No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, Vargas Llosa vivia em Paris. Precisava de dinheiro para viver e acetou escrever as memórias africanas de uma viajante peruana, Cata Podestá. O livro foi editado em Lima pago pela presuntiva autora, em 1960, P.L. Villanueva Editor. Mais um escritor fantasma! 🤣😉
13 comentários:
E como se sabe se isso é verdade?
Foi o próprio que o admitiu?
Bom dia!
Nunca ouvi ou li o nome em questão.
Mistério... 😉
Maria,
Está no livro Boom que estou a ler. O autor falou com Vargas Llosa.
Procurei na net e encontrei um artigo em El Pais, não sei se depois deste livro ter saído.
Cláudia,
Nem sequer é autora de um único livro. 😉
Nem nos passa pela cabeça o que para aí há de escritores fantasmas...
Bom sábado para as duas.
A senhora Cata parece ter escrito outro livro, Sedas y harapos, publicado em 1958 (cf. https://www.iberlibro.com/servlet/BookDetailsPL?bi=31182426755&searchurl=an%3Dpodest%25E1%2Bcata%26sortby%3D17&cm_sp=snippet-_-srp1-_-title2).
O artigo do El Pais, dedicado, parece, exclusivamente a esta questão, é pago e não se consegue ler na íntegra.
Aqui (https://larepublica.pe/cultural/2023/02/13/mario-vargas-llosa-el-escribidor-sus-mil-oficios-parisinos-premio-nobel-academia-francesa-1220557) está outro artigo, íntegro, que menciona a questão no contexto da vida parisiense de Vargas Llosa. Parece que também foi figurante num filme do René Clair (fotografia incluida).
Que alegria ter ptcorvo a dar-nos aqui umas achegas.
Será que Sedas y harapos foi escrito pela senora Podestá ou terá contratado outro fantasma? Talvez Cortázar que vivia em Paris... 😂😂😂
Bj.
Todo apunta a que así es, pero la primera condición de un escritor fantasma (aquí se les denomina también "negro", aunque las connotaciones tienden a ir eliminado el término - no hay más que ver lo que ha pasado con el título de "Cinco negritos" de Agatha Christie-) es no revelarlo jamás. Se dice que, entre otros, Camilo José Cela, los utilizaba, con lo cual si tienen esa calidad, no sería raro que después estos escritores fantasma llegasen a ser autores de éxito.
Boa fin de semana!
Sempre na vanguarda da informação atualizada e pertinente, eis aqui (https://www.uypress.net/Secciones/-Vargas-Llosa-fue-un-escritor-fantasma--uc46277) um artigo sobre Vargas Llosa escritor-fantasma, diretamente da redação da Agencia Uruguaya de Noticias!
E ainda na Prensa Libre (https://www.prensalibre.com/revista-d/escritor-fantasma-cata-podesta-mario-vargas-llosa-literatura-pieles-negras-y-blancas-0-1062493982/), artigo suculento.
Acho bem que existam escritores fantasma, mas também me parece que só o serão se nunca divulgarem o que escreveram em nome de outrem. Se aceitam ser fantasmas, que o sejam até ao fim. Até porque ouvi dizer que se fazem pagar bem pelos serviços prestados; portanto, sejam fiéis ao prometido. Só aceita quem quer. Atendendo a que - diz quem escreve - se ganha pouco com os livros publicados, o escritor fantasma só tem que escrever, o resto, suponho, não lhe interessa e nem tem trabalho com editoras e outras chatices afins. Julgo eu. Que não estou a par dos meandros de tal mundo.
Boa noite
Justa,
Dantes também usámos o termo vindo do francês. Alexandre Dumas parece ter tido mais de um nègre, um dos quais parece ter sido Auguste Maquet. Apelidarem esses escritores de «negros» devia ter a ver com o trabalho ser uma espécie de escravatura. Dumas, aliás, era neto de uma escrava.
Acho que já tinha lido algo sobre Camilo José Cela.
Dantes, usávamos o termo francês mas recentemente, provavelmente devido ao politicamente correto, passámos a utilizar a designação inglesa de escritor-fantasma que, por acaso, até me parece mais adequada à função.
ptcorvo
Obrigada por mais estas achegas, Daqui a pouco já as vou ler.
Bea,
Concordo consigo. Mas em meados do século XX era diferente. A pessoa que contrata o fantasma tem de lhe dizer o que pretende que ele escreva. Tem uma ideia para o livro.
Vargas Llosa precisava de dinheiro. E nunca meteu este livro na sua bibliografia, obviamente.
Bom domingo para os três.
Há sempre um mundo desconhecido à nossa espera. Já encomendei o livro "Aquellos años del Boom" à Casa del Livro.
Obrigada pelas dicas.
Aproveitando a deixa de Miss Tolstoi, e ligando vários pontos desta postagem, uma história com alguma moralidade e final infeliz:
Comprei o meu exemplar de "Aquellos años del boom" na Librería Academica, de Badajoz, Av. Santiago Ramón y Cajal. Durante alguns anos, no período de férias que passo em casa da minha mãe, no Redondo (Alentejo), tirávamos um dia para uma peregrinação a Badajoz, não para ir aos caramelos ou ao torrón de Alicante, mas para as senhoras irem às modas e eu passar umas horas a desgraçar-me financeiramente na excelente Librería Academica (Lisboa teve há alguns anos uma belíssima livraria espanhola, que acabou como tudo o que é bom).
Há coisa de dois ou três anos, a Librería Academica, independente, soçobrou e foi adquirida pela cadeia Casa del Libro, que fez a propósito uma empolgada campanha de marketing.
Pois bem, há dois anos regressei à antiga Academica, agora Casa del Libro. Só não chorei por orgulho pátrio em terra alheia. A oferta, homogeneizada, era agora muito menor, praticamente preenchida apenas por "bestas céleres" e cartapácios de capas garridas. A miséria era tanta que pelo menos metade das estantes estavam preenchidas com placas de cartão que tinham desenhadas lombadas. Era só cenário, a substância foi-se.
Incrível! Nunca vi uma livraria com fantasmas...
A Casa del Livro em Madrid é a minha perdição. Ou já não será? Funciona(va) um pouco como a Gibert Joseph: ao lado dos livros novos tinha livros usados a preços mais acessíveis, o que agradava à minha bolsa.
Já encomendei livros à Casa del Libro e funciona bem, embora o sistema da Amazon espanhola seja mais amigável. E como eu sou um bocado lerda em questões informáticas, utilizo-a mais.
Boa semana!
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