o ludismo e o horror existe como máscara de um ritual
cuja encenação te escapa. Um ritual que não pode ser
filmado. Um ritual que não é sequer composto pela luz
insubstancial com que colhes a noite ou o dia, a espessa
sombra do que abandonaste ou a aflição do porvir. Um
ritual em cujo centro se ergue um ser desfigurado, a besta
em que jamais te reconhecerás, que tem o teu recôndito
nome e fala com a tua clandestina voz.
Luís Quintais
de Poemas com cinema, antologia organizada por Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós, Rosa Maria Martelo, Assírio & Alvim, 2010;
imagem: Karlheinz Böhm no papel de um psicopata em Peeping Tom de Michael Powell (1960)
cuja encenação te escapa. Um ritual que não pode ser
filmado. Um ritual que não é sequer composto pela luz
insubstancial com que colhes a noite ou o dia, a espessa
sombra do que abandonaste ou a aflição do porvir. Um
ritual em cujo centro se ergue um ser desfigurado, a besta
em que jamais te reconhecerás, que tem o teu recôndito
nome e fala com a tua clandestina voz.
Luís Quintais
de Poemas com cinema, antologia organizada por Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós, Rosa Maria Martelo, Assírio & Alvim, 2010;
imagem: Karlheinz Böhm no papel de um psicopata em Peeping Tom de Michael Powell (1960)
1 comentário:
Bela série poética!
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