Olha-me bem, assim. Que o teu olhar
tenha, ao fitar o meu, maior doçura;
que o envolva uma nuvem de ternura
como ninguém o saiba imaginar.
Que seja em tudo semelhante ao mar:
forma-se a onda, avança com bravura,
mas quando avista a areia – que brandura! –
roja-se e canta porque a vai beijar.
Que os teus olhos te fiquem repassados
duma luz de palácios encantados,
ao morrer o luar, de madrugada.
Que eles se vão cerrando lentamente,
numa tinta apagada de poente,
numa tristeza morna, fatigada…
Virgínia Vitorino
2 comentários:
Castanhos! Mas podem ser azuis, verdes, cinzentos... Não sou esquisita. Nesta característica, note-se.
Mas gostei do poema.
E eu também. E podem ser verdes, castanhos ou pretos. Azuis, nem por isso.
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