Prosimetron

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domingo, 20 de setembro de 2009

A Queda.

A QUEDA

As palavras como flores
Iam abrindo no sol dos dias
Sem barreiras
Epitáfios de oradores profissionais
Verticalmente caindo
De ameias medievais,
Os corpos suspensão de ritos
Em resinas moldados,
Convencionais,
Rasgados os fraques
Na queda,
Pelos espinhos do roseiral!

Carlos Antero Ferreira, e as palavras tinham sido inventadas, Lisboa: Edição do autor, 1982, p. 27

7 comentários:

Anónimo disse...

Contaram-me que, há muitos anos, um determinado crítico literário ao fazer a ficha do livro em causa, escreveu: "Edição do autor, como não podia deixar de ser."
Pela amostra junta, parece-me estarmos perante um caso semelhante.

LUIS BARATA disse...

É a chamada graça pesada...

ana disse...

Comprei o livro na Sá da Costa mas não encontrei no respectivo livro a edição deles. Optei por colocar edição do autor era o que estava escrito. Não sei se é correcto mas pareceu-me fiel.

Gostei de alguns poemas e, apesar do autor não ser conhecido, resolvi comprar.

MR disse...

O autor foi director do IPPC. Não o conhecia como poeta. Penso que seja o mesmo.

ana disse...

Então, sempre foi director do IPPC, não tinha a certeza por isso não coloquei; ainda bem que o trouxe à luz do dia!

Anónimo disse...

Ana
Acha que ter sido Director do IPPC faz dele melhor poeta?

ana disse...

Não. Não acho, nem é factor determinante mas, pelo menos, estava ligado à cultura.

Para mim um poeta é:

- O que aplica as regras usuais da poesia clássica!

- O que escreve sem obedecer à métrica mas que obtém musicalidade, ritmo e beleza extraordinárias por forma a chamar-se poesia.