Traseiras da casa e pequena horta.
(Foto folheto da Casa Museo Lope de Vega)
A casa situa-se na Calle Cervantes 11, em pleno Bairro das Musas ou das Letras, de que falarei um dia destes.
Lope de Vega viveu nesta casa os últimos 25 anos da sua vida, a qual abriu ao público como Casa-Museu em 1935. O inventário do testamento do escritor e o legado de uma das suas filhas foram algumas das fontes, para além das referências existentes na sua obra, que possibilitaram dotar a casa de objectos relacionados com Lope de Vega.
Achei-a interessante. As visitas são guiadas para apenas 10 pessoas. No primeiro dia que lá fui, já não havia vaga para todo o dia.
Por caá vamos destruindo (ou deixando destruir) as que ainda restam. Mas estamos sempre a dizer: Somos um país de poetas.
O local de trabalho. Lope de Vega tinha uma biblioteca com 400 volumes.
Os que se encontram, presentemente, na sua casa não lhe pertenceram,
são da colecção da Biblioteca Nacional de Espanha.
(Foto folheto da Casa Museo Lope de Vega)
Um poema das Rimas:
Ir e ficar e com ficar partir,
partir sem alma e ir com alma alheia,
ouvir a doce voz de uma sereia
e da árvore não se poder cindir;
como uma vela atder, se consumir
erguendo torres na frágil areia;
cair de um céu, ser demo na cadeia,
e de o ser contrição jamais sentir;
falar por entre as mudas soledades,
emprestada pedir fé, mais paciência,
e a quanto é temporal chamar eterno;
crer em suspeitas e negar verdades,
é o que chamam neste mundo ausência,
fogo na alma e nesta vida inferno.
Lope de Vega
In: Antologia da poesia espanhola do «Siglo de Oro» / trad. José Bento. Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, vol. 2, p. 157-158
Por caá vamos destruindo (ou deixando destruir) as que ainda restam. Mas estamos sempre a dizer: Somos um país de poetas.
O local de trabalho. Lope de Vega tinha uma biblioteca com 400 volumes.
Os que se encontram, presentemente, na sua casa não lhe pertenceram,
são da colecção da Biblioteca Nacional de Espanha.
(Foto folheto da Casa Museo Lope de Vega)
Um poema das Rimas:
Ir e ficar e com ficar partir,
partir sem alma e ir com alma alheia,
ouvir a doce voz de uma sereia
e da árvore não se poder cindir;
como uma vela atder, se consumir
erguendo torres na frágil areia;
cair de um céu, ser demo na cadeia,
e de o ser contrição jamais sentir;
falar por entre as mudas soledades,
emprestada pedir fé, mais paciência,
e a quanto é temporal chamar eterno;
crer em suspeitas e negar verdades,
é o que chamam neste mundo ausência,
fogo na alma e nesta vida inferno.
Lope de Vega
In: Antologia da poesia espanhola do «Siglo de Oro» / trad. José Bento. Lisboa: Assírio & Alvim, 1996, vol. 2, p. 157-158
3 comentários:
Duas sugestões:
Museu Casa Natal de Cervantes
Encontra-se num edifício edificado no local onde se encontrava a casa de família de Miguel de Carvantes. Este museu recria os espaços de uma família castelhana dos séculos XVI e XVII. Tem uma biblioteca com edições espanholas (e não só) da obra de Cervantes, desde as mais antigas às mais actuais.
Em Alcalá de Henares.
http://www.museo-casa-natal-cervantes.org/
Museu Picasso - coleccção Eugenio Arias
Para ver os objectos que Picasso ofereceu ao longo dos anos ao seu barbeiro e confidente Eugenio Arias
Em Buitrago de Lozoya.
http://www.madrid.org/museo_picasso/
Gostei do poema.
Miss Tolstoi, obrigada pela sugestão. Na Páscoa vou até Madrid, vamos lá a ver se tenho tempo para tudo.
A.R.
A Alcala de Henares já fui há muitos anos, há tantos, tantos, que nem lembro se já havia casa de Cervantes.
O Museu Picasso não conheço. Fica para a próxima.
Obrigada.
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