(...) Os empregaditos de café ou de uma oficinazeca de carpintaria ou de automóveis nunca serão famosos- e por isso nessa área o trabalho infantil é duramente perseguido.
Claro que estas crianças que lidam toiros na arena ou correm em motos em pistas a sério ultrapassam todos os limites do tolerável. Porque aí não são só os pais a autorizá-los a fazer o que fazem, não são só as autoridades a promover esses eventos- é também o público a divertir-se com o espectáculo de crianças a arriscar a vida e às vezes a morrer na pista ou na arena.
Como é possível haver espectadores que exultam a ver meninos a tourear touros em pontas ou a correr em motos a duzentos e tal à hora?
Para os jovens que servem à mesa ou ajudam na carpintaria, porventura ganhando uma profissão, a tolerância é zero- não só em Portugal mas em todo o mundo chamado "civilizado". Mas para o trabalho infantil dos aspirantes a futebolistas, a modelos, a actores de tv, a pianistas, a bailarinos, a toureiros ou a corredores de motos a tolerância é máxima.
É difícil perceber o mundo em que nos movemos.
- José António Saraiva, No trabalho infantil também há ricos e pobres, no Sol de hoje.
A colhida grave sofrida pelo Michelito, o toureiro de 12 anos, na Praça de Calí, Colômbia.
1 comentário:
Embora não concorde totalmente com o que JAS diz (não me parece que haja uma tolerância zero para com o que normalmente se chama trabalho infantil, porque senão ele já teria acabado), não deixa de ter razão em relação quanto ao resto. Já uma vez aqui falámos nos miúdos actores e modelos.
Não sabia que havia crianças a correr em motas.
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