Prosimetron

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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Canção

Amor, assim, orienta o sentido do verso
e o conduz, mais do que dita: porque o
verso repetido perde o sentido e não
seduz senão alguém que o repita. Não sei
que voz o canta na tarde que o dia
escurece; nem quem se espanta de que
o murmúrio apague a ânsia que arde no
canto do poema. Todas as palavras se
juntam nesse instante: e a música, com
que lavras a página, brota num fulgor
errante do desejo em que insiste o amor.

- Nuno Júdice, AS REGRAS DA PERSPECTIVA, Quetzal Editores, 1990.

1 comentário:

Anónimo disse...

É bonito!