Prosimetron
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Aos meus amigos
Pedindo autorização à minha colega Adriana Freire Nogueira vou copiar um post do seu blogue, post que dedico aos meus Amigos.
sobre a amizade
A Natya pediu-me parte da carta 3 (Cartas a Lucílio, de Séneca. Uso a tradução de J. A. Segurado Campos, da Gulbenkian) e ela aqui vai:
Dizes-me que entregaste a carta a um amigo teu, para me trazer, mas em seguida aconselhas-me a não trocar impressões com ele sobre quanto te diz respeito, pois nem tu próprio o costumas fazer. Quer dizer, na mesma carta deste-lhe e recusaste-lhe o título de "amigo".
Ora bem: se tu usaste esta palavra não no seu verdadeiro sentido mas antes em sentido genérico, e lhe chamaste "amigo" tal como a todos os candidatos nós chamamos "respeitáveis cidadãos", ou como às pessoas que encontramos e cujo nome não nos ocorre, cumprimentamos como "senhor fulano" ainda é aceitável; se consideras, porém, "amigo" alguém em quem não confias tanto como em ti próprio, então cometes um erro grave e mostras não conhecer bem o significado da verdadeira amizade.
Delibera em comum com o teu amigo mas começa por formular sobre ele um juízo correcto: após o início da amizade, há que ter confiança. Antes, sim, é que se deve ajuizar. Confundem as obrigações inerentes a este princípio aqueles que, ao contrário dos ensinamentos de Teofrasto, formulam juízos depois de iniciada a amizade, e não estabelecem relações de amizade depois de formularem juízos. Pensa longamente se alguém é digno de que o incluas no número dos teus amigos; quando decidires incluí-lo, então recebe-o de coração aberto e fala com ele com tanto à vontade como contigo próprio.
Acrescento, usando as palavras de Antonio Perez, na introdução à sua obra: Cartas de Antonio Perez Secretario de Estado, que fue del Rey Catholico Don Phelippe II. de este nombre. Para diuersas personas despues de su salida de España, Impresso em Paris, [1600] [fl. II].
No se nombran todos à quien se escrive, porque algunos temen por respectos humanos, pero considerables, aunque aman en el coraçon. Rayz de la Fee, y del Amor el coraçon. Pero la confession de la lengua la prueva del coraçon, como las ramas, y las ojas (que la lengua, y las palabras rama, y ojas son del coraçon) de estar la rayz verde, ò seca. Otros, porque son tan temerosos de suyo sin auaer otra causa, que temen el rayo aun despues de oydo el trueno. Otros, porque no se confirmen por amigos los que no tenian en la rayz, sino en la corteza el nombre.
Este livro, que eu não conhecia, veio parar à minha biblioteca pela mão de uma pessoa amiga.
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5 comentários:
Em nome da coerência e na presunção de que me repito, re-cito:
"Yo no digo mi canción/ sino a quien comigo va"
Romanceiro Espanhol,"Conde Arnaldos".
e
"My name is for my friends!"
T.E. Lawrence.
Acho que nunca li as Cartas a Lucílio de Séneca, mas, como gostei deste aperitivo, talvez aproveite este embalo.
:)
E, como nos cruzámos aqui à mesma hora, APS, aproveito para subscrever o seu comentário.
Não existe nenhuma receita para fazer amigos. A amizade não se declara, conquista-se... e um dia acontece!
Palavras de sabedoria,JAD.
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