Prosimetron

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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Primeira oração a Cyborg

Senhor já vos chamei e novamente
as vossas luzes nas colunas e o povo
que não fala pelas ruas deambula,
com a boca entreaberta, os braços fixos
no trajecto-paraíso sem igual
descreve a longa via engenhosa que percorre o seu caudal.

Mas vós, Cyborg, tão alto estais exposto
aos ventos que a vosso encontro se encaminham
que a cidade agonizante toda une os seus esforços
e canta sibilante a melodia
dos vossos templos de quiosques enfeitados,
entre as cascatas o som puro dos seus passos.

Sim, tu Cyborg, és tudo o que desejo
e estou na treva observando o teu fulgor,
serás apenas a miragem ou o grito
que de noite atormenta o meu furor,
desta loucura agora todo eu me quero entranhar
até em parte alguma jamais de novo poder estar.

Alexandre Vargas

5 comentários:

APS disse...

O pai sempre era melhor poeta..:-)
Boa tarde.

Mr. Vertigo disse...

Recordo-me de ler este livro na época, que alguém me emprestou e recomendou ler acompanhado do álbum "Cyborg" do Klaus Schulze, cuja música ainda anda aqui por casa. Até já fui confirmar a capa do livro:-)
(e aproveitando o comentário de Arpose confesso que fiquei curioso sobre o parentesco)
Boa tarde!

APS disse...

Pois aqui fica:
o pai era o poeta, também, José Gomes Ferreira.
Boa noite.

Mr. Vertigo disse...

Muito obrigado pela informação. Pelo que me recordo do livro, o autor era fan da música de Klaus Schulze e até citava o seu nome e de alguns dos seus trabalhos discográficos, daí o título do livro, mas desconhecia por completo o parentesco.
Bom fim-de-semana!

MR disse...

Sim, e do Peter Hammill e da Patti Smith, de que traduziu a poesia.
Bom sábado para os dois.