Prosimetron

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Post escrito (mas não publicado) do lounge de Newark, com o iPod em modo repetição com o álbum “Dear World”, de Jerry Herman. Este fim-de-semana escapuli-me para Nova Iorque para uns dias de descanso e imersão em teatro, para retemperar energias depois de uns meses de trabalho particularmente desgastantes.

Tive a boa fortuna de conseguir entradas para a exposição de Tim Burton no MoMA, e, por ordem cronológica, para “Hamlet”, na produção do britânico Donmar Theatre, com Jude Law (que o Filipe Vieira Nicolau tão eloquentemente expôs a 18 de Julho) e com Geraldine James; “A Steady Rain”, com Daniel Craig e Hugh Jackman; Kandinsky e “Memory” de Anish Kapoor no Guggenheim, “Next to Normal”, com Alice Ripley e Aaron Tveit (já apresentado neste blogue), o novo filme da Disney em exibição limitada, “The Princess and the Frog”, o filme “Precious – based on the novel “Push” by Saphire” e “A Little Night Music”, de Stephen Sondheim, com Catherine Zeta-Jones e Angela Lansbury. Além de ver Nova Iorque em manto natalício, com sul, chuva e neve, desde as montras do Macy’s (dedicadas ao filme “Miracle on 34th Street”), o ringue de patinagem em Rockefeller Centre, sob a égide da estátua dourada de Prometeu, Times Square ao rubro de luz e cor (e já com o calendário para as celebrações de 2010), as lojas engalanadas como se fosse um ano de grande prosperidade e a repassar as clássicas músicas de Natal. Vou fazer umas breves notas sobre a viagem.

10 comentários:

LUIS BARATA disse...

Que programa! Welcome back!

ana disse...

Bom regresso e realmente o programa que arranjou foi fantástico!

Miss Tolstoi disse...

Saudades de New York!

Filipe Vieira Nicolau disse...

Melhor é impossível, um programa extraordinário! E Macy's com retratos da (pequena) Natalie Wood ... NY at its best

Anónimo disse...

tão provincianamente cosmopolita... isto o que é lá de fora é que bom mesmo que seja uma grande merda... pois os títulos são em inglês claro está;
Esta postura faz-me lembrar o monárquico de Odivelas, como ele sabe falar bem francês... quem enfia a carapuça quem ?

Filipe Vieira Nicolau disse...

Ao comentador anónimo anterior: os espectáculos no estrangeiro são ou não superiores aos nacionais? Não me parece que seja esta a questão. A questão afigura-se-me muito básica: em Portugal, não há simplesmente espectáculos. O último Hamlet foi há anos no D. Maria II, e peças de teatro contemporâneas são raras (à excepção das obras representadas no Teatro Aberto), por vezes com tendência independente excessiva. Não duvide, caro comentador: quanto mais nos apercebermos da realidade no estrangeiro, mais nos confrontamos com o provincianismo enraízado e instalado em Portugal.
E para concluir: quem viu Hamlet na produção do Donmar, dificilmente sairá desiludido. Desejo-lhe que tenha oportunidade de ver esta peça em breve

Jad disse...

O comentador das 14:04 é que é um provinciano. Cada vez mais é preciso ter Mundo e conhecer o que de bom se faz no resto do nosso Mundo. Mas o Mundo, para alguns, acaba na própria Rua e no próprio umbigo. Obrigado João Soares . Não te preocupes com a inveja.

LUIS BARATA disse...

Credo, tanto azedume por parte do "anónimo" das 14.04! O Jad já respondeu à letra e eu só acrescento- Caro "anónimo": já há gerações em Portugal que estudaram lá fora,e que se deslocam amiúde ao estrangeiro por razões profissionais ou de mero turismo,tendo o inglês como língua franca.Cada vez mais vivemos numa aldeia global, mas pelos vistos há quem prefira estar ainda no "orgulhosamente sós".

Anónimo disse...

Respondendo aos três comentários anteriores queria dizer tão simplesmente o seguinte: o deslumbramento (não a justa fruição) por tudo o que vem de fora é criticavél, tal como indíviduo deslumbrado que com tiques de "novo riquismo literal e intelectualizante" se acha inserido numa elite, que por seu turno, é responsável pelo irremediável atraso e provincianismo do país. Parece-me um paradoxo. Por mim nada mais tenho a dizer sobre a questão.

LUIS BARATA disse...

Embora não seja eu o autor do post, sou autor de um dos 3 comentários ora mencionados, pelo que passo a responder:

1- Também sou contra os "deslumbramentos" tanto os do presente como os do passado, mas não confundo "deslumbramento" com "entusiasmo". São coisas bem distintas, e o que está em causa no post que estamos a comentar é, pelo que conheço do seu autor, entusiasmo e não deslumbramento.

2- As nossas elites não vieram de Marte, são um espelho do que somos como povo. E cada vez mais acho que temos as elites que merecemos.

3- Quanto ao "novo-riquismo"- sou a favor, o mais possível, desde que não seja excessivamente ostensivo ou à custa da dignidade de terceiros. Ou preferia o Portugal das 50 famílias como antes do 25 de Abril? É que muitas vez quem critica os "novos-ricos" fá-lo por ressentimento de privilégios perdidos. Espero sinceramente que não seja o caso.