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sábado, 6 de dezembro de 2014

O Fim do Amor Trágico e Romântico?

Lembrar Urbano Tavares Rodrigues que faria hoje anos. Soube-o através da  Livraria Lumière.


O Fim do Amor Trágico e Romântico?

Vivemos, de facto, numa época em que a noção de amor trágico e romântico, que herdámos do século dezanove, se tornou inactual, embora continue ainda a ser vivida por muitos - e até com o carácter de construção moral e estética - essa relação extremamente apaixonada, exigente e exclusiva. A reclamação da liberdade erótica não me parece que de algum modo tenda a degradar a vida, conquanto possa dessublimizá-la e do mesmo passo desmistificá-la, precisamente no propósito de a tornar mais lúcida e mais generosa. Afigura-se-me que na contestação de todas as prepotências firmadas em preconceitos, em princípios estabelecidos apriorísticamente, há sempre um nexo muito íntimo entre a reinvindicação da liberdade erótica, da liberdade no trabalho e da liberdade política. E, naturalmente, quando se dá uma explosão desta espécie, é como uma pedra que rola e que vai agregando uma série de materiais e descobrindo a sua própria composição até às zonas mais profundas da sua estrutura. 

 Urbano Tavares Rodrigues, in "Ensaios de Escreviver" (citador)

2 comentários:

MR disse...

Sempre bom recordar o Urbano.

Cláudia Ribeiro disse...


Vamos lembrando para que não caia em esquecimento...
O ser humano é perito nisso!

Beijinhos.:))