(...) Impávido e sereno, o ministro das Finanças, com aquele ar de quem não parte um prato, lá vai anunciando, no mesmo tom monocórdico com que pedirá uma meia de leite, o aumento de impostos. Ele tem o condão de diluir as más notícias num discurso sonolento e técnico. E, quando damos por ela, já nos tramaram. Era como se um vago conhecido chegasse ao pé de nós, vindo directamente da terra dos nossos parentes e nos dissesse: " o padre mudou, abriu um novo café, o seu pai morreu e apanhei muito bom tempo.".
- Filipe Luís, Espantar as moscas, na Visão.
2 comentários:
Acho que é mais como Mário Soares disse ontem na Figueira da Foz.
É difícil ser mais monorcórdico. Mas se fosse só isso.
Também ouvi, na TSF, uns excertos da intervenção de Soares ontem na Figueira. Nada optimista.
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