" Quando considero a breve duração da minha vida, absorvida na eternidade precedente e seguinte, o pequeno espaço que ocupo e que vejo, abismado na infinita imensidade dos espaços que ignoro e que me ignoram, assusto-me e pasmo de me ver aqui e não além, porque não há razão para ser aqui e não além, para ser agora e não depois. Quem me pôs aqui ? Por ordem e decisão de quem este lugar e este tempo me foram destinados ? "
- in Pensamentos Escolhidos, trad. de Esther de Lemos, Editorial Verbo, 1972.
3 comentários:
O excerto de Pascal é inquietante...
O que fazemos aqui?
Onde está a liberdade de escolha?
Vou pensar nisto no tempo entrecortado pelas tarefas.
Obrigada.
Ainda Pascal...
Tenho visitado o vosso blog porque é diversificado: das artes (incluo o cinema, a fotografia e a música) à política, à justiça e à Filosofia oferecem uma mostra informativa de saberes. Têm-me reavivado as memórias e dado a conhecer coisas novas.
O excerto de Pascal fez com que me borrifasse nas tarefas e fosse passar a tarde com Maria Callas.
À partida, poderá inquirir-se, qual é a relação entre uma coisa e outra? Sobre a medida do homem, questionara-se Pascal levando à procura incessante da razão para se existir.
A relação consiste em cruzar-se o discurso filosófico com o percurso de vida de Callas.
A Diva passou os seus últimos dias numa grande tristeza e solidão. Foi o preço que pagou da criação do mito (justificada) e a incapacidade em se adaptar ao tempo e a novas realidades. Deste modo, a linguagem do filósofo cruza-se com a de Maria Callas e comigo que as interliguei.
Da exposição magnífica não vou dizer mais do que as duas frases que trouxe de lá: "Vivi para a Arte. Vivi para o Amor".
Agradeço o seu post e peço desculpa pela dilatação do meu comentário.
Obrigado pelo seu comentário.Espero que a Callas tenha sido boa companhia.
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