. Independentemente de ter gostado ou não dessas peças, o certo é que se tratava também de ficção, estando bem definidos os planos da História e da "estória", sem haver qualquer confusão.
O mesmo não se pode dizer desta Vida Privada de Salazar, apresentada em horário nobre pela SIC. A vida íntima consistia, nesta apresentação de pretensões históricas, sem nenhuma qualidade, em conduzir o espectador a passar da visão de um "Salazar austero" para um "Salazar licencioso", onde tudo é permitido, desde que encha os olhos de um público estranhamente à espera da última tirada do "Chefe", que governou este país, em ditadura, durante cerca de quarenta anos. Clara Ferreira Alves, num seu artigo do Expresso, em 21 de Março de 2007, dizia ironicamente: "Salazar é que está a dar". E a cineasta Maria Medeiros, numa entrevista ao Jornal de Letras, em Junho de 2008, afirmou com desânimo: "Quando vou a Portugal choca-me a catadupa de livros, séries e produtos à volta de Salazar. Parece-me um absurdo. Nos outros países não há uma nostalgia assim de um ditador. Romantiza-se um período, ocultando o horror da tortura e da guerra".
Na verdade, vale tudo, para que o produto se venda. Seja a Vida Privada de Salazar ou alguns livros que editores sérios deveriam ter vergonha de lançar no mercado, seja o concurso Grandes Portugueses, da nossa oficialíssima RTP, com a colaboração de muitos intelectuais da nossa praça, que colocou no pódio do "maior português de todos os tempos"… António de Oliveira Salazar!
Enfim, não é de admirar que, neste panorama — que nem sequer é apenas português —, se destruam a cultura, a indústria e o comércio nacionais, surja um desemprego nunca visto e se caia numa das maiores crises de sempre, com escândalos públicos e privados que todos os dias nos batem à porta. E ninguém parece lembrar-se que o fascismo surgiu de crises idênticas da democracia política e, sobretudo, de crises da democracia social e da ética, que alguns evocam só em momentos de puro oportunismo.
De resto, vale tudo…! Mesmo tudo!? Espero que, ao menos, nos reste um pouco de vergonha, de inteligência e de esperança para mudar o "sistema", aprofundando a Democracia numa visão verdadeiramente Política e Social. Mas, para isso, é necessário uma outra Cultura. Esta é mesmo a hora da Cultura ou… a hora da incultura e do desespero.
(Diário de Coimbra, 11 Fev. 2009, p. 9)
As faces de Buenos Aires
No popular La Boca fica o famoso Caminito, uma rua de 100 metros mas muito singular pelas suas casas coloridas. Noutros tempos e após longa ausência, os marinheiros regressavam à cidade trazendo restos de tintas com que embelezavam as suas casas. Como a tinta não chegava para pintar com a mesma cor do princípio ao fim, o resultado final era este; um colorido que hoje continua a dar um ar pitoresco ao bairro. La Boca foi o primeiro porto de Buenos Aires assente em terreno baixo e alagadiço motivo pelo qual as casas foram feitas de madeira, construídas sobre pilares.
O livro dos amigos
No que se refere ao Estado, a forma de governo é de importância muito reduzida, embora haja pessoas com uma cultura superficial que pensam de outro modo. O grande objectivo da arte de governar deve ser a duração, porque esta é mais valiosa que a liberdade.
Niccolò Machiavelli (1469 - 1527)
Trad.: José A. Palma Caetano
A Poesia e o Sabor, Alexandre O'Neill
Para acompanhar as receitas fabulosas de MR.
MEDITAÇÃO NA PASTELARIA
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Nunca se sabe quando começa a insolência!
Que tempo este, meu Deus, uma senhora
Está sempre em perigo e o perigo
Em cada rua, em cada olhar,
Em cada sorriso ou gesto
De boa-educação!
A inspecção irónica das pernas,
Eis o que os homens sabem oferecer-nos,
Inspecção demorada e ascendente,
Acompanhada de assobios
E de sorrisos que se abrem e se fecham
Procurando uma fresta, uma fraqueza
Qualquer da nossa parte...
Mas uma senhora é uma senhora.
Só vê a malícia quem a tem.
Uma senhora passa
E ladrar é o seu dever – se tanto for preciso!
*
O pó de arroz:
Horrível!
O bâton:
Igual!
O amor de Raul é já uma saudade,
Foi sempre uma saudade...
(O escritório
Toma-lhe o tempo todo?
Desconfio que não...)
Filhos tivemos um:
Desapareceu...
E já nem sei chorar!
*
Chorar...
Como eu queria poder chorar!
Chorar encostada a uma saudade
Bem maior do que eu,
Que não fosse esta tristeza
Absurda de cada dia:
Unha
Quebrada de melancolia...
Perdi tudo, quase tudo...
Hoje,
Resta-me a devoção
E este pequeno inteligente cão.
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Alexandre O'Neill No Reino da Dinamarca - 1958 p. 145-147- as minhas poesias Vasco Graça Moura
MEDITAÇÃO NA PASTELARIA
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Nunca se sabe quando começa a insolência!
Que tempo este, meu Deus, uma senhora
Está sempre em perigo e o perigo
Em cada rua, em cada olhar,
Em cada sorriso ou gesto
De boa-educação!
A inspecção irónica das pernas,
Eis o que os homens sabem oferecer-nos,
Inspecção demorada e ascendente,
Acompanhada de assobios
E de sorrisos que se abrem e se fecham
Procurando uma fresta, uma fraqueza
Qualquer da nossa parte...
Mas uma senhora é uma senhora.
Só vê a malícia quem a tem.
Uma senhora passa
E ladrar é o seu dever – se tanto for preciso!
*
O pó de arroz:
Horrível!
O bâton:
Igual!
O amor de Raul é já uma saudade,
Foi sempre uma saudade...
(O escritório
Toma-lhe o tempo todo?
Desconfio que não...)
Filhos tivemos um:
Desapareceu...
E já nem sei chorar!
*
Chorar...
Como eu queria poder chorar!
Chorar encostada a uma saudade
Bem maior do que eu,
Que não fosse esta tristeza
Absurda de cada dia:
Unha
Quebrada de melancolia...
Perdi tudo, quase tudo...
Hoje,
Resta-me a devoção
E este pequeno inteligente cão.
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Alexandre O'Neill No Reino da Dinamarca - 1958 p. 145-147- as minhas poesias Vasco Graça Moura
Livros de cozinha - 9
Como se aproxima o dia de S. Valentim, pode ser que alguém queira experimentar uma receita afrodisíaca. Muitas das receitas que aparecem nas várias recolhas publicadas são pratos que comemos frequentemente.
As prescrições de hoje foram retiradas de Cinco mil anos de cozinha afrodisíaca, de Pino Correnti. O livro pertenceu a um querido amigo, o JP, e foi-me dado, segundo uma anotação que fiz, no dia 14 de Fevereiro de 1995, por dois queridos amigos.
Porto: Asa, 1994
Rolos de linguado à Pompadour
Para 2 pessoas
Filetes de 2 linguados grandes
60 g de manteiga de anchovas
1 colher de sopa de farinha
2 nozes de manteiga
½ copo de vinho branco seco
200 g de camarões descascados
1 chávena de caldo de peixe (ou melhor, de lagostim)
100 g de cogumelos
2 gemas de ovos
Noz-moscada ralada
1 raminho de salsa
Sal, pimenta
Corte os filetes de linguado em tiras de 3 cm de largura, barre cada uma delas com manteiga de anchovas, passe-as por farinha e forme pequenos rolos que fechará com a ajuda de palitos.
Ponha a manteiga a derreter numa frigideira e refogue os rolos de linguado, voltando-os para que fiquem uniformemente dourados. Quando estiverem louros, deite o vinho branco e deixe cozer em lume brando durante 1 ou 2 minutos e retire do lume.
Disponha-os verticalmente numa comprida travessa de ir ao forno, introduza no centro alguns camarões descascados e disponha os restantes em redor.
Limpe os cogumelos e corte-os em lâminas, salteando-os no fundo de cozedura que ficou na frigideira, diluído com o caldo de peixe. Deixe fervilhar, apague o lume assim que o líquido estiver bastante reduzido e ligue os cogumelos, misturando-lhes as gemas de ovos.
Deite este molho sobre os filetes de linguado e os camarões, polvilhe com a noz-moscada ralada e leve ao forno quente (term. 7-8), durante cerca de 10 m. No intervalo, pique a salsa, que deverá espalhar sobre esta deliciosa preparação exactamente antes de servir.
Surpresa a branco e verde
Para 6 pessoas
1 melão de 1 kg
60 g de açúcar
½ colher de café de canela em pó
1 pitada de noz-moscada
20 cl de vinho do Porto branco
6 folhas de hortelã
Para o chantilly:
20 cl de natas
1 colher de sopa de açúcar
Abra o melão, cortando do lado do pedúnculo uma abertura em ziguezague de 6 a 8 cm de diâmetro. Retire as sementes e depois extraia a polpa em pequenas bolas, com a ajuda de uma colher apropriada.
Salpique estas bolas com açúcar, canela e noz-moscada, volte a colocá-las dentro da casca do fruto e, cerca de 10 m depois, verta o Porto branco e deixe repousar no frigorífico durante 2 h.
Prepare o chantilly, batendo as natas até ficarem firmes e juntando delicadamente o açúcar no final.
No momento de servir, encha as taças individuais com as bolas de melão, cubra-as de chantilly e decore com uma folha de hortelã.
As prescrições de hoje foram retiradas de Cinco mil anos de cozinha afrodisíaca, de Pino Correnti. O livro pertenceu a um querido amigo, o JP, e foi-me dado, segundo uma anotação que fiz, no dia 14 de Fevereiro de 1995, por dois queridos amigos.
Porto: Asa, 1994
Rolos de linguado à Pompadour
Para 2 pessoas
Filetes de 2 linguados grandes
60 g de manteiga de anchovas
1 colher de sopa de farinha
2 nozes de manteiga
½ copo de vinho branco seco
200 g de camarões descascados
1 chávena de caldo de peixe (ou melhor, de lagostim)
100 g de cogumelos
2 gemas de ovos
Noz-moscada ralada
1 raminho de salsa
Sal, pimenta
Corte os filetes de linguado em tiras de 3 cm de largura, barre cada uma delas com manteiga de anchovas, passe-as por farinha e forme pequenos rolos que fechará com a ajuda de palitos.
Ponha a manteiga a derreter numa frigideira e refogue os rolos de linguado, voltando-os para que fiquem uniformemente dourados. Quando estiverem louros, deite o vinho branco e deixe cozer em lume brando durante 1 ou 2 minutos e retire do lume.
Disponha-os verticalmente numa comprida travessa de ir ao forno, introduza no centro alguns camarões descascados e disponha os restantes em redor.
Limpe os cogumelos e corte-os em lâminas, salteando-os no fundo de cozedura que ficou na frigideira, diluído com o caldo de peixe. Deixe fervilhar, apague o lume assim que o líquido estiver bastante reduzido e ligue os cogumelos, misturando-lhes as gemas de ovos.
Deite este molho sobre os filetes de linguado e os camarões, polvilhe com a noz-moscada ralada e leve ao forno quente (term. 7-8), durante cerca de 10 m. No intervalo, pique a salsa, que deverá espalhar sobre esta deliciosa preparação exactamente antes de servir.
Surpresa a branco e verde
Para 6 pessoas
1 melão de 1 kg
60 g de açúcar
½ colher de café de canela em pó
1 pitada de noz-moscada
20 cl de vinho do Porto branco
6 folhas de hortelã
Para o chantilly:
20 cl de natas
1 colher de sopa de açúcar
Abra o melão, cortando do lado do pedúnculo uma abertura em ziguezague de 6 a 8 cm de diâmetro. Retire as sementes e depois extraia a polpa em pequenas bolas, com a ajuda de uma colher apropriada.
Salpique estas bolas com açúcar, canela e noz-moscada, volte a colocá-las dentro da casca do fruto e, cerca de 10 m depois, verta o Porto branco e deixe repousar no frigorífico durante 2 h.
Prepare o chantilly, batendo as natas até ficarem firmes e juntando delicadamente o açúcar no final.
No momento de servir, encha as taças individuais com as bolas de melão, cubra-as de chantilly e decore com uma folha de hortelã.
Artistas e Gatos...
"Pouco a pouco, os gatos tornam-se a alma da casa".
Jean Cocteau
Jean Cocteau
Gostava de escrever tão misteriosamente como um gato.
Edgar Allan Põe
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006
Edgar Allan Põe
José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006
A paixão dos livros - 7
Édouard Manet - «Émile Zola» (pormenor)
«Não há preço alto, que possa impedir alguém de comprar livros, se tiver o dinheiro que lhe pedem por eles, a menos que não seja para resistir aos artifícios do vendedor, ou para esperar mais favorável ocasião de compra. Que se devem comprar os livros com alegria e vendê-los com pesar é ao que Salomão, esse sol da humanidade, nos exorta nos seus Provérbios: "Compra a verdade, diz, e não vendas a sabedoria."»
Richard de Bury
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Recordar Bob Dylan
Bob Dylan nasceu em Duluth a 24 de Maio de 1941, no estado de Minnesota.
Bob Dylan e Joan Baez
Bob Dylan e Joan Baez
O que vos espera em Puerto Madryn
www.travelpatagonia.info/blog/wp-content/uplo...
www.pta.cl/index.php?id=45
E quando chegam a Buenos Aires?
Circulação na Baixa de Lisboa : Ribeira das Naus fechada
Importante
Conferência de Imprensa de António Costa
Conferência de Imprensa de António Costa
Bs As : Corrientes 348, segundo piso ascensor
“ Corrientes três , cuatro ocho,/ segundo piso, ascensor./ No hay porteros ni vecinos, /adentro, cocktail y amor...” dizem os primeiros versos de um dos mais famosos tangos, cantado por Carlos Gardel, A média Luz, uma criação de Edgardo Donato e Carlos César Lenzi, em 1925.
Graças a este tango a primeira vez que estive em BsAs fui [fomos] procurar a famosa casa de Tango, situada em Corrientes, n.º 348... Era domingo. Estava fechada... (ainda bem que era domingo) porque assim o sonho durou um pouco mais... Sempre que voltei a BsAs lá fui eu, ao mesmo espaço, mas apenas ao domingo...
Nunca procurei “ Juncal doce veinticuatro”.
Aqui ficam as imagens.
jad
Todos os que gostam de Tango devem correr até este lugar... Mas, por favor, só ao domingo... bons sonhos
Graças a este tango a primeira vez que estive em BsAs fui [fomos] procurar a famosa casa de Tango, situada em Corrientes, n.º 348... Era domingo. Estava fechada... (ainda bem que era domingo) porque assim o sonho durou um pouco mais... Sempre que voltei a BsAs lá fui eu, ao mesmo espaço, mas apenas ao domingo...
Nunca procurei “ Juncal doce veinticuatro”.
Aqui ficam as imagens.
jad
Todos os que gostam de Tango devem correr até este lugar... Mas, por favor, só ao domingo... bons sonhos
El Ateneo - um paraíso dedicado aos livros
Construído em 1903, o Cine-Teatro Gran Splendid, em Buenos Aires, foi em 2000 transformado na mega livraria El Ateneo, um espaço mágico a que chamam paraíso na terra. Ao todo são 340 m2 espalhados por diversas áreas totalmente dedicadas ao livro com espaços de leitura e um original salão de chá instalado no palco. Na cave do edifício concentra-se a literatura infantil. No rés-do-chão fica o salão principal (na antiga plateia), quatro espaços reservados para leitura e o salão de chá. Os camarotes que se encontram no primeiro andar também foram transformados em tranquilos espaços para leitura e, nos dois andares superiores, acontecem exposições e pode aceder-se à Internet. Passar uma manhã ou uma tarde no El Ateneo será concerteza uma das melhores coisas a fazer na cidade do Tango.
Emi Pechar - o nome na doçaria argentina
Post dedicado a MR (porque também gosta de doçaria) e aos nossos João e Luís (em viagem pela Argentina e não só).
Emi Pechar é uma jovem pasteleira argentina (e também fotógrafa) com diversos livros de receitas publicados, tendo um deles sido premiado internacionalmente. De entre a sua obra “Pastelaria” talvez seja o livro mais mediático. Encontra-se à venda na não menos famosa livraria “El Ateneo” a que dedicarei um post.
Emi Pechar é uma jovem pasteleira argentina (e também fotógrafa) com diversos livros de receitas publicados, tendo um deles sido premiado internacionalmente. De entre a sua obra “Pastelaria” talvez seja o livro mais mediático. Encontra-se à venda na não menos famosa livraria “El Ateneo” a que dedicarei um post.