À procura de Pierre Soulages, pintor francês considerado o expoente máximo do abstraccionismo francês, que é conhecido como o "peintre du noir et de la lumière", deparámo-nos com a greve do pessoal do centro George Pompidou que iniciou a 23 de Novembro deste ano.
Deixo uma amostra do movimento de luta do pessoal que procura inviabilizar a révision générale des politiques publiques (RGPP) que propõe medidas restritivas e ameaça 65 postos de trabalho.
A questão central é: Será que a cultura tem como objectivo dar lucro?
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7 comentários:
E tem de dar prejuízo sistematicamente? É uma questão muito complexa. Penso que quanto a algumas actividades culturais, reservadas por vários factores a poucos e estruturalmente deficitárias para o Erário público ( desde logo a Ópera ) os preços dos espectáculos devem ter o mínimo de subsídio estatal- quem quiser vê-los terá de suportar o custo; enquanto que noutros sectores, desde logo museus nacionais, o Estado terá de cobrir o eventual défice de exploração, sem prejuízo de eventualmente concessionar a gestão a privados como acontece noutros países- a gestão, não as obras.
Consoante as áreas. Claro que a Ópera, algum Teatro, as Bibliotecas, os Arquivos, os Museus (no geral) darão sempre prejuízo. E será bom que assim aconteça senão não sobreviverão.
Mas já me parece estranho que o Centro Pompidou dê prejuízo...
E quanto à ópera também me parece estranho que se monte um espectáculo para dar dois ou três espectáculos para um público seleccionadíssimo. Porque não fazer récitas populares, como se faziam há anos? E a ópera era um espectáculo muitíssimo popular.
Em Portugal deviam ser dados maiores meios para a divulgação dos eventos e merchandising, já que o turismo cultural hoje vende. É o que diferencia os vários países europeus, e não só.
E mesmo algum cinema. Eu não sou fã do Manuel de Oliveira, mas acho bem que seja subsidiado.
Aliás, não teríamos cinema português se não fosse subsidiado.
Eu gosto do Oliveira, mas não sei se actualmente deveria ainda ter direito a subsídios.Há uma certa "perversidade" na relação Oliveira-Estado que deriva do enorme reconhecimento internacional que ele tem. É que as centenas de milhares de euros que vão para um projecto dele serviriam para financiar novos realizadores...
Quanto ao São Carlos, dava pano para mangas, tanto na escolha do reportório como,aliás por si salientado, no escasso número de récitas.
O mecenato cultural é a insuficiência que sabemos- tanto pelos gestores que temos, como pela inércia dos decisores culturais.
Concordo com tudo o que MR afirma! Infelizmente, a cultura fica sempre para trás porque a "cultura não dá pão"!
Um Estado que se preze deve investir na cultura e educação.
Concordo com o Luís no que diz respeito a Manuel de Oliveira, o nome conceituado já não deveria ter subsídios, esses deviam ser para os jovens que começam a dar os primeiros passos!
Em relação à ópera, segundo o que me contam na família do meu marido, que é lisboeta, é que o público popular era mais exigente.
É, de facto,incrível o custo dos bilhetes para a ópera, tal como a centralização do seu programa.
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