A encenação de “Hamlet” revela a peça como obra maior da literatura de terror, dimensão da qual nunca me tinha apercebido. Geraldine James (“Gandhi” e “A Jóia da Coroa”) é superlativa como Gertrude, sendo que a peça pertence merecidamente a Jude Law no papel principal, que arrasta a audiência inexoravelmente para o caminho da insanidade.
“A Steady Rain” apresenta uma peça com apenas dois actores (e personagens): dois polícias de Chicago, amigos de infância, com interesses românticos pela mesma mulher e complicações graves com um dos casos que se lhes depara. Os dois são muito sólidos, e surpreendentes fora dos registos mais conhecidos de James Bond e Wolverine / van Helsing e afins.
“A Steady Rain” apresenta uma peça com apenas dois actores (e personagens): dois polícias de Chicago, amigos de infância, com interesses românticos pela mesma mulher e complicações graves com um dos casos que se lhes depara. Os dois são muito sólidos, e surpreendentes fora dos registos mais conhecidos de James Bond e Wolverine / van Helsing e afins.
“Next to Normal” foi o prato principal: um musical improvável, sobre a depressão bipolar numa mãe de família. Improvável, e perfeitamente bem conseguido, elevando o espectador e fazendo-o partilhar da montanha russa em que a família embarca. Destaque para Alice Ripley, que aliás conquistou o Tony de Melhor Actriz este ano, e para Aaron Tveit, que faz de Gabe (que tem vindo a receber grande atenção, quer por este seu papel, quer por ter estreado “Catch Me If You Can” neste Verão).
“A Little Night Music” foi a pièce de résistance. Marca a estreia de Catherine Zeta-Jones na Broadway (mas não em musicais, a sua carreira começara no West End antes de passar ao cinema). O musical de Stephen Sondheim, baseado no filme de Ingmar Bergman, recebe um revival em que a matriarca é magistralmente interpretada por Angela Lansbury (aliás, quando Angela Lansbury veio agradecer, a sala explodiu para uma standing ovation electrizante). O musical é conhecido por conter a canção “Send in the Clowns”, interpretada pelo personagem de Zeta-Jones (para minha pena, pelo texto pensei que pudesse ser Lansbury). A própria admitiu numa entrevista à ABC no dia seguinte a eu ter visto a peça que não pretendia competir com as grandes vozes que imortalizaram a canção, e que pretendia interpretá-la no contexto intimista na cena. Consegue-o, mas por pouco… A nota alta vai para o humor e o magnetismo da grande dama da Broadway, Angela Lansbury, nota altíssima para terminar esta imersão.
3 comentários:
Tenho pena de não ter estado agora em NY e ter "bebido" parte deste "veneno". Vou ter problemas de comunicação durante o próximo mês. Só vou poder assistir a espectáculos de música, dança, magia e pouco mais... Mas vou aproveitar para conhecer novo Mundo e para ler.
... Não esquecendo a outra Arte que é a pintura, a escultura, a arquitectura, os Museus, etc., etc.
Seria realmente muito difícil a Zeta-Jones competir com algumas das vozes que cantaram Send In the Clowns...
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