Prosimetron

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domingo, 24 de maio de 2009

Lewis Carroll: fotografia, piqueniques e passeios, 4.

Um dos passatempos de Carroll era a fotografia: revelou ser um fotógrafo exímio. Retratava para além de paisagens as filhas dos amigos. Adorava a companhia infantil, sobretudo de meninas, talvez porque viveu rodeado de muitas irmãs. Conseguia com a câmara captar a personalidade de cada uma das retratadas. Para fazer fotografia, era necessário:
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Máquina fotográfica de Lewis Carroll
uma placa de vidro polido que se recobria, numa câmara escura, com um composto fotossensível de colódio e de nitrato de prata. Concluída esta operação, a placa, ainda húmida, devia ser imediatamente exposta ao máximo de luz possível, e logo depois devolvida à câmara escura, onde já seca era revestida de verniz.. A exposição devia prolongar-se por algum tempo, chegava a durar 45 segundos, durante o qual o alvo deveria ficar absolutamente imóvel. O material para tirar fotografias ao ar livre pesava trinta quilos, e os produtos químicos enegreciam os dedos”.

As sessões de fotografia levavam-no a dar longos passeios, a pé e de barco, bem como a fazer piqueniques na margem do rio. As suas histórias fantasiosas ajudavam a criar o cenário da fotografia conseguindo que o retratado não desesperasse.
Carroll fotografou a filha de um amigo: Evelyn Wilson-Todd
Stphen Lovett Stoffel, Lewis Carroll no país das maravilhas, Lisboa: Quimera, 2003, (tradução de Margarida Viegas) p.35-39.

6 comentários:

LUIS BARATA disse...

Não sei se já se falou aqui no blogue a propósito dos anteriores posts desta série, sobre o escândalo que seria hoje ver o Reverendo Dodgson rodeado de meninas de tão tenra idade... No Reino Unido há vários autores que o acusam de pedofilia latente, mas estas interpretações retroactivas são sempre perigosas.

ana disse...

É verdade Luís, julgo que ainda ninguém falou. Quando li o livro essa ideia também, me veio à cabeça e senti algum mau estar. Depois pensei:
a)Não sei bem qual era o contexto em que viveu Dodgson;
b) Que horror eu viver neste mundo onde se vê o que há uns tempos ninguém via. Que deformação!
c) Será que é deformação?
d) Afastei o pensamento porque não quero ver destruído um dos meus ídolos...
e) Tudo é possível, mas não quero acreditar porque ele não está presente para se defender.
f) Desapareceram dois tomos do Diário que ele escrevia e que se reportam a este tempo, é estranho, não é?
g) Tudo fica em aberto, eu não quero crer...

ana disse...

Áh, venho só dizer que ele renunciou ao sacerdócio em 1861, quando chegou o momento da tomada de ordens, para a qual se preparava há muito tempo.(Do livro citado, p.56).

Filipe Vieira Nicolau disse...

A fotografia da filha do amigo é notável.

ana disse...

Filipe,
Concordo consigo e a máquina não era das que temos actualmente. Entre algumas fotografias possíveis escolhi esta.

ana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.