Spledor et Gloria: Cinco Jóias Setecentistas de
Excepção, que se inaugura hoje na
Sala do Tecto Pintado do MNAA e se mantém até 4 de janeiro tem todos os
ingredientes para se tornar numa exposição muito apetecível: preciosidades e
polémica. A mostra além de reunir as mais importantes peças de ourivesaria
produzidas em Portugal na segunda metade do século XVIIII – Custódia Patriarcal,
Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Resplendor do Senhor dos Passos
e a Custódia da Bemposta – uma delas saiu pela primeira vez dos Açores entre
protestos da sociedade civil e religiosa. Trata-se do Resplendor do Senhor Santo
Cristo dos Milagres, que está depositado no Convento da Esperança, em Ponta
Delgada.
Entre as vozes do não soltaram-se
as mais variadas razões para impedir a saída da peça para a exposição em
Lisboa: os estudos técnicos e históricos que se fizeram sobre a peça (aliás,
sobre as cinco peças) podiam ser prejudiciais à imagem do resplendor na medida
em que este “é parte integrante de um conjunto de culto, que não se pode
sujeitar a critérios e visões estritamente técnicas”; que o resplendor não
podia viajar por ser “um peso na nossa fé incalculável”, ou ainda “o que guarda o tesouro do Senhor Santo Cristo
dos Milagres é a fé do povo açoriano” e que por isso levá-lo seria deixá-lo
desprotegido...
Que conclusão se pode
tirar de todo este bruá em volta da cedência do resplendor ao MNAA? Má vontade
e pensamento tacanho. Por favor, corrijam-me se eu estiver errado.
3 comentários:
Insularidades!...
Miss Tolstoi
Não pude deixar de rir com o comentário de Miss Tolstói.
A religiosidade é vivida com muita intensidade...
Boa tarde. :))
Concordo com o teu diagnóstico, e bem andou o Bispo de Angra que autorizou mesmo contra a vontade da Irmandade.
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