«Entre os dez e os quinze anos, frequentei uma escola em Nova Iorque que tinha uma biblioteca só para os alunos dos anos menos avançados. Era como gosto que as bibliotecas sejam - escura, com estantes de livre acesso, paredes forradas de livros e nichos junto às janelas, onde nos podíamos enroscar sobre uma almofada. As estantes estavam cheias de livros que as crianças queriam ler. Durante três anos, foi o paraíso para mim. Mas um dia, no início do oitavo ano, apareci lá, preparada para me sentar a ler, e disseram-me: não, os alunos do oitavo ano não podem frequentar esta biblioteca, tem de ir à biblioteca dos anos mais adiantados. Então fui expulsa desse Jardim do Éden.»
Entrevista de Lydia Daves a Andrea Aguilar e Johanne Fronth-Nygren para a Paris Review, 2015.
In Entrevistas da Paris Review. Lisboa: Tinta da China, 2017, vol. 3, p. 358.
7 comentários:
Gosto imenso da Lydia Davis (ex do Paul Auster) e essa é uma excelente entrevista.
🌼Bom dia!
Não me lembro de ter lido alguma coisa de Lydia Daves, para além desta entrevista.
Bom dia!
Tenho cá o Não Posso nem Quero, da Relógio D'Água (sem marcador 😪) que comprei em 2015, penso que na sequência de ler essa entrevista e outras no Público.
Histórias curtas, minimalistas, gostei muito.
Bom dia!
Não li esse livro do MEC. Gosto das crónicas dele.
Boa tarde!
O livro não é do MEC, é da Lydia Davis 😉
Bom final de dia!
🌅
Que boa ideia haver assim uma biblioteca apetecível para os mais novos. Nunca gostei muito de ler nas bibliotecas porque temos de estar sentados e silenciosos, sempre como quem estuda.
Ah!... Vou anotar. Obrigada, Maria.
Bom dia para as duas.
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