Trad. Mário Dias Correia.
Matosinhos: Quidnovi, 2008
€16,65
«Este policial absolutamente notável é uma reconstituição altamente imaginativa da figura de Jack, o Estripador, criminoso que alarmou os londrinos - sobretudo as londrinas - no século XIX, matando uma série de prostitutas e tornando-se um mito por nunca ter sido identificado.
«O Hóspede é um dos melhores policiais jamais escrito. Este retrato envolvente de pessoas boas e afáveis frente a frente com os monstruosos assassinatos de Jack, o Estripador fazem o sangue do leitor gelar-lhe nas veias e enredam-no na sua atmosfera macabra a arrepiante, prendendo-lhe a atenção até à última página. Marie Belloc Lowndes põe todas as cartas na mesa, arrastando o leitor num crescendo de suspense.»
(da contracapa)
Resolvi ler este livro, escrito em 1913, depois de já lhe ter feito uma referência aqui no blogue, e depois de reler Paris é uma festa de Hemingway. Neste, o escritor americano conta que tomou conhecimento da existência de Marie Belloc Lowndes por Gertrude Stein que lhe disse um dia:
«- Se não quer ler o que é mau e deseja alguma coisa que prenderá o seu interesse e é maravilhosa, à sua maneira, deveria ler Marie Belloc Lowndes.
«Nunca tinha ouvido falar dela, e Miss Stein emprestou-me O Hóspede, essa maravilhosa história de Jack, o Estripador, bem como outro livro sobre um assassínio, num lugar afastado de Paris que só podia ser Enghien les Bains. Eram ambos livros esplêndidos para depois do trabalho, os personagens dignos de crédito, o enredo e o terror nunca soando falso. Eram mesmo perfeitos como leitura para depois do trabalho, e li tudo que havia de Mrs. Belloc Lowndes. Eram poucos livros, nenhum tão bom como os dois primeiros, e nada foi tão bom como eles para as horas vagas do dia ou da noite até surgirem os primeiros belos livros de Simenon.
«Penso que Miss Stein teria gostado dos bons Simenons – o primeiro que li foi ou L’Ecluse Número 1 ou La Maison du Canal - mas não tenho certeza, porque, quando conheci Miss Stein, ela não gostava de ler francês embora adorasse falá-lo. Janet Flanner deu-me os primeiros dois Simenons que li. Ela adorava ler francês e já lia Simenon desde quando ele era repórter policial.»
Acabei O hóspede há poucos dias e achei-o fascinante.
Um casal, Mr. e Mrs. Bunting (um ex-mordomo e uma antiga criada), recebe em casa - Marylebone Road, em Londres -, um hóspede, no mínimo extravagante. À medida que um assassino conhecido nos jornais como O Vingador vai matando mulheres, os hospedeiros cada um de sua vez começam a suspeitar que alojam o assassino.
O casal é visitado por um polícia que está apaixonado pela filha do ex-mordomo, de visita a Londres.
E mais não conto. Adorei e não percebo porque só em 2008 esta autora, Marie Belloc Lowndes (1869-1947) foi, pela primeira (e única) vez, traduzida em Portugal.
Esta obra foi adaptada ao cinema, em 1927, por Alfred Hitchcock com o título The Lodger: A Story of the London Fog, que pode ser totalmente visto em:
2 comentários:
Cheguei a ver uma série , na Tv, muito interessante, sobretudo pelo reconstituição de ambientes da época ( e magnífica representação, como é habitual nas séries britânicas) em que o Jack era familiar da família real inglesa. Não sei é em que obra literária se baseava.
Tb vi essa série.
Não vou dizer quem é este hóspede, mas será que Albert Victor, a quem o Luís dedicou um post, iria alugar um quarto numa casa em Marylebone Rd.?
MR
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