No passado dia 18 de Agosto passaram 80 anos sobre o miserável assassinato de Federico Garcia Lorca, grande poeta, grande dramaturgo, grande figura da cultura de Espanha do século XX. Morto pelo ódio à liberdade.
Túmulo de Lorca
Em ti choramos os outros mortos todos
Os que foram fuzilados em vigílias sem data
Os que se perdem sem nome na sombra das cadeias
Tão ignorados que nem sequer podemos
Perguntar por eles imaginar seu rosto
Choramos sem consolação aqueles que sucumbem
Entre os cornos da raiva sob o peso da força.
Não podemos aceitar. O teu sangue não seca
Não repousamos em paz na tua morte
A hora da tua morte continua próxima e veemente
E a terra onde abriram a tua sepultura
É semelhante à ferida que não fecha
O teu sangue não encontrou nem foz nem saída
De Norte a Sul de Leste a Oeste
Estamos vivendo afogados no teu sangue
A lisa cal de cada muro branco
Escreve que tu foste assassinado
Não podemos aceitar. O processo não cessa
Pois nem tu foste poupado à patada da besta
A noite não pode beber nossa tristeza
E por mais que te escondam não ficas sepultado.
Sophia de Mello Breyner Andresen
5 comentários:
Bonito recuerdo para el poeta español más universal.
Saludos cordiales.
Justa
Genial e formosa homenagem ao poeta...Obrigados a ti e á autora do poema.
Abraço
Luisa
Desculpe pelo tratamento de "Ti"
Saudos
Luisa
Não me lembrava deste poema da Sophia.
Uma bonita homenagem!
Muito bonito este poema.
Boa noite.:))
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