O Casamento perfeito
Capítulo XIV
O parecer do rosto, que os homens devem escolher nas mulheres, com que se casarem
Depois de considerada a idade conveniente, devem os homens, que não tiverem tanto do Céu, que saibam amar as formosuras interiores, trabalhar, quanto for possível, por buscar mulheres, que no exterior não passem as marcas nem de feias, nem de formosas, porque além de haver sempre descomposição em quaisquer extremos, nos desta qualidade os vemos maiores, e os defeitos deles mais arriscados. E começando pelas formosas, ninguém pode negar que aqueles, a que elas couberem por sorte, não devem ter a confiança mui sossegada, se não tiverem como cremos, que terão todos, larga experiência da sua capacidade, e recolhimento: titubeando a confiança, eis uma guerra muito travada entre as suspeitas, e a razão (…) S. Crisóstomo diz sobre este particular as palavras seguintes. (…) Que a mulher formosa é coisa cheia de suspeitas. (…) Mais depressa são honestas as feias, que as formosas. E suposto que a conservação desta virtude depende mais da cabeça, que do rosto, e temos visto que muitas formosas em extremo honestas, e algumas feias, muito levianas; (…)
Diogo de Paiva Andrada, “O Casamento Perfeito”, in História da Antologia da Literatura Portuguesa, Século XVII, nº 35. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Dezembro 2005, p. 125-128.
O parecer do rosto, que os homens devem escolher nas mulheres, com que se casarem
Depois de considerada a idade conveniente, devem os homens, que não tiverem tanto do Céu, que saibam amar as formosuras interiores, trabalhar, quanto for possível, por buscar mulheres, que no exterior não passem as marcas nem de feias, nem de formosas, porque além de haver sempre descomposição em quaisquer extremos, nos desta qualidade os vemos maiores, e os defeitos deles mais arriscados. E começando pelas formosas, ninguém pode negar que aqueles, a que elas couberem por sorte, não devem ter a confiança mui sossegada, se não tiverem como cremos, que terão todos, larga experiência da sua capacidade, e recolhimento: titubeando a confiança, eis uma guerra muito travada entre as suspeitas, e a razão (…) S. Crisóstomo diz sobre este particular as palavras seguintes. (…) Que a mulher formosa é coisa cheia de suspeitas. (…) Mais depressa são honestas as feias, que as formosas. E suposto que a conservação desta virtude depende mais da cabeça, que do rosto, e temos visto que muitas formosas em extremo honestas, e algumas feias, muito levianas; (…)
Diogo de Paiva Andrada, “O Casamento Perfeito”, in História da Antologia da Literatura Portuguesa, Século XVII, nº 35. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Dezembro 2005, p. 125-128.
1 comentário:
Sentença sábia. Casamento perfeitíssimo!
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