Museu Rodin
Ecce HomoO que fizeram de mim
nesta manhã de espanto?
Quem recolheu e onde
o sangue do meu pranto?
Quem percorreu por mim
os meus duros caminhos?
Quem foi que recusou
coroar-me de espinhos?
Quem dispersou no vento
as palavras de amor?
Que piedosas mãos
limparam meu suor?
Quem sou eu afinal
que não me conheço:
Judas que não traiu
Jesus que não tem preço?
João Mattos e Silva - Intemporal, Antologia, Lisboa: Universitária Editora, 2003, p. 94
3 comentários:
Uma boa escolha!
E os Burgueses de Calais também. Acho que são os estudos.
M.
Obrigado Ana!
Gosto deste seu poema e achei graça colocar no dia da poesia um poema de um prosimetrista.
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