Prosimetron

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segunda-feira, 12 de maio de 2008

MANIFESTO




Porque dos mortos vem a voz que chama;


porque dos tempos surge um corpo exangue


porque do mundo rasga o ventre a vida;


porque dos filhos um olhar acusa


a paz se exige aqui e hoje e sempre


que as nossas mãos estão brancas e recusam


tingir-se de outra cor que não de anil.






- João Mattos e Silva, Memória(s) , Átrio, 1987.






Dedicado a todos os ex-combatentes na Guerra do Ultramar, em especial aos meus tios António e José.


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