Prosimetron
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Citações - 184
(...) Em " Rapariga com Brinco de Pérola ", andei por quatro museus e países. O quadro está em Haia e é de pequeno tamanho. E vi uma coisa que ninguém viu: é que a pérola não é uma pérola, é uma daquelas bolas metálicas que refletem a luz. Uma empregada não usaria uma pérola. Na bolinha, vê-se o reflexo da janela. Só junto ao quadro é que se percebe isto. É espantosa, aquela janela deformada. Criámos um estúdio em que fizemos isto, ou o mais parecido possível. Fiz a coisa mais simples do mundo e tornou-se o emblema do filme. Temos a documentação com a informação das salas onde o Vermeer trabalhava e depois temos a luz do Norte. A luz direta não pode entrar pelas janelas.
- Eduardo Serra, entrevistado por Clara Ferreira Alves na ÚNICA.
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4 comentários:
Muito interessante.
Li o livro, vi o filme e a pérola parece que terá sido o brinco da mulher do pintor emprestado para o retrato. Claro, um romance e um filme não dão credibilidade mas pensei que alguns pormenores estariam documentados.
Nunca vi este quadro ao vivo mas, fico bastante perplexa com o que diz. Terei que revogar o que pensava?
Sublinho o que diz a Margarida!
Alberto de Lacerda escreveu no seu diário, em 23 de Janeiro de 1996, em Boston: «Hoje , uma experiência sublime, na pura acepção do termo. Paseei o dia em Washington a contemplar Vermeer. [...] Há um enigma para sempre impenetrável no que diz respeito a Vermeer. Ele aprte do real, permanece no real, e ao mesmo tempo... e não é possível acabar a frase. Não é possível porque cai-se em palavras como transfiguração, transcendência, poético, - que não ajudam a penetrar, a intuir, a compreender, a ver o maior mistério de toda a pintura: Vermeer.» (cit. in JL, 24 Ago. 2011)
Para mim, o filme A rapariga do brinco de pérola vive fundamentalmente da fotografia de Eduardo Serra. E apesar das interpretações de Colin Firth e de Scarlett Johansson.
Claro que ele observa bem que o brinco devia ser uma bola de metal.
Vou ver se leio a entrevista.
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