Apenas como nota introdutória: Ricky Nelson, em tempos idos muito adorado por M.R. (daí as duas imagens), e todos os cow-boys da Sétima Arte mereciam um poema mais benevolente em minha opinião....
Nos filmes de cow-boys do cinema Garrett
aprendemos desde cedo uma péssima lição
que ainda hoje nos mesmos filmes se repete:
os maus morrem sempre, mas os bons é que não.
Os maus começam por fazer basto estrago:
é ver a cowboyada e ter uma ideia,
mas para o mal acabar, meninos, carago!,
basta aos que são bons apenas hora e meia.
Saíamos felizes do cinema Garrett,
cheios de todas as pulgas da Póvoa de Varzim,
alegres com o desfecho pintávamos o sete,
julgávamos que na Vida seria tudo assim.
Vi mil fitas de cow-boys todinhas iguais
e sempre em hora e meia qualquer Cínico escacha.
Hoje odeio-as cada vez mais.
o Cínico, na Vida, quem o despacha?
Oh! filmes de cow-boys do cinema Garrett,
Oh! falsíssima lição
que hoje prantamos em qualquer retrete:
que aí é que se é cidadão!
Alexandre Pinheiro Torres
aprendemos desde cedo uma péssima lição
que ainda hoje nos mesmos filmes se repete:
os maus morrem sempre, mas os bons é que não.
Os maus começam por fazer basto estrago:
é ver a cowboyada e ter uma ideia,
mas para o mal acabar, meninos, carago!,
basta aos que são bons apenas hora e meia.
Saíamos felizes do cinema Garrett,
cheios de todas as pulgas da Póvoa de Varzim,
alegres com o desfecho pintávamos o sete,
julgávamos que na Vida seria tudo assim.
Vi mil fitas de cow-boys todinhas iguais
e sempre em hora e meia qualquer Cínico escacha.
Hoje odeio-as cada vez mais.
o Cínico, na Vida, quem o despacha?
Oh! filmes de cow-boys do cinema Garrett,
Oh! falsíssima lição
que hoje prantamos em qualquer retrete:
que aí é que se é cidadão!
Alexandre Pinheiro Torres
de Poemas com cinema, antologia organizada por Joana Matos Frias, Luís Miguel Queirós, Rosa Maria Martelo, Assírio & Alvim, 2010;
imagens: Ricky Nelson em Rio Bravo de Howard Hawks (1959)
imagens: Ricky Nelson em Rio Bravo de Howard Hawks (1959)
2 comentários:
Filipe este livro de poesia foi um achado!
Concordo que este poema não faz jus aos filmes de Cow-boys.
Há alguns filmes que apesar da linearidade da história têm personagens bem costruídas, profundas e multifacetadas, talvez aqui entre a componente humana, o carisma que o actor e o realizador atribuíam aos papéis.
Obrigada, Filipe!
Não sabia, ou não me lembrava, das incursões do Alexandre Pinheiro Torres pela poesia.
Sempre um prazer rever o Ricky Nelson. :-)
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