No
Centro de Arte Manuel de Brito, sediado no Palácio Anjos em Algés, está patente desde ontem uma exposição dedicada a Paula Rego e aos Anos 80, com obras de António Dacosta, Nadir Afonso, Júlio Pomar, Graça Morais, Menez, Nikias Skapinakias e José de Guimarães.
5 comentários:
Luís,
Obrig. pela sugestão. Talvez vá para a semana porque hoje...
Vou-me socorrer de um poema de José Gomes Ferreira:
(Na manhã de 5 de Outubro de 1910 vim para a rua dar «Vivas à República» com uma bandeira encarnada e verde, feita de papel de seda, presa a um cabo de vassoura.)
A bandeira
(a palavra bandeira)
começou em mim
na pele arrancada para dar sangue ao destino
e os olhos verdes de minha Mãe
a luzirem na infância,
ilhas de erva incediada.
Manhã de sol fixo
com as ruas barricadas de olhos e bocas
e a minha bandeira de papel de seda
à frente do povo de espingarda às costas
na naturalidade de comandar sonhos nos poços.
Agora só faltava um passo,
apenas um passo,
para desenterrar o sol escondido no chão
que iluminava o silêncio contente dos mortos.
(In: Poesia V. Lisboa: Portugália, imp. 1973, p. 130)
M.
Gosto muito do José Gomes Ferreira,
este é mais um dos seus belos poemas. Obrigada.
Gosto de alguns trabalhos dela sobre: a infância, a família, o contraste social, o imaginário dos contos infantis (Alice no País das Maravilhas).
Admiro tudo o que faz porque nos obriga a pensar. Sobre a colecção: o Crime do Padre Amaro, guardo boas recordações, até porque adorei o livro.
No entanto, algumas telas são de uma violência incrível.
A tela La Pietà, do ciclo da Virgem, é de uma beleza e tristeza que aqui deixo singularmente, embora não seja a preferida.
Para quem quiser espreitar alguns trabalhos da Paula Rego.
http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/paula_rego.htm
Olha, boa sufestão para este dia de data vazia. Obrigado.
Esqueci-me de todos os pintores que assinalou e dos quais gosto muito. Já tinha conhecimento da exposição, agradeço a usa sugestão. No entanto, entrei aqui, de novo, só para dizer a Nuno Castelo-Branco, (desculpe-me que hoje, não podemos considerar uma data vazia. O 4 para 5 de Outubro, de 1910, foi turbulento e cheio de aspirações: igualdade, fraternidade e liberdade, contra a inércia de uma monarquia desgastada. E, atenção que não estou a desprezar a monarquia. Cada coisa tem o seu tempo. Quer a monarquia, quer a república tiveram momentos bons e maus.
Viva a Reúplica!
Enviar um comentário