Prosimetron

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terça-feira, 2 de junho de 2009

60 anos de uma nação: 1965

A 19 de Agosto, é proferida a sentença no chamado processo “Auschwitz”: ao fim de 154 dias de audiências e com base em 360 testemunhas, 17 dos 20 arguidos são condenados a prisão, 6 dos quais a prisão perpétua. As provas são inequívocas. Ou por iniciativa própria, ou por participação nos massacres nas câmaras de gás de Auschwitz, os 17 guardas do campo de concentração mataram e torturaram inquestionavelmente. 20 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, inicia-se então uma discussão pública na tentativa de averiguar e compreender a dimensão do extermínio ocorrido durante o regime de Hitler. As gerações mais novas confrontam pais e avós. Poucos meses antes, foi alterada a legislação de modo a prorrogar os prazos de prescrição de crimes cometidos entre 1933 – 1945.

A princesa herdeira dos Países Baixos, Beatrix, e Claus von Amberg oficializam o seu noivado a 28 de Junho. Não obstante as atenções da imprensa cor-de-rosa, a relação gera algum desconforto junto de muitos holandeses: von Amberg, diplomata, é alemão, e as agressões do grande vizinho durante a Segunda Guerra Mundial estão longe do esquecimento, passados apenas 20 anos. O casamento no ano seguinte em Amesterdão viria a ser acompanhado de violentas manifestações.

A música Beat, sinónimo de rebeldia, tornou-se popular desde o início da década. No entanto, quer os Beatles quer os Rolling Stones marcam raramente presença em estações de televisão públicas que consideram o novo género musical pouco compatível com os padrões conservadores de um serviço público. Os fãs têm por isso recorrido ou à Radio Luxembourg privada ou a emissoras piratas. Mas os tempos mudam. A partir de Outubro, a Rádio Bremen transmite como primeira estação de televisão pública o lendário Beat Club que, durante sete anos, viria a convidar conjuntos alemães e estrangeiros a actuar perante público em estúdio.
Imagens: o processo Auschwitz; Beatrix e Claus von Amberg; Beat Club


6 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante!
A.R.

LUIS BARATA disse...

Pobre Claus, que teve um terrível fim de vida.

Anónimo disse...

A questão, ao que me recordo, não era o homem ser alemão. Ele tinha (tido?) umas certas simpatias... Ou não?
M.

Anónimo disse...

M,
Refere-se à participação dele na Juventudde Hitleriana? Será?
A.R.

Filipe Vieira Nicolau disse...

Cara M.,
Penso que foram ambas as razões: a nacionalidade alemã e o envolvimento na Juventude Hitleriana. Ainda assim, Claus von Amberg conseguiu, ao longo das décadas, angariar a simpatias dos holandeses.

Anónimo disse...

Já não me lembro bem de quais as ligações que ele tinha tido ao regime nazi, mas compreendo que mesmo que tenha sido através das Juventudes Hitlerinas, devia fazer calafrios ao povo holandês a futura rainha escolher um tal príncipe consorte.
De resto não sei mais nada dele, a não ser que tinha depressões...
M.