Prosimetron

Prosimetron

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Leituras no Metro - 1082

Paris: Plon, imp. 1975

Suzanne Blum (grande amiga, mas sem qualquer relação de parentesco com Léon Blum) foi uma advogada francesa de negócios. Um dos seus clientes, em 1940, era Jack Warner quando a ocupação de Paris a leva para os EUA. 
Vai de carro até  Burgos (Espanha), onde o carro avaria, tendo de continuar a viagem de comboio até Lisboa, onde, depois de muitas peripécias, apanha um barco para os Estados Unidos. 
Embarca 8 de agosto de 1940 a bordo do Excambion: «Entre os passageiros, os Patino, a condessa de Bourg de Bozas, uma família Dampierre, René Clair e a mulher, Salvador Dalí e Gala, Virgil Thompson, Man Ray: um belo cartaz para uma noite muito parisiense.» (p. 58)
Quando chega a Nova Iorque tem de preencher um questionário:
«Na rubrica 'raça' pensei poder por 'branca'.
«Um erro, rapidamente retificado com um risco de caneta feito pelo responsável: eu era French Hebrew.
«As minhas luzes de etnologia, aliás muito limitadas, vacilaram.» (p. 59)
Nessa viagem, a companheira de camarote de Suzanne Blum era uma portuguesa que montou um altar florido, diante do qual se ajoelhava e rezava longas horas.
O livro começa com o regresso a Paris, na primavera de 1945, ainda a guerra não tinha acabado, a bordo do Liberty Ship, que trazia também Jules Romains e a mulher.

2 comentários:

Maria disse...

Tantas fugas semelhantes, quase todas a passar por Lisboa, umas com mais sucesso que outras...
E sim, ela viajou com passageiros de luxo e muito talento.

Bom dia!
(35º para hoje: não é justo!
Eu quero neblinas matinais!)
😭😢

MR disse...

Viu-se parva para arranjar os visas e arriscou ir de carro quando toda a gente a desaconselhava. Muitos tiveram de atravessar os Pirenéus a pé; outros chegaram a Lisboa e não conseguiram lugar nos barcos...
O irmão, Alain Blumel, esteve na Resistência interna e foi preso duas vezes.
Tempos terríveis que esperemos que não voltem.
Bom dia!, aqui com calor, mas suportável.