Ontem, a nossa ana comentou sobre Duarte Lima, um dos "homens do momento" embora pelas piores razões, lembrando a sua doença. Entretanto, o advogado demitiu-se da Associação Portuguesa de Leucemia, mas um texto de Pedro Norton, na Visão (pg.62) aborda essa mesma questão e fá-lo com muita lucidez :
(...) A vida foi-me ensinando que a contradição, por vezes a contradição aguda, absurda e profunda, é matéria de que se faz cada um de nós. E eu, naturalmente, nada sei sobre os negócios que fizeram as capas do Independente, nada sei sobre as razões da sua fortuna, muito menos tenho opinião sobre o assassínio macabro de que se vê acusado. Pode ser bem que sim. Nada do que vi, naqueles meses cinzentos em que o IPO foi a nossa casa, necessariamente o contradiz. Mas não me sentiria bem com a minha consciência, muito menos honraria a minha memória se, agora que se tornou um proscrito empestado, não vos contasse que conheci um lado luminoso de Domingos Duarte Lima.
4 comentários:
Pelo «lado luminoso» de certas figuras públicas é que nos custa a aceitar vê-las indiciadas de certos crimes. E estou a lembrar-me de outros bem mais "públicos" que D.L.
Não conheço o Duarte Lima, mas imagino que seja um grande choque para os seus amigos e para o Cavaco este processo. Bem vi a cara do António Capucho, meio gago, na tv. Se fosse comigo, ficava muda.
É inegável o trabalho que ele fez na Assoc.Port.de Leucemia, mas concordando com o Pedro Norton são as contradições próprias da natureza humana.
Não se passa o mesmo com os pedófilos? Muitas vezes exemplares pais de família, professores que ganham prémios, treinadores dedicados etc.
Somos realmente animais muito complicados. E como costuma dizer o meu pai: " O dinheiro corrói mais que o ácido ".
A ser verdade: A ponto de matar, a frio? E o que lhe acrescentavam os 5 milhões à fortuna dele? Iria gozá-los?
Acho uma boa frase, a do seu pai.
Luís,
Se ele de facto matou é uma contradição, não é?
Bom Domingo! :)
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