Prosimetron

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

É por ti que vivo


Amo o teu túmido candor de astro
a tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade acesa sempre altiva

Por ti eu sou a leve segurança
de um peito que pulsa e canta a sua chama 
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata 

Se guardo algum tesouro não o prendo 
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar 

Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura 
de um pomar de brancas cortesias 
porque é por ti que vivo é por ti que nasço 
porque amo o ouro vivo do teu rosto

António Ramos Rosa (que faria hoje 100 anos)

11 comentários:

Mª Luisa disse...

" Oferecer- te a paz de un sonho aberto"... Maravilhosos versos
Obrigada por esta manhã com poesia.
Um abraço

Maria disse...

Bonito poema.
Ontem estive a ler alguns poemas do único livro dele que tenho cá em casa.
Quinta feliz!🍂

MR disse...

Gosto muito deste poeta.
Bom dia para as duas.

Margarida Elias disse...

Geminámos. Boa tarde!

Cláudia Ribeiro disse...

Bonito poema!
Também lhe prestei homenagem!
Boa tarde!

MR disse...

Que bom! Gosto de geminações, para mais a Ramos Rosa.
Boa tarde para as duas.

Maria disse...

Coincidências: este poema está na página 45 do livro que li ontem☺️
Boa tarde!

Justa disse...

¡Qué sensibilidad poética!

Apertas de anoitecer.

MR disse...

O teu rosto (Asa, 2002)? Também pode não ser porque Ramos Rosa repetia por vezes os poemas em vários livros.
Bom dia!

MR disse...

Gosto muito dele.
Bom dia!

Maria disse...

Não, ASA 2001.
Vou enviar mail.
🍁🍂