Prosimetron

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quarta-feira, 25 de junho de 2008

NARCISO


Ah! como ter-te e não te possuir
é cruel: imagem, espelho, o meu reverso,
o outro lado de mim, de ti o anverso,
a imortal beleza de um começo
na beleza mortal de cada recomeço
Narciso, Lís, coroa de Cnossos,
a morte que sustenho enfim virá
que não vieste e de mim, imagem, espelho,
mais nada restará do que destroços
e o eco do adeus: meu bem amado,
inutilmente amado, adeus.
- João Mattos e Silva, MARÍTIMO CAMINHO , Tertúlia , 1997

1 comentário:

João Soares disse...

Com o Waterhouse para ilustração, consegues encontrar um elogio da Eco (ou uma elegia)? Preferivelmente da mesma alta fonte!