Um post de Luís Barata, dava conta da transformação de um
palácio parisiense que pertenceu aos duques de Morny num hotel de luxo,
mostrando-nos, a propósito do Dia do Livro, a bonita biblioteca que se manterá
intacta.
Duque Charles Auguste de Morny |
Mas quem foi o primeiro duque de Morny? O primeiro conde
(com Luís Filipe) e depois duque de Morny (com Napoleão III) foi Charles Auguste
De Morny (1811-1865), financeiro e político, filho ilegítimo da rainha Hortense
e de Charles Flahaut de la Billarderie, conde e general do Império, mas a troco
de grossa quantia figurou como pai um tal senhor Demorny que rapidamente
desapareceu. O pai biológico era, por sua vez, filho bastardo do célebre Talleyrand
e da mulher do Conde de Flahaut, suposto pai. E esta senhora, filha de uma
amante de Luís XV. Daí que De Morny dissesse que “na minha linhagem somos
bastardos de mãe a filho desde há três gerações. Sou bisneto de um rei, neto de
um bispo, filho de uma rainha e irmão de um imperador”. Era, de facto, meio -
irmão de Napoleão III, que ajudou a transformar de presidente da república em
soberano. Foi educado pela avó paterna, condessa de Flahaut, curiosamente
casada em segundas núpcias com um diplomata português de apelido Souza. Também
curiosamente, de uma relação extraconjugal do duque, descende o príncipe Miguel
Poniatowsky, que foi ministro do Interior de Raymond Barre, na década de
setenta.
Rainha Hortense |
O primeiro duque de Morny foi um homem notável a vários
títulos. Como político, de deputado a presidente da Assembleia, ministro do Interior,
embaixador em São Petersburgo (onde conheceu uma princesa russa com quem casou),
como financeiro e até como protector do escritor e dramaturgo Daudet e de Sarah
Bernhardt, a quem lançou a carreira.
Princesa Sofia Trubtzkaya, duquesa de Morny |
Napoleão III fez-lhe funerais nacionais e jaz no Pére
Lachaise num túmulo armoriado digno da sua grandeza.
Túmulo no Pére Lachaise |
1 comentário:
Obrigada pela partilha.
Boa noite. :))
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